Presidente da UNIMED Divinópolis estima que município poderá ter 2.200 pessoas infectadas, com 22 mortes pelo COVID-19 (veja entrevista)

Publicado por: Redação

O Divinews entrevistou nesta quarta-feira (01), o presidente da UNIMED Divinópolis, o médico Dr. Evangelista José Miguel, que traçou um panorama sobre a pandemia do COVID-19 – De acordo com Evangelista, o Brasil e o mundo passarão por momentos de mudanças e desafios em toda sua cadeia produtiva, com impactos nos modelos da área social e econômica e mesmo político – Como médico, reforçou a continuidade do isolamento social, e que o cenário atual não pode ser subestimado, fazendo uma previsão trágica que em uma mortalidade de 1/10.000 habitantes (0,01%), Divinópolis com 220 mil habitantes, poderá ter 2.200 infectados com cerca de 22 mortes.

 

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1 – Dr. Evangelista, o senhor como Presidente da UNIMED, qual é a sua avaliação sobre o momento que o Mundo, e em especial o Brasil passa?

O mundo e o Brasil vão passar um momento muito especial, de mudanças. Serão desafios muito impactantes na área social, cadeia produtiva, nos modelos econômicos, nos modelos de atenção à saúde, nos modelos políticos!

2 – Existem tantas opiniões divergentes. Umas pessoas querem abrir os seus comércios tendo como foco a economia? Enquanto outras e o próprio Ministério da Saúde recomenda o isolamento social. Tendo em vista que o contágio pelo Covid-19 aumentará e muito, causando algumas centenas, ou até mesmo milhares de mortes. O senhor, agora como médico, qual é a sua avaliação.

Como médico a orientação seria o distanciamento social para diminuir o ritmo de infecção, dando tempo ao tratamento com os respiradores disponíveis, de modo a não deixar a população desassistida, em um cenário que não pode ser subestimado.

A economia vai ter que bancar isso para não haver uma tragédia. Agora o governo e seus estrategistas terão que fazer as contas do impacto social e as consequências do que também deverá ser uma tragédia econômica para a sociedade e ver qual seria maior, dependendo de uma ou outra conduta.

Distanciamento social parcial ou total, observando-se diariamente a mortalidade nacional ou regional. Três fatores, acho, seriam preponderantes nos resultados: o distanciamento, com cuidados individuais; a temperatura (nosso clima) e novas descobertas para o tratamento como medicamentos e vacina. Fica difícil para as autoridades de saúde e as de economia garantirem alguma coisa. Em saúde a gente sempre trabalha com os piores cenários e com margem de erro para mais, não para menos.

E a catástrofe sócio-econômica? Como os governantes deveriam prevenir? Distanciar só idosos e áreas não essenciais da cadeia produtiva? Escolas, Igrejas, Academias, Clubes, Restaurantes, Jogos, Shows, Comércio de Supérfluos? É um risco que tem ser calculado para um lado e para o outro. Acho errado quem defende só um lado.  Contudo, é um dilema complicado. De qualquer forma haverá grande impacto. Com isolamento parcial poderíamos estimar mortalidade máxima de 1/10.000 habitantes dependendo dos fatores acima.

3 – Diante das incertezas e mesmo por medo. Temos notícias que os pedidos de autorizações de cirurgias eletivas, caíram drasticamente?

A orientação para redução de atendimentos de tratamentos eletivos foi feita pelo Ministério da Saúde e também pela ANS para a saúde suplementar e agora passaram a ser DECRETO. O intuito é prevenir ritmo maior de infecção e disponibilizar mais recursos para assistir as pessoas na hora do pico da infecção do COVID-19.

4 – O motivo é realmente medo de entrar em um hospital, e ir para uma mesa de cirurgia, em um momento desse?

O motivo maior é reduzir o ritmo de infecção. Mesmo que o médico e o paciente quiserem não poderão fazê-lo por força do Decreto. Parece-me que é valido até o final de maio, até segunda ordem.

5 -O senhor pode estimar percentualmente, de quanto foi essa queda?

Uma redução de 70 a 80% para consultas, exames e internações.

6 – Finalizando, que cenário o senhor enxerga para os próximos meses?

Para epidemias em si, temos além das variáveis anteriores, diferenças regionais. Dependendo do sucesso das medidas sanitárias, do clima, novas descobertas, poderíamos mortalidade populacional de 1/10.000 habitantes aproximadamente (0,01%). Em Divinópolis com população de 220 mil habitantes, 2.200 infectados com 22 mortes aproximadamente. Ao mesmo tempo, a gente fica torcendo por cenário melhor, mas não podemos esquecer, como médicos, de trabalhar com margem de erro para mais e também saber que muitos fatores podem alterar esta previsibilidade!

Para a economia teremos uma crise mundial. Empregos, cadeia produtiva, comércio, serviços. Todos terão de se unir para uma solução conjunta na recuperação de uma recessão de uns 03 – 04 anos. Os modelos serão todos repensados! Coisas novas também surgirão!

 

Dr. Evangelista José Miguel

Diretor Presidente

Unimed Divinópolis

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