Por Gra Castro: O Café com Leitura de hoje é uma homenagem à escritora divinopolitana Adélia Prado, que completa hoje, 86 anos

Publicado por: Redação

Nascida em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, em 13 de dezembro de 1935, Adélia Prado começou a carreira como escritora somente aos 41 anos, quando enviou um manuscrito seu ao escritor, poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant´Anna que, admirado, o repassou a Carlos Drummond de Andrade. O poeta, contista e cronista, também mineiro, considerado um dos mais influentes poetas do século XX, incentivou a publicação de “Bagagem”, livro de estreia que lançou a divinopolitana ao mundo da poesia

A poetisa, filósofa e contista lecionou por 24 anos em escolas e faculdade de Divinópolis, onde constituiu família e ainda reside. Mãe de 5 filhos, Adélia Prado escreve sobre o feminino, o cotidiano, a religiosidade e a mineiridade. Com seu jeito único e moderno, a escritora evidencia a mulher, valorizando sua existência. Pode-se dizer que Adélia Prado, que completa 86 anos hoje, trouxe, de maneira sutil, uma abordagem feminista, que busca notabilizar a mulher na sua plenitude.

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Adélia Prado representa o cotidiano do interior de Minas com a autoridade de quem vive e sente Minas Gerais. O cheiro do café, as conversas na calçada, a comida feita pela mãe, os cânticos entoados nas missas e procissões. As linhas dos poemas de Adélia Prado traduzem o que há de mais mineiro, provinciano, familiar, feminino e afetivo. Impossível não se emocionar e não se identificar com os cenários que a autora recria.

Do livro “A duração do dia”, replico abaixo o poema “Mulher”, que, a meu ver, é uma ode de exaltação à mulher, ao mesmo tempo em que representa uma crítica à cobrança pela eterna juventude feminina. Adélia Prado exprime força e doçura, beleza e resistência. Ela é atemporal, perene e eterna.

Mulheres

Ainda me restam coisas

mais potentes que os hormônios.

Tenho um teclado e cito com elegância

Os Mais, A Civilização Asteca.

Falto alto, às vezes, para testar a potência,

afastar as línguas de trapo me avisando da velhice:

‘Como estás bem!’

Aos 30 anos tinha vergonha de parecer jovenzinha,

idade hoje em que as mulheres ainda maravilhosas se processam

ácidas e perfeitas como a legumes no vinagre.

De qualquer modo, se o mundo acabar

a culpa é nossa.


Eu sou Gra Castro, jornalista, pós-graduada em mkt e comunicação integrada e atuo como assessora de comunicação. Apaixonada por livros desde criança, cuidadora de plantinhas e apreciadora de café forte sem açúcar. Sempre que eu me apaixonar por uma nova obra, virei aqui contar pra vocês. Espero despertar o gosto pela leitura e trazer um pouco de fantasia, reflexão e leveza para os seus dias.

 

Credito foto Adelia Prado: (Marcos Vieira/EM/D.A Press)

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comentários

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  1. Barbosa disse:

    Parabéns GRA! Continue com esse brilhantismo. Você faz por merecer, achei o máximo…
    Bjusss.

  2. Nilza Pereira de Castro . disse:

    Essa é minha filha , parabéns puxou a mãe. Brilhando sempre.

  3. Glênia Aparecida de Castro disse:

    Parabéns Gra,você sempre brilhando.Você vai longe.

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