Mais uma vez, Aline Bei consegue extrair beleza da dor. Depois da história sensível e poética de seu livro de estreia “O peso do pássaro morto”, mantendo seu estilo autêntico, ao mesmo tempo prosa e poesia, a escritora nos apresenta, em seu segundo livro, “Pequena coreografia do adeus”, a vida, dores, traumas e anseios de uma mulher, desde a infância, até a fase adulta.
O livro é contado em primeira pessoa pela protagonista, Júlia Terra, filha única que, após a separação dos pais, se encontra em completo abandono afetivo. A autora desnuda os sentimentos da protagonista, assim como os de sua mãe, Vera e de seu pai, Sérgio, resultando na apresentação de uma dança de emoções misturadas.
Com a escrita inovadora e visual, Aline Bei, consegue fazer o leitor enxergar as distâncias, escutar os silêncios, ler o que não é dito. A linguagem ritmada nos faz dançar com a protagonista a sua coreografia de sobrevivência em uma vida de desamor e de busca por si mesma.
Júlia é uma garota deslocada de sua própria casa, fora de sua própria pele, mas, durante sua jornada, encontra personagens que são um alento e apoio para suas buscas. Pessoas chegam e partem, mas deixam sua contribuição nessa dança de autodescoberta que a protagonista ensaia para moldar sua caminhada. Na fase adulta, depois de uma longa procura por si mesma, Júlia consegue ter sonhos, vislumbrar um futuro e imaginar uma vida que valha a pena ser vivida.
“Pequena coreografia do adeus” é uma história de desamor e abandono, mas é, sobretudo, uma história de autoconhecimento, auto aceitação, busca por sua identidade, encontro consigo mesma e redenção.
Eu sou Gra Castro, jornalista, pós-graduada em mkt e comunicação integrada e atuo como assessora de comunicação. Apaixonada por livros desde criança, cuidadora de plantinhas e apreciadora de café forte sem açúcar. Sempre que eu me apaixonar por uma nova obra, virei aqui contar pra vocês. Espero despertar o gosto pela leitura e trazer um pouco de fantasia, reflexão e leveza para os seus dias.
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