Mesmo em CTI de hospital, Janice Soares alerta população da gravidade do Covid-19 e demostra preocupação na baixa adesão às medidas de isolamento

Desde o início da pandemia de Covid-19, muito se ouve falar sobre fatores de risco. Entretanto, ninguém está imune ao vírus, que avança cada vez mais em Divinópolis e no país. No último Boletim Epidemiológico da cidade, o número maior de notificações do vírus está na faixa etária dos 20 a 39 anos, seguida dos 40 a 59 anos de idade.

Como é o caso da Diretoria de Vigilância Sanitária, Janice Soares, que apresentava um quadro de saúde bom e está sempre praticando exercícios físicos e após sentir falta de ar e sintomas de gripe, procurou o Hospital São Judas Tadeu, na tarde desta última terça-feira (19). Ao ser diagnosticada no local, os médicos orientaram que a profissional fosse internada com suspeita do Covid-19, por que metade do seu pulmão em pouquíssimo tempo já apresentava comprometimento.

Seu quadro de saúde ainda no início da mesma noite em que foi diagnosticada evoluiu, e a diretora precisou ser encaminhada para um hospital, e por ter família em Belo Horizonte e uma irmã que também trabalha no Vila da Serra, para aquele local ela foi encaminhada e logo a seguir deu entrada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) para um melhor acompanhamento .

O mais incrível, é que a Diretora de Vigilância em Saúde, considerada por todos uma guerreira, uma heroína no combate à pandemia da Covid-19 no município, mesmo com um quadro delicado em que sequer pode falar, ela não deixa de se preocupar com a saúde dos munícipes de Divinópolis, e através do Divinews, na manhã desta quarta-feira (20), fez um veemente apelo para que a população deixe de lotar as vias públicas da cidade, deixem de se aglomerarem. Que só saiam em caso de extrema necessidade e sempre de máscaras.

Ao editor do Divinews, Janice afirmou que a doença é traiçoeira e muito silenciosa. Ela explicou que não teve sintomas nenhum. Mas ressaltou que a falta de ar foi o grande sinal, e um pouco de dor de cabeça.  “Acho que o mais importante é o suporte clínico adequado. Se eu tivesse demorado a procurar o serviço de saúde teria sido muito pior. Ouvi nos dois hospitais que passei que as pessoas ficaram muito graves porque demoraram a procurar o serviço”, relata a Diretora de Vigilância Sanitária.

Janice reforça que não é preciso ter febre para procurar uma unidade de atendimento, apenas ter falta de ar ou dificuldade respiratória. “Eu não tive febre alguma. Mas de segunda-feira para terça-feira piorei demais, sentia apenas dores no corpo, mas nada muito intenso e uma tolerável dor de cabeça. Por isso assustei quando optaram pela internação, se eu tivesse deixado para hoje (20), o pulmão teria sido todo tomado”, conta.

A chefe da epidemiologia garante que tomou todos os cuidados necessários como lavar mãos, trocar de roupa quando chegava em casa e reforça ainda mais o pedido para que todos fiquem em casa. Agora, seus três filhos e marido seguem em observações quanto ao aparecimento dos sintomas.