Situação se agrava e Divinópolis passa para nível 2 de epidemia criando Comitê de Combate ao Coronavírus

Janice Soares, Diretora da Vigilância em Saúde de Divinópolis, em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (13), explicou que Divinópolis, ao alcançar 12 casos, deixou o estágio 1 que é caracterizado como uma cidade que “importa” um caso que veio de fora. Como exemplo, os divinopolitanos que vieram da Itália. E passou para o estágio 2, quando a transmissão do vírus se dá localmente, entre pessoas que não estiveram fora do país ou em outro estado, passando de um para o outro –  O secretário de Saúde de Divinópolis Amarildo Silva, informou que ainda em janeiro foi criado em Divinópolis o primeiro grupo de contingência em Minas Gerais para o coronavírus, e que nesta última quinta-feira (12) após uma reunião do grupo foi decidido que o grupo será transformado em um comitê. Segundo ele, por ter uma força mais institucional e ser uma instância maior com poderes deliberativo direcionado às ações relativas ao coronavírus.

Divinópolis já se tornou uma zona de risco, com isso a preocupação com a importação da doença não é mais necessária, De acordo com todos os técnicos e médicos da saúde que estiveram na coletiva, o que resta ser feito agora é que a população siga as recomendações de cuidado com a doença, como fator principal está lavar as mãos constantemente. E também evitar aglomerações.

Rosângela Franco Guedes Ferreira, médica infectologista do hospital São Judas e Hospital São João de Deus, disse que Divinópolis vive um momento muito específico da epidemia, e que até então os pacientes com suspeita possuíam vínculo com outro país. Hoje, como já existem casos confirmados no município foi definido o segundo momento da epidemia onde se tem documentado uma contaminação local.

A orientação é que a pessoa que sentir sintomas fortes, como dor de garganta, tosse e dificuldade para respirar, febre alta procure uma  unidade de saúde. Sendo importante salientar que pacientes que não tiveram manifestação de sintomas ou que apresentam sintomas fracos não devem ou necessitam procurar as unidades, visto que indo até elas é possível que contraiam então a doença.

Não existe mais o termo quarentena e sim isolamento domiciliar,  e que é apenas para os casos suspeitos. Cerca de 80% dos pacientes que iniciaram o tratamento tem expectativas benignas de recuperação. Existe uma preocupação maior com pacientes idosos, diabéticos, hipertensos, cardiopatas, pacientes em quimioterapia, usuários de drogas, etc. que apresentam maior risco de saúde.

Amarildo Sousa, secretário de Saúde, diz que é recomendável que sejam evitadas as aglomerações, tais como reuniões com número de pessoas acima de 20. Além disso também deve ser salientado o uso do álcool em gel e principalmente a higienização das mãos. “É um estado de alerta e não de pânico”.

Já existem cuidados e precauções para o caso de um aumento de casos e necessidade maior de hospitalização, como preparo de leitos e recebimento de kits. O HSJD  tem leitos preparados de  terapia intensiva. Porém, que a população se conscientize quanto a propagação, para que os casos mais sérios sejam em menor quantidade possível, afirmam os técnicos.

Foi recomendado que toda criança que apresentar sintomas não deve ir à escola. A transmissão dentro das escolas tem o risco maior. A criança deve ficar em casa até que esteja melhor. E aionda que não é necessário o consumo excessivo de máscaras de saúde de quem não está infectado. A prevenção é lavar as mãos e se abster de aglomerações. As máscaras devem ser poupadas para os profissionais da saúde. O caminhar epidemiológico e as estatísticas é o que vão direcionar as orientações profissionais. Medidas mais fortes serão necessárias caso a epidemia se mostre de maior proporção.