Com as oitiva que tiveram inicio na última quarta-feira (31/01), da Comissão Processante do Processo político- administrativa que visa realizar a investigação e a análise do processo de perda do mandato dos vereadores afastados, Eduardo Print Jr (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD). No primeiro dia foram colhidos cinco depoimentos de empresários envolvidos. Entre os depoimentos, um dos mais chamativos é o caso do empresário Hamilton Antônio de Oliveira, que além das particularidades referentes à forma como o contato entre Rodrigo Kaboja e ele surgiu, o empresário também pontuou que algumas das informações lidas pela Comissão não estavam coerentes ao que ele havia dito ao Ministério Público (MP) durante a fase de investigação.
Fato é que o papel da Comissão Processante neste caso está sendo a confirmação e o cruzamento de informações recebidas pelo MP e as respostas dadas por aqueles que vão até o parlamento para responder aos questionamentos dos integrantes da comissão e advogados dos denunciados. No caso de Hamilton, ficou evidente em sua fala a incoerência de alguns fatos entre o que foi dito por ele ao MP e ao que foi trazido na conclusão expressa pelo presidente da comissão, o vereador Ney Burguer. No ocorrido, o vereador questiona “segundo denúncia do Ministério Público, o senhor colocou uma pessoa de nome Celso, que tinha interesse em alugar o seu imóvel em contato com Vereador Kaboja, para que o mesmo apresentasse um projeto de mudança de zoneamento do seu imóvel. O senhor confirma isso, não confirma?”, em resposta, o empresário pontua que “No meu depoimento no Ministério Público, nesses termos, nem eu mesmo falei”, abrindo assim uma controvérsia entre a conclusão trazida e as versões apresentadas pelos depoentes.
Em outro momento, o advogado representante de Rodrigo Kaboja, Daniel Cortez, questionou a fidelidade entre as informações, “o senhor mencionou aqui que determinados termos constantes da denúncia não refletem, de forma fidedigna, o termo que o senhor assinou a NPP junto ao Ministério Público, o seu confirma então que a denúncia, em certos pontos, em especial que foi levantado pelo presidente, ela não é fidedigna, ela não reflete a realidade?”, indagou o advogado. O ouvido então confirmou dizendo, “nos fatos que eu pontuei ela não representa a realidade”.
Segundo as respostas aos questionamentos, Hamilton havia entregado a Kaboja a quantia de R$ 20 mil para que ele resolvesse a situação referente ao zoneamento do seu estabelecimento. Além deste valor, uma quantia de R$ 4 mil também é citada, mas o empresário diz que não fez o pagamento deste valor ao vereador e que quem poderia ter feito o pagamento seria o empresário Celso Renato. Ao ser questionado sobre como ele tinha a certeza deste pagamento realizado por Celso, o depoente disse que “a respeito de contato com Renato, ele me procurou, por mensagem WhatsApp, agora se de fato aconteceu (o pagamento) eu desconheço”, não confirmando.
Hamilton, em resposta ao defensor do vereador Rodrigo Kaboja, que quase que encerrando a oitiva, foi explicito em dizer que parte da denúncia formulada, não reflete a realidade dos fatos.
Ao fim, mesmo do seu depoimento, Hamilton confirmou a advogada de Print Junior que não teve qualquer contato com o vereador e tão pouco não realizou nenhum pagamento a ele.
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