‘Mila’ questiona exoneração de mentirinha de Fernando Henrique, assessor do prefeito de Divinópolis, que custou R$ 71 mil reais aos cofres públicos; para enganar bandidos

Divinews estreia IA - Inteligência Artificial neste surreal caso

Publicado por: Redação

Mila”, a avatar jornalista do Divinews, questiona a exoneração de Fernando Henrique, o assessor do prefeito de Divinópolis  Gleidson Azevedo, que segundo ele, na entrevista coletiva sobre as prisões dos quatro elementos feitas pela Policia Federal pelo crime de tentar se apossarem de recursos públicos do governo federal destinados a Lei Paulo Gustavo, “foi de mentirinha para enganar os bandidos”, mas que custou aos cofres públicos,  em acerto de salário do assessor, R$ 71 mil reais. Ele foi exonerado em um dia e nomeado no outro – O Divinews publicou a noticia, em 26 de outubro de 2023, reportando a  exoneração feita no dia 17 de outubro, com efeitos  partir do dia seguinte, ou seja, no 18 de outubro. Por meio do decreto  15.882/23. Mila, a jornalista virtual do site, avalia que a história está muito mal contada. 

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Contudo, neste mesmo dia, (18/10), foi publicada no Diário Oficial o decreto 5.887/23 com a nomeação dele a partir do dia seguinte, qual seja, 19 de outubro. E de acordo com sua fala, tanto para a imprensa durante a coletiva, quanto possivelmente,  para a Policia Federal, a exoneração foi feita somente para despistar a quadrilha. Quando um dos membros ao ligarem para ele, ele avisou que não poderia fazer mais nada sobre a “treta” do desvio dos recursos, por que tinha sido exonerado. Interessante! Que o membro da quadrilha tenha escolhido exatamente as 24 horas, do tempo que esteve exonerado. E ainda, que nenhum dos quatro membros tivessem consultado a internet neste período e verificado, a exoneração relâmpago.

Outrossim, de acordo com a nota disponibilizada pela prefeitura em seu site, a empresa vencedora da licitação  foi a IGEPP. Verificando no portal da transparência da Prefeitura, o único contrato que a referida empresa mantém com o município foi firmando em 23/08/2023. que o objeto do referido contrato tem justamente a ver com a lei Paulo Gustavo (veja print screen ao final da matéria).

Assim sendo, quando foi a realizada a exoneração do assessor devido as cobranças dos lobistas da quadrilha, por ter sido feito a publicação do edital da licitação, ela já tinha acontecido praticamente há dois meses e o contrato com a vencedora já estava inclusive assinado, inclusive. A fala de Fernando Henrique, não batem com os fatos.

Fernando Henrique nesta exoneração de mentirinha, Fernando Henrique, conforme seu  contracheque recebeu o valor de R$ 71.142,02 em folha complementar referente ao mês de outubro de 2023.

Um dos principais fatos a serem considerados,  e que é estranho, foi  a ausência do secretário de Cultura Diniz Borges na entrevista coletiva. Já que pelo relato de Fernando Henrique, foi Diniz o primeiro membro do Governo a ser contactado pela quadrilha. Por que sua ausência? Onde ele estava no momento da coletiva? Ninguém falou sobre isso? e nenhum jornalista presente questionou. Nas narrativas ele sai totalmente de cena.

É interessante ressaltar que Diniz Borges, como secretário de Cultura, em tese, deveria ter comunicado em primeiro lugar para a Secretária de Governo, Janete Aparecida e não o assessor de gabinete do prefeito, Fernando Henrique. Isso por que, dentro da estrutura organizacional é atribuição da Secretaria de Governo, manter relações mais próximas com as demais Secretarias, ser a titular da pasta, a interlocutora junto ao chefe do Executivo. Assim como foi a atuação de Janete Aparecida, que acumula o cargo de vice-prefeita, com o de secretária de governo, como ela atuou no caso das compras de playballs realizadas pela secretaria de educação, pasta da secretária Andreia Dimas. E que ressultou na CPI da Educação. Por que desta vez foi diferente? O assessor especial do prefeito tomou a frente, e Janete só foi aparecer na entrevista coletiva?

Ah que se pontuar ainda que, de acordo com o relato de Fernando Henrique, logo após o primeiro contato da quadrilha,  eles teriam levado o caso,  por conselho do senador Cleitinho, ao conhecimento da Policia Federal. Contudo, a data deste contato, não foi especificada.

O assessor especial, diz que após o comunicado à PF, a vida seguiu. E a quadrilha começou a pressionar e por essa razão foi decidido fazer a “tal exoneração de mentirinha”.


O Divinews usou um aplicativo de IA (Inteligência Artificial), o “Transcriptor”, que transforma áudios de vídeos, em textos. Contudo, pela entonação da voz do interlocutor existem pequenas correções, contudo,  sem tirar o sentido das frases.

Fernando Henrique: (Primeira fala na Coletiva) 

  • Boa tarde, a todos! É uma história um pouco longa, porque começou em março do ano passado, quando a gente foi procurado por um homem chamado Douglas, que ofereceu uma verba do Ministério da Cultura, que viria da lei Paulo Gustavo de, aproximadamente, R$1.900.000,00. Mas a gente teria que fazer a licitação da forma que ele determinasse, para a empresa que ele indicasse ganhasse e eles iriam tirar 25% de propina e 5% seria até passado para mim, se eu aceitasse participar do esquema. Eu comuniquei ao prefeito imediatamente sobre essa proposta indecente que a gente recebeu,  e a decisão do prefeito foi de procurar a polícia federal para poder fazer uma denúncia.
  • A gente levou esses fatos para a Polícia Federal e continuamos trabalhando aqui na prefeitura. Fato é que a verba de R$1.900.000,00 chegou para a prefeitura e o pessoal ficou cobrando de publicar o edital da parte deles, do jeito que eles tinham, entre aspas, combinado e exigindo que fosse feito dessa forma. Inclusive, até teve uma semana que eu fiquei exonerado para poder tentar fugir da pressão desses bandidos que estavam me colocando pressão para publicar esse  edital.
  • Nesse prazo, a prefeitura tomou todas as providências para poder beneficiar os artistas da cidade com a verba da Lei Paulo Gustavo, da forma correta, da forma como tem que ser.
  • Inclusive, hoje, parece que os artistas receberam o certificado, os projetos que foram aprovados. E esse Douglas fez contato comigo e falou, “ Você fez o termo do jeito que você quis e o pessoal lá de Brasília vai me cobrar os 25% que nós combinamos”. Eu falei, se quiser, pode vir aqui, que eu explico que fiquei exonerado, perdi o controle da situação como desculpa para poder sair fora, porque a gente já tinha levado a situação para Polícia Federal.
  • Mas perderam o contato comigo, já uns 2 meses sem ter contato nenhum com esse pessoal. Na semana passada, recebi um contato no WhatsApp de uma outra pessoa que até então eu não tinha tido contato, mas que eu já conheço porque é de Divinópolis.
  • Falando precisava conversar comigo pessoalmente, que era questão do meu interesse relacionado à política. Inclusive, foi no dia que saiu uma fake news aí que eu tinha arrumado um emprego para a minha ex-esposa na câmara.
  • Até achei que fosse em relação a isso, e falei que estava disposto a conversar o que precisasse, que podia vir aqui na prefeitura e tudo. Essa pessoa não fez mais contato comigo, quando foi na data de ontem, chegou aqui na prefeitura acompanhada do Douglas, foi o primeiro bandido que fez a oferta da cobrança de propina e  junto com mais outras 2 pessoas, um careca, alto, forte.

Logo após uma pequena interferência do senador Cleitinho, Fernando Henrique continuou:

Fernando Henrique: (Segunda fala na Coletiva) 

  • Esse careca, ele estava acompanhando ele, é o servidor do Tribunal de Justiça de São Paulo, ao que parece há 40 anos, salário de quase  R$ 20.000,00, teve aqui ontem e um outro de boné. Nós levantamos na câmera, e esse cara de boné, é extremamente experiente, porque ele não deixou nenhuma das câmeras pegar o rosto dele. A única câmera lateral que poderia pegá-lo por causa do boné, ele sabia onde ela estava, ele tampou o rosto com a mão. Falou que era lobista lá em Brasília e que tinha contato com o Ministério da cultura, da educação, saúde, BNDES, conseguiria arrumar verba em todos esses ministérios.

Fernando Henrique: (terceira fala na Coletiva)

  • Só que verba da saúde, por exemplo, a propina é de 50%. Só da cultura que era 25%, 30%,  por que 5% no caso seria meu. Mas aí ontem foi, tinha muito movimento, estava no gabinete, eu chamei ele  para ir para sala de reunião e logo que a gente sentou esse  que é servidor do tribunal de justiça, salvo me engano, o nome dele é Sandro, já falou: “o papo é reto, eu sou do tribunal de justiça, fui cedido para Brasília, eu me arrumei a verba, você pilantrou a gente, eu vim cá para buscar o dinheiro. Você quis passar a perna, não quis passar o dinheiro para a gente, eu vim buscar o dinheiro”.
  • Aí eu tentei se esquivar, falei:  fui exonerado, infelizmente não tenho o que de eu fazer. Ele falou assim, “quero nem saber”. Outro que estava de boné colocou a  mão assim na cintura. Fazendo menção como se tivesse armado. 
  • Estou na sua cola tem 60 dias, você foi para Florianópolis no final do ano, nem minha mãe sabe que fui  para Florianópolis no final do ano. Não postei nada, eu não costumo postar nada pessoal nas minhas redes sociais, ele descreveu a minha rotina do dia antes de ontem, aonde eu tinha ido, os horários que eu tinha ido, o carro que eu andava, qual era o meu endereço, que eu tenho uma menina, e sabe onde minha menina está.
  • Falando que veio aqui, foi para me pegar e me levar para São Paulo. Só que um dos envolvidos, que era de Divinópolis, e me conhecia, pediu para vim conversar primeiro e que em razão disso, está me dando uma oportunidade de eu pegar o dinheiro. Sai da sala, ficou só um comigo e falou, ó, essa cara é perigosa, é do PCC, no pilantra eles não, pega o dinheiro e devolve para eles.
  • Eu falei assim:  não tenho dinheiro não, não pus a mão no dinheiro, se eu tivesse posto, eu passava tudo, mas infelizmente aconteceu o fato que eu fui exonerado, não pude continuar a  ação que a gente tinha combinado, fazendo assim, porque a gente já tinha denunciado a polícia federal. E o outro de boné entrou de novo, fez mais ameaça, falando que era do PCC, que veio para me matar, e  aí eles foram embora.
  • Imediatamente eu fiz contato com o delegado da polícia federal. Porque na primeira vez a gente já tinha feito para ele. Falei, aquele pessoal que veio a oferecer a verba em março do ano passado teve aqui hoje, aconteceu isso e isso.
  • “Nós já estamos monitorando para ficar tranquilo, que tem uma equipe aí na prefeitura”.
  • A equipe se apresentou para mim, eu fiz todo o relatório para ele, o que aconteceu e então esse o pessoal voltou.
  • Quando foi próximo das 17 h mandaram mensagem, perguntaram, onde vamos encontrar? Eu só respondi que eu estava em reunião e que daqui a pouco eu ia responder.
  • Eu estava na sala da Janete, eles não esperaram, eles subiram.
  • O pessoal da polícia federal já estava lá dentro do gabinete do prefeito.
  • Então, eu fui pra minha sala, recebi eles. Procederam da mesma forma, fazendo ameaças, perguntando se eu sabia o que era cancelar o CPF, meu CPF ia ser cancelado
  • E o pessoal da polícia federal lá esperando um momento pra eu dar um sinal pra eles entrarem e abordar. 
  • Só que eu fiquei com muito medo de dar um sinal pra eles entrarem e  pegar o pessoal ameaçando, porque um deles ficou em pé do meu lado, inclusive encostando a  perna em mim com a mão na cintura, eu falei assim, dá polícia entrar aqui, vamos fazer um barulho, esse cara vai pegar e vai me matar ai não tive coragem, mas logo que eles vieram. A polícia me falou, “nós gravamos tudo, gravamos as ameaças, nos escute para ficar tranquilo e melhor pegar essas caras agora. Vamos pegar esses caras”, na hora que eles descerem, entraram dentro do carro, a polícia abordaram eles saindo do centro administrativo e efetuou a prisão de 4 indivíduos.

Jornalista: Então ontem eles vieram 2 vezes aqui na prefeitura?

  • Fernando Henrique: Às 11 da manhã, depois às 17:00.

Jornalista:  A partir do primeiro contato feito em março, quando surgiram as ameaças?

  • Fernando Henrique: Só agora! O assunto estava morto. Quando eu falei para ele, para o Douglas, o seguinte, infelizmente, não deu para fazer, fui exonerado, né? Não posso fazer nada. Ele falou: ó, beleza pessoal, para mim vai cobrar. Falei quando cobrar você pode trazer, porque eu explicoi o que aconteceu.
  • Fernando Henrique: Eles têm uma OSCIP que participa da licitação e ganha ela e essa Oscip já tem, inclusive, os empresários que dão nota fiscal acima do valor. Vou te alugar um som a R$ 50.000, você emite a nota de R$ 100.000. Então é dessa forma que eles tiraram a parte da propina.
  • Fernando Henrique: É porque eles entenderam, no pensamento deles, entenderam que eu fiz o rolo sozinho, virei as costas e fiquei com o dinheiro pra mim. Tanto é que ontem eles queriam que eu fosse na minha casa pegar R$200.000,00. Você tem uns duzentos mil, sabe porque você tem? Porque você pilantrou, você pegou o dinheiro só para você, pede o  dinheiro para o senador.
  • Fernando Henrique: Nenhum dos dois, que eu tenho conhecimento, tem envolvimento político, não. Os dois, que são de Divinópolis, um deles só que é servidor do tribunal de justiça e o outro é o que se diz integrante do PCC , que eu sou do PCC, eu vou mandar o povo vir cá pegar você e sua família, não sei o que.
  • Fernando Henrique: Eu pedi. Primeiro a Polícia Federal ontem né que deu o apoio tudo e a polícia militar que está me acompanhando hoje minha equipe com informações sobre toda minha rotina e, infelizmente, vai ter que me acompanhar em razão de  eu não saber a extensão, quem mais que está por trás disso? Vou ter que viver um pouco sem privacidade, mas quando a gente está na rua, vai acompanhar. Então é felizmente aconteceu e a gente tomou a decisão de fazer o que era certo, que era denunciar e agora tem que arcar com a consequência.

 

 

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comentários

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  1. Alexandre disse:

    Realmente muito estranho o ocorrido e tbm o tratamento. Parece que há “caroço nesse angu”.
    Vamos ver o desenrolar.

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