O que o Divinews pensa: Populismo de Cleitinho Azevedo (CDN) o projeta em Minas e no Brasil, mas atrapalha Divinópolis; O político que diz não ser político e tem um clã familiar na política

De 2016 pra cá, Divinópolis conheceu uma forma diferente de fazer política. Tudo começou com a eleição de Cleitinho Azevedo a vereador de Divinópolis com 3.023 votos. Sem papas na língua, Cleitinho deu um tom ensurdecedor para as reuniões da Câmara Municipal. Quase sempre, aos gritos, apresentava denúncias e cobrava ações do prefeito Galileu. O formato populista, que representa bem a indignação do povo que se viu nele, fez com que Cleitinho aumentasse sua audiência a ponto de se eleger deputado estadual por Minas Gerais. Mesmo no meio do primeiro mandato de vereador, foi o quarto mais votado no Estado. 

Preocupado em manter sua audiência em alta, Cleitinho começou a percorrer vários municípios em todo o estado. Quase sempre com um celular nas mãos gravando tudo, a fim de alimentar seus seguidores e fãs das redes sociais, que nem todos são de Minas. Ele grita, xinga e até constrange. Alguns trabalhadores no exercício de suas funções como seguranças, porteiros e vigias, já foram duramente expostos pelo parlamentar.

Cleitinho nunca direciona de forma clara suas denúncias. Sempre cria um inimigo oculto. Desde quando era vereador, sempre diz ser perseguido pelo sistema, mas nunca foi de dar nome aos bois para não se comprometer, e receber processos que coloque seu mandato em risco. Uma única vez, acusou abertamente a instituição do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de ter muitos benefícios agregados aos salários de seus membros. Porém, ao ser adjetivado indiretamente pelo procurador-geral, Jarbas Soares, como “populista”, ele se recolheu.

O deputado segue mirando apenas nos políticos. Ele olha a política na terceira pessoa e tenta a todo custo vender a imagem de que ele não é político, mesmo tendo se empenhado com afinco para eleger dois irmãos. Um prefeito de Divinópolis e o outro vereador. Cogita, se diz a boca pequena eleger um terceiro, com o mote: “O melhor está por vir”. Todos pendurados nos cofres públicos. Mas ele não é político. Só os que votaram favoráveis ao fundo partidário, o fundão é que são.

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Cleitinho coleciona desafetos. Tudo bem, que ninguém é obrigado a concordar com uma mesma ideia ou com um projeto e isso é algo que a democracia permite viver. Porém, quando a situação foge do controle, o desrespeito fica em evidência. Entre as várias coisas que esperamos de um representante, para além da honestidade (que é obrigação), esperamos no mínimo uma postura respeitosa e diplomática no convívio com o próximo.

Divinópolis refém do populismo

Como consequência das posturas de Cleitinho, várias articulações para travar o desenvolvimento de Divinópolis já estão em curso. Nos bastidores, há quem diga que até a vinda da Heineken para o município já está fora de questão. Isso porque sabem que se Divinópolis avançar, o crédito será depositado na conta dos Azevedos. E os demais 75 deputados, exceto o bolsonarista Bruno Engler – que constantemente tem suas bases eleitorais “invadidas” por fiscalizações de Cleitinho (mesmo tendo votos em Divinópolis), não querem isso. Tão pouco (nos bastidores), o governador Zema, quer. Para que não lhe enfiem novamente um boné populista na cabeça.

Enquanto os Azevedos brincam de casinha com Divinópolis, perseguem pessoas e tentam superar frustrações em carreiras que antecederam às suas vidas  públicas,  a cidade vai sendo olhada com desdém, do como pode chegar neste ponto, e o povo enganado com promessas de campanha que não serão cumprida em várias áreas, vide Copasa.

Trajetória de um não político

O político que não é político, quando músico não político chutava placa de político e depois  virou um. Foi eleito vereador em 2016, não terminou o mandato, por almejar o poder que todo político sonha ter, e em dois anos, em 2018 virou deputado estadual. Do alto da Tribuna da ALMG atacava e ataca os políticos, que ele não é. Mas ficou só dois anos, e logo a seguir, em 2020, fez dois irmãos que não eram políticos virarem políticos. Agora, o político que não é político, almeja, ano que vem, em 2022, voos maiores. Quer o Senado, ou mesmo a Câmara Federal,  e em 2024 deixar um substituto da família em seu lugar na Assembleia.  Mas ele ou eles não  são políticos. Os demais, os políticos profissionais é que fazem politicagem com eles.

Fundo Partidário – Redes Sociais

Seu novo alvo populista são os deputados que votaram favoráveis a utilização do fundo partidário nas eleições de 2024, tal qual ocorreu em 2020. Cleitinho tem avaliação equivocada que seu salário, e despesas do seu gabinete não saem do bolso do contribuinte. Que em suas redes sociais pessoais, Instagram, Facebook e Youtube são abastecidas com imagens de ambientes públicos que projetam sua imagem, mas tudo é pago com dinheiro público.

Gritos e vídeos protagonizados por Cleitinho e seus irmãos não geram empregos, não geram renda e não matam a fome de ninguém. Não tapam buracos, nem faz chegar água nas torneiras secas. Nos seres pensantes cria é antipatia e atrapalha a cidade. Divinópolis merece mais!

 

Geraldo Passos é editor chefe do Divinews