A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou ter identificado grupo de bolsonaristas extremistas acusado de participação nos atos de vandalismo em Brasília (DF), no domingo (8), além do responsável pelo pagamento do fretamento do ônibus que transportou os suspeitos, de Passos (MG) até a capital federal. O grupo foi preso em seguida aos atos análogos ao terrorismo – Enquanto isso, as forças de segurança de Divinópolis ainda não divulgaram ou nada falaram sobre o assunto, do grupo que seguiu para Brasília e vandalizaram o Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Conforme a corporação, José Márcio de Simoni Silveira, morador de Passos, pagou R$ 11,6 mil, por meio de uma transferência via PIX, à empresa Vale Way Service Santos Turismo Ltda, pelo fretamento do ônibus que levou 26 pessoas para Brasília. As datas de saída da cidade mineira e a chegada do grupo ao distrito federal não foram informadas.
Entre os passageiros, estava o bolsonarista Kennedy Alves, de Alpinópolis (MG), que filmou a si próprio enquanto invadia o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, vandalizado pelos extremistas. Segundo a polícia, Alves teria passagens por tráfico de drogas. Nas filmagens, enquanto permanece no local, o homem incita outros vândalos a se unirem na depredação do equipamento e grita “é guerra”, além de ter questionado o paradeiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chama de “sem vergonha”.
A Polícia Civil ainda não informou quais serão as próximas etapas da investigação sobre a participação dos suspeitos identificados nos atos antidemocráticos do dia 8 deste mês.
A lista da PC não bate 100% com a lista fornecida pela empresa proprietária do ônibus
Confira os nomes da lista da Polícia Civil: *(dois asteriscos)
1 – Aline Cristina Monteiro Roque**
2 – Andreia Ferreira de Sousa**
3 – Bruna Soares S. Freitas* (nome fornecido pela empresa proprietária do ônibus) um asterisco
4 – Cleber Pereira da Silva**
5 – Donizete Prado*
6 – Edmar Miguel*
7 – Eunice Viana Machado**
8 – Francieli Pereira da Silva**
9 – Geraldo Majela Pereira Coimbra*
10 – Gleida Souza de Carvalho Quadros*
11 – Gustavo Henrique Gerônimo**
12 – Jacineura Oliveira Reis**
13- José Barbosa Filho**
14 – Josué Miranda Quadros**
15 – Kariny Silveira*
16 – Kennedy de Oliveira Alves**
17 – Lucivaldo da Silva Fadini**
18 – Maria Aparecida dos Santos Castro**
19 – Maria Aparecida Gomes Lemos**
20 – Marli Aparecida Pereira Silveira**
21 – Patrícia Fernanda Franco Vieira**
22 – Paulo de Mello e Souza**
23 – Paulo Donisetti Marques*
24 – Rodrigo dos Santos Dias**
25 – Tânia Joele*
26 – Tatiane Herle de Castro Souza**
27 – Vera Lúcia de Oliveira Teixeira**
Atos terroristas
No domingo (8), centenas de apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes do STF, do Congresso Nacional, além do Palácio do Planalto. Os vândalos danificaram as edificações, destruíram obras de arte do patrimônio cultural brasileiro, além de mobiliário e equipamentos de trabalho dos edifícios. Houve registro de agressões a policiais e a profissionais da imprensa, além de furtos.
As forças de segurança pública conseguiram controlar a situação, no final da tarde do domingo, após reforço do contingente e o uso de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, além da cavalaria. Um acampamento de bolsonaristas radicais, localizado em frente ao quartel general do Exército, em Brasília, e para onde se refugiou boa parte dos arruaceiros, foi desmontado na segunda-feira (9), com a detenção dos ocupantes da área. Ainda no domingo, o governo federal decretou intervenção, até o dia 31 deste mês, na segurança de Brasília, chancelada pelo Congresso Nacional, na terça-feira (10). O interventor é Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.
Acusado de omissão, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi afastado do cargo por 90 dias em cuprimento de decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF, demitido por Ibaneis Rocha ainda no domingo. Moraes mandou prender também o coronel Fábio Augusto, ex- comandante-geral da Polícia Militar do DF, exonerado pelo interventor Capelli. Até a manhã desta quarta-feira (11), 1.028 pessoas detidas ingressaram no sistema prisional do Distrito Federal. Desse total, 637 homens foram levados ao Centro de Detenção Provisória 2, no Complexo da Papuda. Já 391 mulheres foram encaminhadas para a Penitenciária Feminina do DF.
