Lula recepciona 32 pessoas repatriadas de Gaza e faz criticas a ofensiva desmedida de Israel ao povo palestino

Publicado por: Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu pessoalmente boas-vindas aos 32 brasileiros e parentes repatriados da Faixa de Gaza, que chegaram nesta segunda-feira (13) à Base Aérea de Brasília. – Ao lado de Celso Amorim, Silvio Almeida, Mauro Vieira, Flávio Dino e Janja, o presidente brasileiro cumprimentou todos que desceram as escadas colocadas ao lado da aeronave. Em coletiva de imprensa no local, Lula ressaltou que o governo irá fazer todo o esforço da diplomacia para resgatar todos os brasileiros e seus parentes que ainda estão na Faixa de Gaza: “O governo vai cuidar e tentar trazer, seja brasileiro ou parente de brasileiro”.

“Eu já vi muita violência, mas eu nunca vi uma violência tão brutal, tão desumana, contra inocentes. Se o Hamas fez o que fez, Israel comete o mesmo terrorismo. Crianças e mulheres não estão em guerra. Completa destruição de tudo com uma simples bomba, sem ninguém assumir responsabilidade. Que vocês tenham algum dia a liberdade de reconstuir seu país, como os judeus tiveram”, acrescentou Lula, dirigindo-se aos repatriados.

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Hasan Habee, um dos repatriados, falou em nome do grupo, agradecendo o presidente Lula pelo resgate e relatando detalhes do horror que passaram, encurralados na zona de guerra: “passamos fome e sentimos muito medo, o tempo todo, com as bombas israelenses. O que está acontecendo lá é um verdadeiro massacre”.

Após mais de um mês de angústia e apreensão, finalmente, 32 brasileiros e seus familiares conseguiram deixar a Faixa de Gaza e retornar ao Brasil. O retorno desses compatriotas marca uma vitória da diplomacia brasileira após uma série de desencontros com o governo de Israel e muito esforço por parte da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aeronave pousou na Base Aérea de Brasília por volta das 23h30, após paradas no Recife (PE) e na Espanha.

Este foi o décimo voo da Operação Voltando em Paz, do governo federae da FAB, que cumpre mais uma missão de repatriação em áreas de conflito no Oriente Médio. A aeronave VC-2, cedida pela Presidência da República, estava há quase um mês no Egito para o resgate dos repatriados oriundos da Faixa de Gaza. Os outros voos partiram de Tel Aviv, em Israel, e de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam no território palestino da Cisjordânia.Com os dez voos, a Operação Voltando em Paz transportou um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana.

AEL E AS NEGOCIAÇÕES DE MAURO VIEIRA – Com a escalada do conflito entre Israel e a Palestina em outubro, quando o país comandado por Benjamin Netanyahu iniciou uma série de bombardeios na Faixa de Gaza em resposta a um ataque de militantes do grupo Hamas, 34 brasileiros e seus familiares se viram retidos na região. Neste mais de um mês de massacre israelense contra os palestinos, foram iniciadas operações para a saída de estrangeiros da zona de conflito. Os brasileiros, no entanto, foram boicotados nas seis primeiras listas de pessoas que poderiam cruzar a fronteira com o Egito, ao sul de Gaza.

al situação levantou preocupações do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que alertou para o controle de Israel sobre quem poderia deixar Gaza pela passagem de Rafah. Vieira afirmou que o governo israelense fechou a passagem, mesmo após enfim autorizar, na semana passada, a saída de brasileiros.

A CRUZADA DIPLOMÁTICA DE LULA E O RESGATE EM GAZA – Na madrugada do último domingo (12), o grupo de brasileiros finalmente cruzou a fronteira entre Gaza e Egito. A ação coordenada de repatriação, denominada “Operação Voltando em Paz”, foi acompanhada de perto pelo presidente Lula. O governo federal proporcionou apoio logístico e financeiro, além de assistência médica e psicológica aos compatriotas durante seu período de retenção em Gaza.

O presidente Lula se envolveu diretamente durante as últimas semanas, mantendo contatos com líderes de diversos países envolvidos no conflito. Ele atuou não apenas para garantir o resgate dos brasileiros, mas também para buscar uma solução diplomática para o conflito na região.

AS PROVOCAÇÕES DE ISRAEL – Recentemente, o embaixador de extrema direita de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, fez acusações contra brasileiros, tentando ligá-los ao grupo islâmico libanês Hezbollah. Essas afirmações vieram após uma operação da Polícia Federal, em colaboração com o Mossad, que resultou na prisão de supostos terroristas ligados ao Hezbollah. No entanto, a PF contestou as ligações feitas pelo Mossad entre os detidos e o Hezbollah e o Irã feitas por Israel, anunciando uma revisão nos procedimentos de troca de informações com o governo de Israel.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, destacou a soberania brasileira em questões de segurança interna, enquanto a PF expressou desaprovação das declarações do embaixador Zonshine. Em um desenvolvimento relacionado, a presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann classificou de “repugnante” um encontro entre Zonshine, Jair Bolsonaro e parlamentares bolsonaristas na Câmara dos Deputados, que serviu o propósito de difundir propaganda do regime sionista.

A FAKE NEWS SOBRE O ENVOLVIMENTO DE BOLSONARO – Uma controvérsia surgiu ao longo dos últimos dias, com rumores infundados de que Bolsonaro teria influenciado na liberação dos brasileiros. O ministro Mauro Vieira negou categoricamente essa afirmação, ressaltando que todos os esforços foram feitos pelo governo de Lula. Bolsonaro e sua suposta influência foram rapidamente desmentidos por embaixadores e autoridades envolvidas na operação de resgate.

A diplomacia brasileira da atual gestão federal foi quem desempenhou um papel crucial na operação de resgate, monitorando constantemente a situação e garantindo que todos estivessem em segurança. Além disso, Vieira destacou que o presidente Lula continuará se empenhando na busca por um cessar-fogo na região e na promoção de uma pausa humanitária, visando aliviar o sofrimento da população civil palestina.

O RETORNO DOS BRASILEIROS – Nesta segunda-feira (13), a aeronave com os repatriados finalmente chegou ao Brasil. De início, foi realizado um pouso na Base Aérea do Recife. Em seguida, o grupo, composto por 17 crianças, nove mulheres e seis homens, embarcou em uma aeronave da Presidência da República do Brasil rumo a Brasília, para recepção pelo presidente Lula. Nos próximos dois dias, os repatriados ficarão hospedados em instalações na Base Aérea de Brasília. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a hospedagem foi solicitada pela Secretaria Nacional de Justiça. Os quartos são equipados com camas individuais, televisão, mesa e cadeiras, conforme vídeo divulgado pela FAB.

Os brasileiros retornados serão submetidos a um processo de acolhimento e regularização, incluindo apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Alguns serão deslocados para outras cidades no Brasil, onde ficarão com parentes, enquanto outros serão direcionados para um abrigo especializado em acolhimento de refugiados no interior de São Paulo.

O Ministério do Desenvolvimento Social também está garantindo o atendimento das famílias. Aqueles que cumprirem os requisitos, poderão solicitar a inclusão nos programas de transferência de renda, como Bolsa Família e outros benefícios socioassistenciais. Esta será estratégia fundamental para a reinclusão social das famílias brasileiras repatriadas de Gaza.

“Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, assegurou o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho.

Em declaração nesta segunda, Lula chegou a dizer que o resgate dos brasileiros em Gaza foi feito com “muito sacrifício” e que tudo dependia da “boa vontade de Israel”: “Hoje é um dia muito feliz para nós brasileiros. Conseguimos resgatar as 32 famílias que estavam na Faixa de Gaza. […] Tinham 34 pessoas, mas uma mãe e uma filha por assuntos pessoais não quiseram vir. Estamos trazendo o que foi possível liberar com muito sacrifício, porque dependia da boa vontade de Israel, dependia da quantidade de pessoas, que a gente não sabia”.

 

Fonte: Brasil 247

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