O prefeito de Divinópolis, Galileu Machado, em consequência do pronunciamento do vereador Sargento Elton (Patriota), na reunião ordinária realizada na última terça-feira (16), ocasião em que o edil associou o “georreferenciamento” com o aumento do IPTU; e ainda quis imputar a culpa dos estragos das fortes chuvas e ventos que danificaram a cobertura do camelódromo; além de criticar a gestão da EMOP (Empresa Municipal de Obras Públicas), foi avaliado pelo chefe do Executivo, como sendo o edil desinformado, por ter faltado com a verdade dos fatos, que envolvem os três temas por ele abordado – O oficio endereçado a Câmara, é iniciado com uma frase de Edgar Quinet, um historiador e intelectual francês, quando ele afirmou que: “A democracia tem necessidade de justiça”. E é finalizado com a realidade de que “O exercício do cargo eletivo impões desafios, mas que a condição primeira de homens também é imposta” – Veja a Nota
Abaixo o conteúdo do ofício
A democracia tem necessidade de justiça.
Edgar Quinet
O artigo terceiro, inciso primeiro, da Lei nº 14.310, que dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais estabelece que é dever do militar incentivar e manter a harmonia, a solidariedade e a amizade em seu ambiente social, familiar e profissional. Partindo desse princípio e diante das argumentações infundadas apresentadas pelo edil Sargento Elton, na reunião da Câmara Municipal de Divinópolis do dia 16 de outubro de 2018, faz-se necessários alguns esclarecimentos, uma vez que não condiz com o princípio da gloriosa corporação, base da formação do agora vereador, a irresponsabilidade nas palavras ou mesmo a tentativa de indução da opinião pública.
Dito isso, é preciso esclarecer que ao se referir às obrigações do gestor público como sendo um pacote de maldades, o nobre vereador, talvez por falta de experiência em um cargo executivo, ainda não saiba que para se estabelecer o bem comum e a justiça social são necessárias medidas muitas das vezes consideradas impopulares. Mas são nestes momentos é que se forjam os líderes.
Como, na condição de policial, não se pode temer os criminosos, o gestor também não pode temer a responsabilidade de suas ações. Ao associar georreferenciamento a aumento de IPTU, o vereador tenta induzir a uma situação politiqueira ou mostra desconhecimento das questões públicas. Ora, seria o mesmo que, na linguagem policial, tentar imputar a um agente de segurança, de forma oficial as acusações sem a devida comprovação.
Georreferenciamento é maior que isso, inclusive beneficiando a segurança pública. Mas não cabe aqui detalhar toda utilidade, bastando a quem se interessar pelo assunto buscar o setor competente da Prefeitura, principalmente quem anseia se tornar ocupante de um cargo eletivo e que, por obrigação, tem que ser conhecedor do tema.
Sobre as críticas ao Poder Executivo local em decorrência da forte chuva que assolou Divinópolis neste ano, antes de buscar culpar alguém, o vereador deveria se solidarizar com todos os atingidos. E, se mesmo assim quiser culpar alguém, que o faça de forma, no mínimo, lógica e justa. Até mesmo porque ao anunciar inverdades o vereador lança mão de fatos improcedentes.
Como se tivesse uma bola de cristal, tenta adivinhar que o Prefeito teria visitado o camelódromo na manhã seguinte aos estragos provocados pela chuva. Se não bastasse a mentira de tal afirmação, o vereador novamente tenta usar de informações inverídicas para lançar seu rancor contra o prefeito e tentar induzir a população ao erro.
Sobre a questão da Emop, estranha o fato de o vereador falar da empresa como se falasse da Prefeitura. Novamente o vereador mostra desconhecimento da questão pública, atendo-se somente aos confetes. Não vamos cobrar aqui que o vereador não tenha aprendido nestes dois anos de mandatos como se dá a constituição de uma empresa pública ou uma organização social, instrumentos legais amplamente usados hoje. Porém, ao misturar a questão da Emop com o concurso público realizado pelo Município deixa em dúvida a capacidade de acompanhamento de uma máquina tão complexa como a gestão pública. O concurso proposto para a Emop, que cobre função não existente mais no organograma da Prefeitura, ainda não aconteceu, dependendo ainda de aprovação da própria Câmara.
Por fim, a Administração Municipal espera apenas que estas colocações sirvam como reflexão para o nobre edil e possa pautar suas colocações futuras. Todas as vezes que estas encontrarem eco no interesse do bem comum, mas com ressonância na verdade e na legalidade, terão o amparo desta Administração.
Finalmente, pelo que foi expressado, o nobre Vereador mostrou-se totalmente desinformado sobre as questões por ele abordadas. O exercício do cargo eletivo nos impõe desafios. Mas a nossa condição primeira de homens também os impõe.
Atenciosamente,
Galileu Teixeira Machado
Prefeito Municipal