É falso que São Lourenço zerou mortes e internações por Covid-19 devido a ‘tratamento precoce’

Publicado por: Redação

É falso que o município mineiro São Lourenço (MG) zerou o número de internações em UTI e mortes por Covid-19 desde o dia 21 de fevereiro devido à adoção de um protocolo de “tratamento precoce”, como afirmam publicações nas redes sociais. Além de a prefeitura ter registrado ao menos três internações e três óbitos de moradores da cidade nesse período, os estudos mais sólidos divulgados desde o início da pandemia rejeitam a eficácia de medicamentos para prevenir ou tratar precocemente a infecção.

Também não é possível confirmar que determinado tratamento funciona apenas com base na observação de internações e mortes. A eficácia de medicamentos é cientificamente avaliada por meio de ensaios clínicos controlados e randomizados, que eliminam ao máximo possíveis vieses que possam interferir na análise. Cientistas e publicações que dizem o contrário, em geral, não levam isso em conta.

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O conteúdo enganoso reunia ao menos 23 mil compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (17) e foi marcado com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social. A peça de desinformação também circula no Instagram, reunindo ao menos 12 mil compartilhamentos, e no WhatsApp, mas, devido à natureza do aplicativo, não é possível estimar seu alcance.

Publicações nas redes sociais afirmam que São Lourenço (MG) deixou de registrar casos de internações em UTI e mortes por Covid-19 devido a um protocolo de “tratamento precoce” que prevê o uso de medicamentos em pacientes logo após os primeiros sintomas da doença. A alegação, no entanto, é falsa, porque nenhum estudo consistente comprovou a eficácia de qualquer droga para tratar precocemente a infecção, e os dados oficiais da cidade mostram que houve ao menos três óbitos e três internações de casos graves desde 21 de fevereiro.

Foi a partir desta data que o prefeito de São Lourenço, Walter Lessa (PTB), disse em vídeo publicado no dia 15 de março nas redes sociais que a cidade não tinha óbitos e internações em UTI de seus habitantes por Covid-19 por causa do uso de azitromicina, dexametasona, ivermectina, vitamina D e zinco. Desde então, a desinformação ganhou tração, mas os dados da própria prefeitura desmentem o prefeito.

O boletim divulgado pela Secretaria de Saúde da cidade indica que, em 21 de fevereiro, duas pessoas estavam na UTI de Covid-19 e o município já havia registrado 47 mortos pela doença. Em 15 de março, de fato não há habitantes da cidade na UTI, mas os boletins entre os dias 22 de fevereiro e 2 de março mostram um caso de internação.

Em 9 de março, o boletim passou a separar os casos confirmados de suspeitos da doença. Desde então, não houve registro de internações em UTI de moradores da cidade entre os casos confirmados para Covid-19, apenas internações em ala clínica.

Já o número acumulado de mortes pela doença no dia da fala do prefeito (15 de março) é de 50 pacientes, três a mais do que no dia 21 de fevereiro (veja abaixo). O registro de três mortes é corroborado pela plataforma de dados do governo de MG e do SUS Analítico, do Ministério da Saúde.

Tratamento precoce. De acordo com o prefeito Walter Lessa, a cidade tem administrado azitromicina, dexametasona, ivermectina, vitamina D e zinco em pacientes que começam a manifestar sintomas de Covid-19.

A dexametasona, por exemplo, é indicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) apenas para pacientes já em estado grave, que necessitam de ventilação artificial. Não há evidências suficientes para recomendar o uso da droga em pacientes não hospitalizados.

Mellanie Fontes-Dutra, biomédica e pesquisadora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), afirmou que a eficácia das drogas deve ser avaliada por meio de ensaios clínicos grandes, controlados, randomizados e cegos para eliminar ao máximo vieses que podem interferir na análise.

“Estudos menores não nos dão evidências definitivas. Podem nos abrir perspectivas apontando que um estudo maior deve ser feito, mas é por meio de estudos clínicos robustos e controlando vieses, que chegamos a evidências importantes para fazer essa análise”, explica.Fonte: Aos Fatos.

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comentários

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  1. Eduardo Gustavo Fernandes disse:

    Estão chamando de mentirosos o prefeito Walter José Lessa, o deputado estadual Bruno Engler a Vereadora e o médico infectologista?mais olhem a resposta, os dados apresentados nesse artigo são os mesmo problemas de Divinópolis, são pessoas de cidade proximas e não de São Lourenço, já passei esse artigo para o deputado Bruno para providências legais….link da resposta as fake news sobre o assunto:https://www.youtube.com/watch?
    v=32MgCXqGdzM&t=24s

    1. Ricardo Vilarinho disse:

      A politização da COVID foi a pior coisa que aconteceu no Brasil.
      Tudo o que Bolsonaro disser vai ser contestado pela esquerda e pela mídia militante anti bolsonarista.
      Não importa o que ele diga, os militantes de esquerda serão contra.
      A melhor coisa que poderia ter acontecido nesse país seria se o Bolsonaro defendesse o lockdown e fosse contra o tratamento precoce.
      Seria uma maravilha. A economia não seria quebrada e não haveria colapso de leitos nos hospitais.
      Infelizmente não dá pra confiar em nenhuma informação da mídia ou dos sites de internet.
      Sempre há uma militância, seja de esquerda ou de direita.
      Ou é a favor do Bolsonaro ou é contra. No caso da mídia tradicional é claro que é totalmente contra, pois ele secou a teta do governo que a alimentava.
      No caso do traíra do Agripino Doria, que não é esquerdista, mas sim oportunista, a oposição ferrenha ao Bolsonaro é a ambição desenfreada pelo cargo de presidente da república.
      E o povo não pode acreditar em mais nada.

  2. marco disse:

    Na cidade que eu moro aqui no Paraná tem o mesmo numero de habitantes que São Lourenco, e tem 3 hospitais com as uti,s lotadas e enfermarias lotadas, mas de 30 leitos só de uti,s fora os leitos que atende pessoas da região, então o que este prefeito falou esta corretissimo perto de outras cidades. Há moro em Cornélio Procópio-PR mais de 500 casos ativos e só…

    1. Ricardo Vilarinho disse:

      A politização da COVID foi a pior coisa que aconteceu no Brasil.
      Tudo o que Bolsonaro disser vai ser contestado pela esquerda e pela mídia militante anti bolsonarista.
      Não importa o que ele diga, os militantes de esquerda serão contra.
      A melhor coisa que poderia ter acontecido nesse país seria se o Bolsonaro defendesse o lockdown e fosse contra o tratamento precoce.
      Seria uma maravilha. A economia não seria quebrada e não haveria colapso de leitos nos hospitais.
      Infelizmente não dá pra confiar em nenhuma informação da mídia ou dos sites de internet.
      Sempre há uma militância, seja de esquerda ou de direita.
      Ou é a favor do Bolsonaro ou é contra. No caso da mídia tradicional é claro que é totalmente contra, pois ele secou a teta do governo que a alimentava.
      No caso do traíra do Agripino Doria, que não é esquerdista, mas sim oportunista, a oposição ferrenha ao Bolsonaro é a ambição desenfreada pelo cargo de presidente da república.
      E o povo não pode acreditar em mais nada.

  3. Luis 14 disse:

    Nosso prefeito , irmao do cleitinho , deve acreditar ate em vacina com microchip

  4. DANIEL COUTO disse:

    O que se vê com os números que vcs. apresentam é que: a situação no geral naquela cidade esta BEM MELHOR que 99% das demais cidades. Com isso, entendo que NÃO É FALSO a fala do prefeito daquela cidade (que é médico).
    Já disse isso aqui algumas vezes: “quando se esta afogando não escolhemos pau pra segurar”. Na situação crítica em que estamos vivendo e sem que os críticos aos tratamentos precoces apresentem outra alternativa, concordo plenamente com os corajosos prefeitos e secretários de saúde que tentam estas alternativas.

  5. António de Pádua fernandes disse:

    Quer dizer que o prefeito é mentiroso.

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