O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e da Região Centro-Oeste de Minas Gerais (Sintram), emitiu nota repudiando e acusando a gestão de Gleidson Azevedo, prefeito de Divinópolis, de ser uma “ditadura administrativa”. A acusação é reflexo da decisão unilateral tomada pelo gestor referente às negociações salariais dos servidores do município, com isso, o Sintram decidiu pela paralisação de um dia das atividades dos servidores, data ainda não divulgada pelo sindicado. Com a decisão de Gleidson, que não compareceu na reunião de negociação, os servidores terão 6,8% de ajuste salarial e o vale-alimentação será de R$ 14 por dia, em comparativo, uma marmitex no restaurante popular equivale à cerca de 71% do valor do vale.
Em assembleia realizada na noite da última quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024, os servidores municipais de Divinópolis rejeitaram a contraproposta salarial oferecida pela Prefeitura. Apesar da negativa, Gleidson Azevedo publicou na edição desta terça-feira (5) do Diário Oficial dos Municípios Mineiros, o Decreto 16.080/2024, que determina a revisão salarial dos servidores de 6,80%, e o vale-alimentação foi reajustado de R$ 12 para R$ 14. A publicação acontece após a única reunião de negociação, realizada em 22 de fevereiro de 2023, entre os representantes dos servidores e da Administração, onde a prefeitura apresentou e não negociou com os servidores.
Conforme publicado em nota pelo Sintram, “Com a publicação do decreto, o prefeito dá por encerrada as negociações. A reivindicação inicial dos servidores, aprovada em assembleia no início de fevereiro, era de reposição salarial de 14,55% para amenizar as perdas dos últimos anos, mais equiparação do vale-refeição ao valor pago pela Câmara Municipal que pulou de R$ 23 para R$ 25. A contraproposta do Executivo foi rejeitada, porém, o prefeito deu prosseguimento às negociações e decretou a revisão de acordo com a contraproposta do Executivo, rejeitada pela categoria”,
A época da assembleia, o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes, disse que o prefeito precisa participar da mesa de negociação. “Na reunião de negociação que tivemos no dia 22 o prefeito estava ausente. Nós queremos o prefeito presente nessas negociações, pois é ele quem bate o martelo. Ao se negar a sentar com o sindicato e as representações dos servidores, o prefeito só mostra o descaso que ele dispensa à categoria. Nós vamos exigir a presença do prefeito, porque ele precisa ouvir dos próprios servidores as dificuldades enfrentadas pela categoria”, declarou o presidente.
PARALISAÇÃO
Em nota, o sindicado decidiu que manterá a decisão de paralisação das atividades por um dia. A data ainda não foi divulgada e ocorrerá após o presidente do Sintram convocar o ato. Após o final da manifestação, a categoria decidirá quais as medidas deverão tomadas pelo sindicato. O sindicado acusa Gleidson Azevedo e sua gestão de cometer uma “ditadura administrativa adotada pela atual gestão inibe os servidores de buscarem seus direitos”, além de pontuar que os servidores estão “Fragilizados por assédio moral, ameaças e pelo terrorismo implantado pelas chefias, os servidores, mesmo com o contínuo achatamento de seus salários, ficam sem poder de reação”.
Veja abaixo o posicionamento do sindicato:
A ditadura administrativa adotada pela atual gestão inibe os servidores de buscarem seus direitos. Fragilizados por assédio moral, ameaças e pelo terrorismo implantado pelas chefias, os servidores, mesmo com o contínuo achatamento de seus salários, ficam sem poder de reação. Entretanto, há uma grande parcela da categoria, que já manifestou sua insatisfação após a publicação do decreto que concedeu a revisão nos salários.
De acordo com Marco Aurélio Gomes, a paralisação de um dia aprovada pela assembleia da categoria está mantida. “Essa repetida atitude do prefeito reafirma o desprezo que o Executivo dispensa aos servidores. O prefeito [ Gleidson Azevedo], com os seus ajudantes, implantou a pressão como forma de calar os servidores. Essa repetição de atitudes ofensivas à classe, que vem desde o início do atual governo, vem aumentando a revolta da classe e o Sintram vai manter a paralisação de um dia que a categoria aprovou na assembleia de fevereiro”, destacou Marco Aurélio Gomes.
O presidente do Sintram disse que vai convocar a paralisação e ao final da manifestação a categoria vai decidir quais as medidas deverão ser adotadas. “É certo que a maioria dos servidores não concorda com a revisão dada pelo Executivo. Vamos colocar essa questão em discussão e o que a categoria decidir será feito pelo sindicato”, finalizou o presidente.
Revisão salarial dos Servidores da Câmara Municipal de Divinópolis
Na Câmara de Vereadores, a revisão do salário dos servidores foi publicada na Portaria 52/204, assinada pelo presidente da Câmara, Israel da Farmácia, no dia 29 de fevereiro e publicada na edição desta última segunda-feira (4) do Diário Oficial dos Municípios. Assim, o salário dos servidores da Câmara Municipal de Divinópolis e dos vereadores está reajustado em 6,8%, que representa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado o ano passado, conforme o levantamento da Fundação Ipead. Além disso, o vale-alimentação da categoria, será atualizado de R$ 23 para R$ 24,56. Além dos vereadores e servidores efetivos, a revisão também é estendida aos salários dos assessores dos vereadores, aposentados e ocupantes de cargos em comissão.
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