Editorial: Vereadores de Divinópolis revelam-se omissos, “passam pano” para bolsonaristas extremados, ficam em silêncio a agressão da colega e ignoram a Constituição (vídeo)

Publicado por: Redação

Os vereadores da Câmara Municipal de Divinópolis agiram no mínimo de forma omissa durante a Reunião Ordinária da última terça-feira (14). Em uma sessão tumultuada, marcada por protestos de radicais bolsonaristas que teimam em não reconhecer o resultado das urnas e vão contra a Constituição Federal pedindo golpe de intervenção militar das Forças Armadas ocupando via pública em frente ao Tiro de Guerra. Para não usar outro adjetivo ligado à covardia e concordância com atos antidemocráticos, pois descumprir a CF não é liberdade de expressão, os edis passaram ao largo do que aconteceu em plenário e não deram uma palavra de apoio para a colega, incluindo o presidente da Casa Legislativa, vereador Eduardo Print Junior, que deixou foi o plenário.

Quem assistiu a reunião da Câmara pode perceber o quanto os vereadores foram apáticos em relação ao que estava acontecendo, tratando a ocupação do plenário como se o caso fosse apenas uma briga pessoal entre Lohanna e os bolsonaristas, como se os mesmos estivessem politicamente corretos ao interditarem via pública, mesmo com autorização do prefeito bolsonarista, e pior irem a Câmara de Divinópolis tirarem satisfação por uma fala da vereadora em plenário e  no exercício de sua função.

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Lamentável a postura do presidente da casa, o vereador Eduardo Print Junior, ficou bem abaixo do que era esperado de alguém que ocupa o cargo máximo do Legislativo, o magistrado de um dos poderes do município. Print não demonstrou, como a própria vereadora se manifesta constantemente neste sentido, foi e tem sido seletivo em sua firmeza no rito da condução dos trabalhos em plenário.

O presidente praticamente deixou os manifestantes fazerem o que bem queriam. E fez pior, durante o pronunciamento de Lohanna França se retirou do plenário e passou o comando para o vice-presidente, mesmo em meio a uma sessão tão tumultuada.

Assim que Lohanna França se aproximou do microfone para discursar, os bolsonaristas extremados que estavam presentes na Câmara começaram a baderna. E tentaram, a todo custo, impedir a fala da parlamentar com gritos de “golpista”, “comunista” e outras ofensas. Diante da falta de atitude do presidente, a parlamentar o questionou: “Presidente, o senhor pretende fazer alguma coisa?”. Os xingamentos continuaram e Print Junior chegou a tentar justificar o comportamento absurdo dos bolsonaristas, dizendo que eles estavam apenas se manifestando. O presidente da casa não determinou silêncio no plenário, não pediu ordem e deixou as ofensas continuarem sem nenhuma interferência por parte dele. Só depois é que ele pediu aos manifestantes para deixarem a vereadora continuar o discurso, e avisou que o tempo de fala da parlamentar havia sido paralisado até que os ânimos se acalmassem. “É o mínimo, né presidente?”, disse Lohanna, que foi respondida com cinismo por Eduardo Print Junior, que em tom visivelmente irônico disse “obrigado por sua competente fala”. Ficou visível de que lado ele estava. Logo a seguir se retirou do plenário.

Nenhum dos vereadores demostrou solidariedade a parlamentar da qual eles se sentam ao lado. Procederam como se a situação fosse um problema individual dela, um problema corriqueiro que acontece todos os dias,  e não um tema que tem sido caro ao processo eleitoral, que é o reconhecimento democrático do resultado das urnas. Ignoraram o fato de que, por trás daquela baderna que se instaurou na Câmara Municipal, há uma situação de interesse coletivo, que demanda postura firme e corajosa dos políticos em defesa da ordem. Eles fecharam os olhos e passaram longe da realidade que se apresentava naquele momento, foram para seus “mundinhos”.

Quando a vereadora saiu, escoltada pelos seguranças da Câmara que de fato foram quem impediram que ela fosse agredida pelos bolsonaristas enraivecidos, isso as imagens comprovam, havia poucos parlamentares sentados no plenário. Todos aparentavam fingir que nada estava acontecendo e ninguém sequer se levantou para tentar defendê-la. O vereador Ademir no comando da Casa, foi quem pediu calma e interrompeu a sessão por dez minutos até que os ânimos se acalmassem, mas nada além disso foi feito.

Lohanna mostrou ser um grito solitário dentro da Câmara Municipal de Divinópolis. Quando a sessão foi retomada, foi possível ver que os outros vereadores preferiram se manterem omissos, ou foram tomados de medo ou conivência diante dos bolsonaristas. Não deram ao caso a dimensão necessária. Afinal, uma parlamentar havia acabado de sair escoltada do plenário, quase agredida e sob gritos de absurdos xingamentos e ameaças. Mas os vereadores de Divinópolis se trancaram dentro de suas bolhas e seguiram firmes em seus propósitos individualistas.

A inércia e a omissão dos vereadores de Divinópolis diante do que aconteceu no plenário da casa revela um lado lamentável da atual legislatura. O problema maior nem é que os parlamentares estejam enviesados ao discurso bolsonarista. O que chama atenção é que se mantenham alheios à baderna, ao vandalismo e a violência que se revelam bem diante dos olhos deles. Ninguém sequer lamentou a agressão sofrida pela vereadora. Ninguém condenou e criticou o ato com o peso necessário.

O que vemos na Câmara é um retrato da atual sociedade. Repleta de “cidadãos do bem”, mas que fecham os olhos para a violência praticada contra quem está do outro lado. Cheia de defensores da democracia, mas que não dão a mínima para o respeito às instituições democráticas. Uma sociedade doente, apática, que perdeu a capacidade de se solidarizar com o outro.

No plenário da Câmara de Divinópolis o que se viu foram discursos vagos, descolados da realidade coletiva do que aconteceu naquele momento diante dos olhos deles e que acontece no país.  Os vereadores, em sua maioria, têm vivido uma realidade paralela, se apegam somente às demandas dos seus redutos eleitorais, como “CARÇAMENTO”, TAMPAR BURACO, UPA, TRANSOESTE e COPASA, defendem apenas pautas individuais e ignoram o coletivo.

Perderam a capacidade de se indignar ao ver uma colega parlamentar sendo impedida de discursar ao quase ser agredida fisicamente por apenas defender a democracia. Se o presidente da Câmara tivesse tido uma fala firme em defesa da ordem em plenário e em defesa da parlamentar possivelmente os demais vereadores tivessem também ido nesta direção. Enfim, o que se viu foi a Casa Legislativa passar pano para desordem.

 

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comentários

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  1. JUSTO VERISSIMO disse:

    E POR FALAR EM AUSTERIDADE, IDONEIDADE, COMPROMISSO COM A VERDADE DOA A QUE DOER, ETC,ETC E ETC, SRA LOHANNA, CADÊ A CPI DA EDUCAÇÃO??????
    DÁ PRÁ EXPLICAR O SEU SUMIÇO COM ELA???
    JÁ FOI ELEITA NÉ.
    FARINHA DO MESMO SACO????

  2. Fabio disse:

    Baderneiros, deixem a vereadora em paz. Ela tá fazendo o trabalho correto…..

  3. Fabio disse:

    Baderneiros, deixem a vereadora em paz. Ela tá fazendo o trabalho correto.

  4. Francisco disse:

    ESSES BOLSOMINIOS RETARDADOS ESTÃO PARECENDO O RUBINHO BARRIQUELO, O PRÓPRIO BOZO JÁ ESTÁ ATÉ PROCURANDO OUTRA CASA PRA SE ESCONDER, E FICA AÍ ESSES BURROS TIRANDO O SOSSEGO DOS MORADORES DO BAIRRO INTERLAGOS RONCANDO A NOITE TODA IGUAL JUMENTOS, PELO AMOR DE DEUS, CAMBADA DE BADERNEIROS, JÁ PASSOU DA HORA E MUITO DE ACEITAR A DERROTA DO NAZISTA……

  5. Eugênia Alves disse:

    É muito triste,acredito que naquele momento não exista regimento interno, não é sobre A ou B quem deu o resultado das urnas foram os cidadãos e cidadãs de um País inteiro, a vida segue agora ela por estar no legislativo tem o direito de analisar e fiscalizar ,cobrar posturas e a comissão de ética…muita coisa tem que melhorar na câmara Municipal….Mulheres na política. FORÇA LOHANNA

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