Esquema de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro pode envolver mais membros da família de Ricardo Nunes

Publicado por: Redação

Na manhã desta quarta-feira (08) a operação “Direto com o Dono” , que prendeu o fundador da rede Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, por lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, que chegam a R$ 387 milhões, também teve como alvo sua filha mais velha, Laura Nunes e seu irmão mais novo, Rodrigo Nunes, que é considerado foragido.

A força-tarefa composta por Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais aponta que os dois crimes eram realizados com efeito cascata. Em que, primeiro era feita a sonegação fiscal e em seguida, os recursos eram aplicados em contas de familiares para lavar dinheiro.

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De Divinópolis, a família começou os negócios na cidade. Há dois dias, em sua rede social, Ricardo contou que o início de sua vida como empreendedor foi vendendo mexericas, de acordo com ele, foi no município que ele aprendeu a lidar com as pessoas e se diferenciar da concorrência. “O cliente não gostava de sujar a mão, daí comecei a vender mexerica descascada e me diferenciei da concorrência”, disse na publicação.

A diferença também fazia parte das contas da empresa. De acordo com o Ministério Público, os cofres da Ricardo Eletro teriam sido esvaziados propositalmente para que o recolhimento ao Estado fosse menor do que o convencional (18% sobre o produto), ainda sim, os repasses não eram feitos pela empresa, que sempre renegociava suas dívidas.

O dinheiro então, era repassado a investimentos familiares de diversas maneiras, como explica a Polícia Civil, seja por meio da compra de bens móveis, imóveis ou investimentos gerais em empresas com nomes dos familiares do fundador da Ricardo Eletro.

Segundo o delegado Vítor Abdala, uma das empresas que recebia o dinheiro está no nome da mãe de Ricardo, Marina Nunes, de quase 80 anos, com um investimento nas Ilhas Britânicas.

“Foi mostrado que a empresa tinha faturamento e não recolhia o imposto, além de não preencher seus cofres. Empresas patrimoniais em nome de parentes estavam somente aumentando o patrimônio. “(Como a de sua mãe) que tinha um recolhimento de bens que chegam a R$ 60 milhões”, afirmou o delegado.

Os investigadores acreditam que as ações ilícitas acontecem há cerca de dez anos, com isso, a empresa tem a segunda maior dívida fiscal do Brasil.

Ricardo Nunes, que não pertence mais à empresa legalmente, mas que é suspeito de ainda ter participação, foi preso em São Paulo, mas já foi transferido para Belo Horizonte, enquanto Laura Nunes foi detida em Nova Lima. Rodrigo Nunes era esperado em Santo André (SP), mas não foi localizado até o momento.

A pena para sonegação é de dois anos de prisão, enquanto para lavagem de dinheiro vai de três a dez anos, podendo acumular conforme ações separadas, caso identificado pela força-tarefa.

Ricardo Eletro se pronuncia

Em nota, a Ricardo Eletro informou que “Ricardo Nunes e/ou familiares não fazem parte do seu quadro de acionistas e nem mesmo da administração da companhia desde 2019. A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam o grupo desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça, em 2019.

Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, faz parte de processos anteriores a gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia.

Em relação à dívida com o Estado de Minas Gerais, a Ricardo Eletro reconhece parcialmente as dívidas e, antes da pandemia, estava em discussão avançada com o Governo para pagamento dos tributos passados, em consonância com as leis estaduais”, declarou a nota assinada pelo atual CEO da empresa, Pedro Bianchi, que também garantiu que a Ricardo Eletro se coloca à disposição para colaborar com as investigações.

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