Pelé enfrentava um câncer de intestino desde 31 de agosto de 2021, quando teve diagnosticado um tumor no cólon (intestino grosso) durante exames de rotina, sendo operado quatro dias depois – Na última internação, dia 29 de novembro, o craque chegou ao hospital com um quadro de inchaço generalizado e uma insuficiência cardíaca descompensada, conforme revelou a ESPN. e a Folha confirmou tais informações.
Dias antes de ir para o hospital, Pelé havia testado positivo para Covid-19, segundo a família revelou.
A Folha revelou, porém, que o Rei já estava sob cuidados paliativos. Como o corpo não respondia mais à quimioterapia, o tratamento foi suspenso, e Pelé seguiu recebendo medidas de conforto, para aliviar a dor e a falta de ar, por exemplo, sem ser submetido a terapias invasivas, como a intubação.
A revelação levou a uma série de homenagens ao ex-camisa 10 da seleção ao redor do mundo, com figuras do futebol e de fora dele mandando mensagens de apoio ao ídolo. O entorno de Pelé, porém, sempre tentou manter o tom otimista.
A situação mudou no dia 21 de dezembro, quando o próprio hospital informou em nota que o câncer, de fato, havia progredido e que o Rei precisava de cuidados no coração e nos rins.
A Folha apurou que desde o dia 21, Pelé estava com dieta zero porque os tumores no intestino, inoperáveis, passaram a impedir que os alimentos e líquidos percorressem o trato gastrointestinal. Ele continuou recebendo soro e oxigenação para manter a saturação.
No sábado (24), véspera de Natal, com a piora da falta de ar, a sedação foi aumentada e havia prognóstico de morte iminente. Cercado pelos filhos, Pelé morreu nesta quinta (29).
A EVOLUÇÃO DA DOENÇA
Desde que operou o tumor de cólon, em 2021, Pelé passou por várias internações no Einstein e foi levado algumas vezes para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), por instabilidade respiratória.
Em janeiro de 2022, ele teve metástases diagnosticadas em uma outra região do intestino, no pulmão e no fígado.
Em fevereiro, quando retornou ao hospital para mais sessões de quimioterapia, precisou prolongar sua estadia após os médicos identificarem uma infecção urinária.
Além do câncer, o atleta sofria com sequelas de três cirurgias realizadas nos últimos anos. Uma para colocação de prótese no quadril e outras duas para corrigi-la. Também sentia dores no joelho, problemas que dificultavam sua locomoção.
ENTENDA O CÂNCER DE CÓLON
O câncer de cólon é um dos tumores mais comuns na população brasileira. Estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) aponta que, neste ano, o Brasil deve registrar 20.520 casos de câncer de cólon e reto em homens e 20.470 em mulheres, e esses números devem subir em 2023.
No próximo ano, a projeção do instituto indica que o país terá 45.630 novos casos de câncer. Segundo o Inca, esse tipo de tumor quase sempre se desenvolve a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede do intestino.
Sabe-se que ele é mais frequente em pessoas que consomem carne vermelha em excesso, têm uma alimentação pobre em fibras, são fumantes ou consomem bebida alcoólica.
Entre 10% e 15% dos casos têm uma origem familiar. No restante, a dieta e o estilo de vida podem ser fatores que contribuem para a doença.
Fonte: Folha