Por Laiz Soares: 22 anos de idade, referência em gestão, profissional responsável na área, criadora da própria startup, mentora e palestrante. Parece coisa de filme e uma realidade impossível para um jovem no Brasil de 2022, mas essa é a descrição de Isabelle Salomé, jovem divinopolitana que cresceu no bairro Esplanada.
Isabelle é uma referência para mim quando penso no que desejo para o futuro do nosso país, mas ainda é uma exceção. Porém, tenho esperança que um dia a maioria dos jovens brasileiros alcançarão esta estabilidade financeira ao entrarem no mercado de trabalho.
Lendo a breve descrição do perfil, vocês devem se perguntar: o que a trouxe para esse lugar? Entre outros fatores, um deles foi o ingresso de Isabelle na educação técnica.
Graças ao Jovem Aprendiz, ao Senai e aos cursos gratuitos da internet, Isabelle se capacitou desde sua adolescência e hoje colhe os frutos de tudo o que aprendeu. Sua história me lembra minha própria trajetória e o valor da educação que meu pai sempre me ensinou.
Entendi o valor dos cursos técnicos antes mesmo de saber minha vocação para política. Durante minha adolescência, fiz o curso técnico de Vestuário, no Cefet-MG e mesmo não seguindo na área, pude contar com frutos desses aprendizados para meu currículo, principalmente em meus primeiros anos no mercado de trabalho.
Minha experiência e a experiência de Isabelle vão muito além de histórias individuais. Segundo a pesquisa “Inclusão produtiva de jovens com Ensino Médio e Técnico: experiências de quem contrata”, de 800 empresas entrevistadas 61% delas têm algum gestor que começou a trabalhar na instituição como um jovem com formação técnica em nível médio. Além disso, 42% dos entrevistados informaram que os jovens com formação técnica permanecem por mais tempo no cargo e evoluem.
Na hora da contratação as oportunidades de emprego formal são maiores para jovens com ensino técnico completo, sendo 59% mais altas. Seis em cada 10 empresas dizem que ter feito curso técnico é um diferencial para contratar um jovem funcionário.
Não para por aí, profissionais com cursos técnicos tendem a ter salários melhores do que aqueles sem essa capacitação. Em um momento de crise econômica e alto nível de desemprego o investimento em cursos profissionalizantes de qualidade e gratuitos é para ontem!
A falta de qualificação técnica é o principal bloqueio na contratação de jovens. Como mais vagas e opções de cursos profissionalizantes, veremos um crescimento na população economicamente ativa brasileira e mais qualidade de vida para nossos jovens durante a entrada no mercado de trabalho.