A ficção histórica “A Biblioteca de Paris” acompanha a saga de Odile, uma jovem apaixonada por livros que, a contragosto do pai machista e antiquado, começa a trabalhar na Biblioteca Americana em Paris e se encanta pelo poder da literatura. Com o avanço da guerra e das tropas alemãs sobre a França, a garota e seus amigos acompanham a transformação da charmosa Paris em um lugar hostil, sem cor, sem magia, sem livros.
A narrativa intercala o momento histórico na França com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, ao ano de 1983, em Montana, nos Estados Unidos, quando a garotinha Lily e uma vizinha idosa e solitária desenvolvem uma forte e inusitada amizade. A vizinha misteriosa é Odile que, com as lembranças de suas paixões, inseguranças e arrependimentos do passado, se vê em Lily.
Voltando à França de 1940, quando os nazistas impedem a entrada de judeus nas bibliotecas, Odile e seus amigos, muitos deles estrangeiros que sofrem pressão pra voltarem aos seus países, se arriscam levando os livros preferidos até a casa das pessoas perseguidas e hospitais de campanha, proporcionando alento e sopro de alegria a soldados e feridos da guerra, mas a luta por sobrevivência coloca convicções, amizades e lealdade à prova.
Com o salto do tempo até Montana, acompanhamos o desabrochar de Lily, suas paixões juvenis, o ciúme, a amizade ameaçada por um amor adolescente e a perda da mãe. Lily encontra em Odile, na compartilhada paixão por livros e na curiosidade acerca do passado da vizinha francesa, um forte laço que as une através do tempo.
A Biblioteca de Paris é uma obra que levanta reflexões sobre a força da amizade, o amargor do arrependimento e o poder transformador da guerra. A truculência, arrogância, o medo e a busca por sobrevivência são capazes de mudar o coração das pessoas e abalar até um grande amor.
Um prato cheio para os amantes de romances históricos. Com certeza estará entre os meus favoritos do ano.
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