“Toda vez que você for racista com alguém, a pessoa vai chamar a polícia para você e começa por mim!”. A médica formada pela UFSJ em Divinopolis, Isabella Maria, influencer e palestrante das causas raciais e inclusão das pessoas com deficiência e dona do perfil @negritudedejaleco, foi vítima de racismo em uma unidade de saúde na cidade de Juatuba. A médica publicou em sua rede social um vídeo em que mostra detalhes do crime, que ocorreu um dia antes da celebração do Dia da Consciência Negra.
Um homem de terno cinza, não identificado no momento do vídeo, pedia “uma médica da cor dele”, conta a médica que estava em plantão. No vídeo, o homem segurando uma bíblia com a palavra “Jesus” escrita em letras douradas tenta justificar o seu ato com dizendo que o seu avô era negro, mas a médica pontua que isso não justificava a atitude do homem. A médica reforça que o homem devia ter vergonha de sua atitude, mas “na frieza que você tá”, como ela expressa, ele não apresentava arrependimentos do ato.
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O homem, que agora está proibido de entrar na unidade de atendimento onde a médica atende, diz na gravação que “não tenho tempo para perder, porque eu estou indo para a igreja, se a senhora quiser ir la na igreja, a senhora tem meu endereço[…]”, diz o homem se esquivando do questionamento da médica.
A médica relata que se sentiu frágil no momento e agradece o apoio dos policiais que atenderam o seu chamado. Isabella incentivou seus seguidores a agirem e fazerem a denúncia de qualquer ato de racismo e preconceito que sofrerem. Conforme a Lei 14.532/2023, publicada em janeiro deste ano, todo o caso de injúria racial se equipara ao crime de racismo, assim, a pena para este crime é reclusão de dois a cinco anos, além de multa, não cabe mais fiança e o crime é imprescritível.