Vergonha em rede nacional: Cleitinho passa imagem populista, mas dá vexame com discurso raso e sem fundamentos; foge da CPI da Educação (vídeo)

Não que seja surpresa ou novidade, mas Cleitinho Azevedo, candidato ao Senado pelo PSC, deu mais um vexame. Desta vez, em rede nacional, mostrando pra todo país o despreparo de quem visivelmente não entende absolutamente nada sobre o cargo que pretende ocupar.

Cleitinho, irmão do prefeito Gleidson Azevedo, foi um dos entrevistados em uma sabatina promovida pela Band News TV, que durante esta semana entrevista os candidatos ao Senado por Minas Gerais. Ele teve 25 minutos para mostrar, pra todo país, que realmente está preparado para representar Minas Gerais em uma das mais altas esferas do poder legislativo. Mas, ao invés disso, provou mais uma vez que não entende de jurisdição, leis, orçamento público, e nem sequer parece entender o que é papel de um senador.

O vexame começou logo no início da entrevista. Em mais uma das conhecidas tentativas de passar uma imagem populista, Cleitinho fez questão de aparecer vestindo camisa de futebol e boné. Ele inclusive foi questionado ao apresentador sobre isso, e disse que fez questão de usar, nas urnas, uma foto em que está de boné. Pra ele, essa é uma forma de passar uma imagem mais informal e popular, como se de alguma forma isso o transformasse em um político melhor e mais próximo do povo. Que vergonha…

A primeira pergunta feita a Cleitinho foi sobre o fim do Auxílio Brasil, anunciado pelo governo federal. Ao ser questionado sobre a possibilidade de manter o benefício, ele se ateve a respostas rasas, como “Se tem dinheiro, tem que pagar”. Mas foi incapaz de dar sequer um exemplo concreto de como o governo poderia conseguir o orçamento necessário. Em falas evasivas, Cleitinho mostrou, em rede nacional, que não entende de fundamentos básicos, como disponibilidade orçamentária e responsabilidade fiscal. Usando o velho discurso populista, usou aquele argumento batido de que “Se tem dinheiro pra benefício aos políticos, tem que arrumar dinheiro pro povo”, novamente sem conseguir arrumar um argumento sólido e explicar sobre o orçamento federal.

CPI da Educação é assunto nacional

Cleitinho não conseguiu blindar o irmão Gleidson Azevedo, e a CPI da Educação virou assunto nacional. As denúncias de superfaturamento envolvendo a secretaria de educação de Divinópolis agora são conhecidas pelo Brasil todo. E Cleitinho, que usou a própria imagem para “validar” a candidatura do irmão para a prefeitura, não pode se esquivar do questionamento.

Esta semana os membros da CPI na Câmara de Divinópolis aprovaram o relatório final da comissão, que apresenta provas sólidas de que houve superfaturamento de quase R$ 8 milhões envolvendo as compras feitas pela secretaria de educação. No entendimento dos vereadores, a prefeitura foi omissa e errou ao aderir a atas suspeitas de fraude. Os membros da comissão que fazem parte da base do governo, tentaram derrubar a aprovação do relatório, que agora vai ser avaliado em plenário por todos os parlamentares. Nos bastidores da Câmara, o que se especula é que o prefeito Gleidson está articulando apoio de parlamentares para derrubar o relatório em plenário. Mas, como já dissemos em outra matéria, o caso também está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Tribunal de Contas do Estado, e por lá não tem como conseguir um “jeitinho” de blindar o prefeito.

Mesmo diante de tantas provas de que Divinópolis perdeu quase R$ 8 milhões por conta do superfaturamento, em decisões equivocadas e irresponsáveis da prefeitura, Cleitinho e Gleidson continuam a minimizar a situação, como se não fosse papel do prefeito acompanhar as compras milionárias feitas pelo município. E, de forma duvidosa, tentam impedir a investigação feita pela Câmara Municipal. Cleitinho disse, na entrevista pra Band News TV, que o irmão não teve “nada a ver com o caso”. O candidato ao Senado disse inclusive que poderiam fazer uma CPI contra ele mesmo, mas não falou sequer uma palavra sobre as provas apresentadas pela CPI da Câmara.

Durante toda a entrevista as respostas de Cleitinho foram tão ruins, rasas e sem fundamento, que por diversas vezes o apresentador perguntou se o candidato realmente havia entendido a pergunta. Ficou nítida a cara de estranheza do apresentador ao ouvir algumas falas de Cleitinho, que mais de uma vez deu provas de que não sabe o que seria o trabalho dele se chegasse ao senado.

O que Cleitinho certamente não sabe é que, segundo a Constituição Federal, o papel de um senador está diretamente ligado a funções legisladoras e fiscalizadoras. O que a lei máxima do país diz é que os senadores são representantes dos Estados, enquanto os deputados são representantes do povo. Contrariando completamente o que é esperado do cargo que Cleitinho quer ocupar, o candidato diz que, se for eleito, vai defender a diminuição do papel do Estado em vários setores. E, preso ao discurso populista barato, tentou encontrar frases de efeito e falas que o aproximem do povo. Mas o que ele realmente conseguiu foi passar vergonha em rede nacional, e mais uma vez mostrar que não está pronto para cargo que sonha ocupar um dia.

Cleitinho, esperto que julga ser,  mais que qualquer um, logo pegou o gancho do próprio entrevistador da Band, e culpou a transmissão da internet, “que estava caindo”, dizendo não estar entendendo direito as perguntas (sic).