Exclusivo: “Minha mãe estava em cárcere privado na Vila Vicentina”, lamenta filha de idosa (vídeo)

O Divinews entrevistou quase no final da noite desta última segunda-feira (18), Ângela Almerinda Simão Rios, filha da interna da Vila Vicentina, Vilna Almerinda Simão, ocasião em que ela relatou as barbáries que foram cometidas contra a sua mãe. Obrigando até que sua irmã Ione Almeida Esteves ter que se fazer passar por faxineira para ter acesso ao abrigo. E ao chegar encontrou a mãe de cama, com feridas e necrose por todo corpo, totalmente definhada  – Somente hoje, terça-feira (19), depois do afastamento da duas administradoras da Vila Vicentina, irmãs Adelaide e Alice e após o Divinews em outra matéria, ter divulgado o vídeo que Ione se disfarçou de faxineira, é que a família foi chamada pela nova administração para visitar a idosa Vilna.

Veja o vídeo/entrevista, que por problemas técnicos, as imagens ficaram péssimas. Se atentem somente ao conteúdo, a fala de uma filha sofrida).

Ângela Rios resolveu se manifestar para encorajar que pessoas na mesma situação sua, também façam suas denúncias. Explicou que, antes que outras pessoas critiquem ela e sua irmã, a mãe foi para o asilo por eles não terem condições financeiras de pagar uma cuidadora.

A idosa Vilda Almeida Simão foi primeiro para a Frederico Ozanan, isso antes do inicio da pandemia, local onde era muito bem cuidada. “Lá era tudo perfeito, havia carinho por parte dos funcionários e a mãe adorava ficar lá. Aos fins de semana nós a pegávamos para passar o fim de semana na nossa casa”.

Ângela Almeida Simão Rios contou que a pandemia distanciou a família da idosa, que passou a não poder mais visitar a mãe. Mas que na Frederico Ozanam pela grade era possível vê-la. Porém, com a transferência dos idosos para a Vila Vicentina, se que tivesse tido qualquer explicação, a situação deteriorou muito. “Não conseguimos mais ver minha mãe tem mais de um ano, desde o inicio de 2021”.

Depois de algum tempo é que a Vila Vicentina deu a  ordem que o contato seria por vídeo chamada, por meio do whatsapp. Desde que a interna não denunciasse, pois se assim o fizesse a ligação logo caia e o familiar não conseguia mais falar.

A filha relata ainda que uma das vezes que sua irmã, Ione Almeida Esteves, conseguiu falar com a mãe, ela estava literalmente dopada “Minha mãe não estava entendendo nada do que a minha irmã falava. Estava com o olho caído e com um semblante de quem estava dopado”.

Ela própria, Ângela Almerinda Simão Rios ao falar com a mãe, a idosa começou a chorar e falar que não gostava das moças, e de repente a ligação caiu. Só mais tarde ao conseguir, obteve a resposta que a internet estava ruim.

Ângela narrou a “epopeia” da irmã em ter que se passar por faxineira na casa das irmãs para ver a mãe. E ao chegar  encontrá-la em uma cama, som o corpo cheio de feridas e necroses. E ao filmar foi advertida pelas funcionárias que as duas administradoras não iam gostar. Por isso foi obrigada a apagar um dos vídeos, mas deixou o outro. No retorno da Adelaide e Alice, que estavam na rua, Ione foi demitida. Mas cumpriu o que queria fazer, vê sua mãe.

“Um médico de lá nos ligou e disse que a perna da minha mãe teria que ser amputada – A nossa sensação é que mãe estava em cárcere privado mesmo, pois uma das vezes que tentamos retirar nossa mãe de lá, elas não deixaram. Parecia que minha mãe estava em um calabouço, uma prisão”, contou a filha da idosa.

Parte Financeira

Todos os cartões de benefícios de aposentadorias do INSS ficam em posse da entidade. No dia do pagamento, até então, na administração das irmãs Adeleide e Alice que foram afastadas, funcionários iam ao banco e de posse da senha e retiravam o dinheiro para custear a “estadia” das internas e internos na Vila Vicentina.

A filha da  Vilda, explicou que a idosa como aposentada tinha um empréstimo em andamento, e o desconto referente ao parcelamento tinha que ser reposto para a instituição, que exige o beneficio completo.

Ao final da entrevista, Ângela em um desabafo diz que muita gente pensa que ela abandonou a mãe. Mas não foi isso que aconteceu. Foi sim por falta de condições de ficar com ela. “Meu coração corta em ter que deixar ela lá, mas a gente deixou na confiança, e de repente eles fizeram isso, trocaram ela de lugar e hoje ela está lá toda ferida. Ninguém toma providência, só se fala em higiene e não fala da realidade do que está acontecendo, tem maus tratos sim”

Pede ainda que é preciso investigar. “Sejam realistas com a mídia. Conta para o povo o que está acontecendo”.