Gra Castro – Café com Leitura: Um relato conflitante, cru e extremamente honesto sobre os desafios da maternidade

Publicado por: Redação

Em alusão ao dia das mães, comemorado ontem, o romance “A filha perdida”, de Elena Ferrante, será nossa companhia nesse Café com Leitura,  excepcionalmente publicado nesta segunda-feira (15) –  “Ao se perceber sem a responsabilidade de cuidar das filhas já crescidas que foram morar com o pai, Leda decide viajar de férias sozinha. Com uma escrita fluida, muito simples e direta, em apenas 176 páginas, a autora desnuda verdades dolorosas e inquietantes de uma mulher de meia idade, professora universitária, cujas filhas adultas se mudam para a casa do pai e assim ela encontra a liberdade de desfrutar de sua própria companhia”.

Acompanhada apenas de livros, Leda passa seus dias de liberdade numa praia da Itália de onde, deitada sob o sol, começa a observar uma típica e numerosa família napolitana. O olhar de Leda se concentra, sobretudo, em Nina e a filha pequena, Elena, com sua inseparável boneca. A relação de mãe e filha que a professora assiste atenta desenterra suas mais conflitantes lembranças.

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Numa narrativa que é ao mesmo tempo uma reflexão tocante sobre individualidade e culpa, a autora revela verdades inconvenientes demais sobre a maternidade e desnuda os conflitos que as mulheres que são mães vivem no seu íntimo.

Em meio às suas reflexões e lembranças na sua atuação no papel de mãe, Leda se recorda da própria mãe e da relação que nutria enquanto filha. A trama se baseia nesse emaranhado de recordações, misturadas à observação e interação da protagonista com a jovem mãe de Elena.

Certamente “A filha perdida” faz mais sentido para quem é mãe, mas entendo que a narrativa funciona como um exercício de empatia. Através da jornada de autoconhecimento de Leda, é possível acessar os dilemas, conflitos, desafios, as dores e delícias da maternidade.

É hora de tratar a maternidade sem o romantismo que permeia o tema e trazer à luz a sobrecarga feminina, as renúncias necessárias, a exaustão e a contradição que é a maternidade. Elena Ferrante faz isso de forma genial.

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