Ministro do STF diz que prisão de Lula foi um dos maiores erros do judiciário que se tem noticia no Brasil; fruto de armação da Lava Jato

Publicado por: Redação

Na manhã desta quarta-feira (06), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em despacho assinado, afirmou que a prisão do presidente Lula foi um dos maiores erros judiciário da história do Brasil. Toffoli disse ainda que a prisão do agora presidente foi  “uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos para conquista do Estado”, acrescentou ainda: “sem medo de errar foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF. Ovo esse chocado por autoridades que fizeram desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos”, disse o ministro.

Toffoli escreveu sobre Lula em decisão desta quarta-feira (6) na qual determinou que as provas oriundas dos acordos de leniência da Odebrecht e também dos sistemas Drousys e MyWebDay —respectivamente de comunicação interna e de contabilidade e controle de pagamentos de vantagens indevidas— são imprestáveis em qualquer âmbito ou grau de jurisdição.

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“Sob objetivos aparentemente corretos e necessários, mas sem respeito à verdade factual, esses agentes desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade (vide citada decisão do STF) e fora de sua esfera de competência. Enfim, em última análise, não distinguiram, propositadamente, inocentes de criminosos. Valeram-se, como já disse em julgamento da Segunda Turma, de uma verdadeira tortura psicológica, um pau de arara do século XXI, para obter “provas” contra inocentes”, completou, em duro golpe à Operação Lava Jato.

Logo após a  decisão do ministro, a Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que faz a representação jurídica do governo, anunciou que irá criar uma força-tarefa para apurar “desvios de agentes públicos e promover a reparação de danos” causados por decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O ministro também determinou que a Polícia Federal apresente o “conteúdo integral das mensagens apreendidas na Operação Spoofing, incluindo  todos os anexos e apensos, sem qualquer espécie de cortes ou filtragem” em um prazo de dez dias.

A prisão de Lula foi decretada em abril de 2018, após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar sua condenação no caso do triplex do Guarujá. À época, era permitida a prisão após condenação em segunda instância. Foi com base em tal jurisprudência que o então juiz Sérgio Moro expediu a ordem de prisão do petista.

Lula deixou a prisão após o Supremo rever seu entendimento sobre o cumprimento de pena antes do trânsito em julgado de uma sentença, estabelecendo que a detenção só é cabível após se esgotarem todos os recursos no Judiciário. Depois, após uma cruzada da defesa do petista na Justiça, a Corte máxima reconheceu a suspeição de Moro para julgar Lula, o que anulou as condenações e dinamitou as ações contra o atual presidente na Lava Jato.

Segundo o ministro, as negociações feitas pelos procuradores da Lava Jato no Paraná ‘jamais poderiam avançar para a assinatura’ do pacto nos termos em que foi assinado. “Os Procuradores de Curitiba e os magistrados lotados na 13ª Vara de Curitiba avançaram para efetivamente remeter recursos do Estado brasileiro ao exterior sem a necessária concorrência de órgãos oficiais como a Advocacia-Geral da União, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça e Segurança Pública”, afirmou.

O ministro ainda viu ‘recalcitrância’ quanto ao cumprimento de ordens anteriores, referente ao acesso às mensagens da Operação Spoofing, oficiou à Polícia Federal ‘pela derradeira vez’ para a apresentação do conteúdo integral dos diálogos capturados em meio à investigação sobre o hackeamento de Moro e de procuradores da Lava Jato. Toffoli alertou sobre uma eventual sob pena de incidência no crime de desobediência, em caso de descumprimento da ordem.

Toffoli herdou a reclamação na qual despachou na manhã desta quarta, 6, do acervo do ex-ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou neste ano. O antigo relator do caso já havia proferido uma série de decisões no bojo do mesmo processo, em especial para garantir a Lula e outros alvos da Lava Jato acesso às mensagens apreendidas na Operação Spoofing. Após o Supremo deferir a solicitação do presidente, começaram a aportar no Supremo uma série de pedidos de extensão, feitos por investigados da Operação.

Quando Toffoli assumiu o caso, ele determinou a remessa, ao STF, de uma série de documentos no centro do processo: o acordo de leniência da Odebrecht, as provas do ‘departamento de propinas’ da empreiteira e os autos da Spoofing.

No entanto, o magistrado diz que o pleito ainda não foi atendido – o que, em suas palavras, “comprova dificuldades enfrentadas para se fazer cumprir o enunciado da Súmula Vinculante 14 (que trata do acesso amplo a elementos de prova) nas engrenagens da “operação Lava a Jato”, assim como em outras esferas do sistema de Justiça”.

Nessa linha, o ministro entendeu, a partir das dezenas de pedidos de extensão feitos nos autos, que os motivos que levaram à anulação das provas da leniência da Odebrecht não se restringiam ao caso específico de cada um dos investigados, possuindo um caráter ‘objetivo’, mais amplo. A hipótese fio reforçada após Toffoli questionar o Departamento de Recuperação de Ativos de Cooperação Internacional sobre o acordo de leniência da Odebrecht.

A avaliação foi a de que a anaulação das provas deveria ser estendida a ‘todos os feitos que tenham se utilizado de tais elementos, seja na esfera criminal, seja na esfera eleitoral, seja em processos envolvendo ato de improbidade administrativa, seja, ainda, na esfera cível’. Assim, o ministro proferiu o despacho para não seguir analisando, caso a caso, os pedidos, ‘evitando a multiplicidade de feitos’ na Corte máxima.

 

Fonte: Estadão / Folha / Brasil 247

 

 

 

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comentários

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  1. Leonardo disse:

    Jura né? Kkkkkkkkkkkkk
    Esse é o Brasil da impunidade!
    O sistema é quem manda!
    Abraço a Todes!

  2. antonio disse:

    esse foi o maior erro do judiciário? não, teve outro, os 6 bilhões recuperados para a Petrobrás da suposta quadrilha.
    bom se foi recuperado estes 6 bilhões, é porque foram roubados, ou foram recuperados de pessoas inocentes?

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