Ministério da Saúde informa que Divinópolis e outras 209 cidades tem “coquetel” de agrotóxicos em sua água

Publicado por: Redação

Dados do Ministério da Saúde revelam que 210 cidades, entre as quais Divinópolis foram encontraram todos os agrotóxicos testados na rede de abastecimento de água em 2022. Chamado de “efeito coquetel”, a mistura entre substâncias preocupa especialistas –  As informações são resultado de um cruzamento de dados realizado pela Repórter Brasil a partir de informações do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, com testes feitos em 2022.

A maioria dos exames identificou uma concentração dentro do limite considerado seguro pelo Ministério da Saúde para cada tipo de substância isoladamente. Ou seja, a simples presença de cada agrotóxico em uma amostra não necessariamente acarreta problemas para a saúde.

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No entanto, a regulação brasileira não leva em conta os riscos da interação entre os diferentes tipos de pesticidas. É justamente a mistura de substâncias o que preocupa especialistas ouvidos pela reportagem. Eles afirmam que o chamado “efeito coquetel” pode gerar consequências ainda desconhecidas ao organismo humano.

As detecções ocorreram em amostras de água de diferentes redes de abastecimento dentro dos municípios. Por exemplo, na cidade de São Paulo, cinco agrotóxicos foram encontrados na água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), responsável por prover a maior parte do município.

Já o total de 27 foi verificado em condomínios e empresas da capital paulista com sistemas particulares de tratamento da água. Não houve casos de concentração acima do limite permitido para cada agrotóxico analisado, em São Paulo.

Saúde não regula ‘coquetel de agrotóxicos’

Enquanto a União Europeia impõe um limite para a presença de diferentes substâncias na água, o risco da mistura é ignorado pela normativa do Ministério da Saúde. A pasta teve a chance de regular essa questão em 2021, quando a nova Portaria de Potabilidade da Água foi aprovada, mas tratou apenas dos limites individuais.

O principal argumento é a dificuldade em calcular os efeitos causados pelas diferentes combinações de substâncias químicas na água.

“O ideal seria não detectar, ou seja, não encontrar nada”, afirma Cassiana Montagner, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). “Mas quando há a detecção, ainda que em concentrações menores que o valor máximo permitido, os governos deveriam tomar ações para evitar que esses agrotóxicos apareçam por longos períodos de tempo”, complementa.

Ela destaca que o risco é maior quando o consumo é contínuo, ou seja, quando a presença das substâncias na água persiste ao longo dos meses e anos. Nesses casos, 15 dos pesticidas encontrados estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, disfunções hormonais e reprodutivas.

Segundo a pesquisadora, as estações de tratamento não conseguem retirar os agrotóxicos da água na concentração encontrada no Brasil. Assim, a melhor solução é evitar a contaminação.

A origem do problema é o uso excessivo e indevido dessas substâncias, que ocorre em maiores quantidades em regiões rurais, mas também no paisagismo nas cidades.

“Tudo aquilo que vem sendo colocado no ecossistema, solos e plantações, permanece nos recursos naturais e continua presente em diferentes lugares”, alerta Rafael Rioja, coordenador de consumo sustentável do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que faz alertas constantes sobre a presença de agrotóxicos nos alimentos.

Esta não é a primeira vez que dados públicos levantam alerta sobre a presença de diversos agrotóxicos na água. Em 2019, especial feito pela Repórter Brasil, Public Eye e Agência Pública revelou que 1 em cada 4 cidades brasileiras tinham detectado todos os pesticidas na rede de abastecimento – a quantidade de municípios era substancialmente maior porque o levantamento analisou dados de 4 anos, 2014 a 2017.

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comentários

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  1. Rogério Ramos disse:

    Não acredito na reportagem, pelo visto a única cidade de prestígio ou no ranking das maiores de Minas é DIVINÓPOLIS, portanto deve ser alguma rixa com Cleitinho e é por aí que começa a denegir a cidade cujo irmão é prefeito.
    Falei!!!

  2. Anônimo disse:

    Fiquei 10 DIAS DIVINÓPOLIS, AGORA TENHO DIARRÉIA TODOS OS DIAS

  3. Luis Gonçalves disse:

    A r
    egião de Cláudio mg está incluída entre estes municípios também.

  4. Paulo Reis disse:

    Essa reportagem tinha que ser divulgada em todos os veículos de comunicação de massa, com certeza o governo passado tem responsabilidade, lembraram a utilização indiscriminada de agrotóxicos, inclusive proibidos em diversos países, espero que o governo Lula reveja essa política indiscriminada do uso desses pesticidas, ainda há tempo para corrigir esse absurdos,
    Como fazer para termos os demais municípios ? Foram 209 cidades, mas só divulgaram menos de trinta,
    Parabéns pelos estudos apresentados e pela reportagem,

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