Bastidores da política: sessões da Câmara de Divinópolis em 21 e 23/11; trapalhadas e artimanhas infinitas

Publicado por: Redação

Como já é de conhecimento da maioria,  principalmente os interessados na política local, já que a segunda sessão polêmica da Câmara de Divinópolis aconteceu na última quinta-feira (23), quando foi colocado em votação pedidos de investigações formulados pelo cidadão João Martins, contra os vereadores Hilton de Aguiar, Josafá Anderson, Israel da Farmácia e Rodyson Kristinamurti, que o plenário rejeitou a admissibilidade de todos os citados,  incluindo ainda os nomes de Rodrigo Kaboja e Print Junior, que já tinham sidos alvos de pedidos semelhantes feitos  pelo Sargento Elton e o advogado Eduardo Augusto, que foi a plenário na reunião de terça-feira (21), quando todos os 15 vereadores presentes, exceto o presidente que não vota,  aprovaram a investigação dos dois, acusados que foram, de corrupção por terem negociado com empresários, projetos de mudanças de zoneamento urbano em troca de “propina”. O fato é que, os resultados das votações  das duas denúncias, não são mais novidade, é matéria jornalística  vencida. O que não é de conhecimento amplo da população foram as trapalhadas e artimanhas dos bastidores. 

Pedido de Investigação do advogado Eduardo Augusto e Elton Tavares

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Embora as denúncias contra os vereadores Print Junior e Kaboja tenham sido formuladas por Elton e Eduardo,  por trás está a AACO – Associação dos Advogados do Centro-Oeste de Minas, da qual Eduardo Augusto é presidente,  que tem como fundador da entidade, Sergio Martins, advogado de Gleidson Azevedo, que foi o formulador das denúncias contra todos os vereadores no MP. No caso de Print e Kaboja, ele  anexou  gravações de conversas dele mesmo com Kaboja e o empresário Nicácio,  com falas de confissões de cometimento de corrupção em mudança de zoneamento urbano.

Pedido de Investigação de João Martins

O pedido de investigação protocolado pelo cidadão João Martins, contra seis vereadores, incluindo Print Junior e Kaboja, se baseou no oferecimento da denúncia do MP à  Justiça, que embora o prefeito tivesse alcaguetado também os vereadores Hilton de Aguiar, Josafá Anderson, Israel da Farmácia e Rodyson Kristinamurti, o órgão ministerial entendeu não ter provas eles, e ao fim a Justiça arquivou o processo.

Os bastidores  informaram que João Martins fez o pedido, mas de fato,  quem esteve por trás o articulando teria sido o ex-vereador Adair Otaviano que, como suplente  tem  interesse direto que Hilton de Aguiar, seu companheiro de partido no MDB, perdesse o mandato, para ele assumir a cadeira.

Daí, a participação ativa de Adair  durante a votação, assim como aconteceu com outros suplentes, Washington Moreira, do PV que tem  Rodyson na presidência do partido, igualmente acusado pelo prefeito de receber propina; César Tarzan, que já havia votado pelo “Sim” em outro pedido de investigação contra Print Junior, apenas reforçou o voto . Para encerrar os que almejam os lugares dos titulares, Ricardo Fabricio, do PDT,  suplente de Israel da Farmácia, votou SIM e disse sentir vergonha da Câmara.  O único voto NÃO, que não quer o lugar do titular da cadeira do CIDADANIA, foi da suplente do vereador Josafá Anderson, Patrícia Paula Pedrosa. E por que não quer? Simples! Ela é assessora do deputado Eduardo Azevedo,  irmão do prefeito, ambos primos do Josafá.

Articulação de salvamento do Governo

Após a admissibilidade de investigação de Print e Kaboja, na última terça-feira (21), no dia seguinte, quarta e quinta-feira, antes da sessão ordinária, o movimento na Avenida Paraná aumentou consideravelmente, com o sobe e desce de vereadores para buscarem  instruções sobre como se daria o salvamento dos “parlamentares” da base do governo, especificamente, Josafá Anderson, primo do prefeito, e Israel da Farmácia, que, ganhou ainda mais relevância na presidência  da Câmara, com a fritura de Print. Em que pese as fortes evidências  levantadas pelo MP, mas é fato que,  o componente político do prefeito contra ele pesou mais.  Nunca foi só por corrupção.

Hilton de Aguiar, desde sempre foi base desta administração, assim como foi de Galileu Machado. Mas estava que meio solto, às vezes fazia umas gracinhas de ser oposicionista. Tinha um processo de vai e volta no apoio à administração. O Governo com isso estava meio  confuso, se o colocava no pacote de salvamento, ou não. Porém, apavorado que estava jurou fidelidade eterna e por isso foi incluído no pacotão de salvamento.

Com relação a Rodyson Kristinamurti (PV), o Rodyson do Zé Milton, a vontade do Governo era fritá-lo mesmo, já que ele nos últimos meses ele se tornou forte oposição à administração de Gleidson. Principalmente depois da eleição da agora deputada Lohanna França (PV), que é do seu partido. Contudo, ia dar muito na cara não salvá-lo. Por isso decidiram salvar todos os quatro.

E por que na denúncia do João Martins, os dois,  Print Junior e o Kaboja estavam no pacote do Governo, do voto NÂO, ou seja, que não fossem aprovadas as investigações contra eles? Segundo explicações dos vereadores Flávio Marra e Roger Viegas, o primeiro, declaradamente oposição e o outro independente, às vezes oposição. É que, se votassem SIM, e as investigações fossem aprovadas contra os dois. Seria necessário formar uma nova comissão processante, que criaria conflito com uma outra,  já nomeada por pedido de Elton Tavares e Eduardo Augusto, comissão essa composta pelos  governistas vereadores Zé Braz e  Ney Burguer, com  Edsom Sousa de “intruso”, que sozinho como oposição,  é previsto que enfrentará muitas dificuldades  em aprovar alguns requerimentos dentro da comissão.

As justificativas de Flávio e Roger, como ouviu o Divinews, em votar NÃO, são questionáveis, isso por que, o placar NÃO era bem superior ao SIM,  sem os dois, em todas as votações, os seriam 11 votos

Somente os vereadores Ademir Silva e Edsom Sousa votaram SIM, pela admissibilidade das investigações, contra todos os citados no pedido formulado por João Martins.

Placar

Kaboja = 13 NÃO x 2 SIM (Ademir e Edsom)

Print = 13 NÃO x 3 SIM (Ademir, Edsom, César Tarzan)

Hilton =  12 NÃO X 3 SIM  (Ademir, Edsom, Adair Otaviano)

Rodyson = 12 NÃO x 3 SIM ( Ademir, Edsom, Washington Moreira)

Josafá = 13 NÃO x 2 SIM ( Ademir, Edsom ) A suplente Patrícia Pedrosa, votou não

Israel da Farmácia = 12 NÃO x 2 SIM ( Ademir e Ricardo Fabricio)

Regimento Interno

Existem dúvidas que pairam no ar e podem ser objeto de judicialização. A primeira foi o fato da inversão da pauta, entrar para apreciação em plenário, o segundo pedido protocolizado ao invés do primeiro. e a legitimidade da presidência em encerrar uma sessão.

Quando o vereador decano da Câmara, Edsom Sousa foi convocado para assumir a Presidência, em  substituição ao presidente em exercício, vereador Israel da Farmácia, por ele também ter sido citado na denúncia de João Martins. Edsom avaliando que o Regimento Interno havia sido “rasgado”, já que pelo  seu entendimento era ele quem deveria estar presidindo a sessão desde o seu inicio e não apenas na votação de Israel, ele decidiu pedir o encerramento da sessão.

A decisão de Edsom foi ignorada, e sem o apoio jurídico da Procuradoria e com os técnicos dos legislativo continuando a seguir o rito. O presidente Israel retornou a cadeira fisicamente e sem revogar a nomeação de Edsom na Presidência,  nomeou o secretário Zé Braz para a presidência e o novato Breno como secretário e a votação seguiu.

Existe ainda o entendimento que tudo foi errado, quem deveria ocupar a presidência, seria o vice-presidente. Porém, como esse cargo está vago, a sequencia normal seria que o 1° secretário ocupasse direto a cadeira de presidente e o 2° Secretário assumisse a leitura do expediente no lugar do 1° secretário. Edsom só deveria ter assumido se os três sucessores do presidente não estivessem presentes.

Investigações e CPI contra o ex-prefeito Galileu 

Foram seis pedidos de investigações contra o ex-prefeito Galileu Machado, que se um único tivesse sido aprovado seria impeachment.  Em um único ano, 2018  foram dois pedidos, maio e dezembro. O primeiro feito por membros da  AACO, a associação fundada por Sérgio Martins. O segundo  pedido, feito pelo sargento Elton Tavares, com as assinaturas do então vereador Cleitinho Azevedo, hoje senador, e pela também então vereadora Janete Aparecida, atual vice-prefeita de Divinópolis, além de Edsom Sousa e Roger Viegas.

Em 2019 foi a vez do SINTRAM protocolar um outro pedido de investigação, que só não prosperou por que a procuradoria da Câmara apontou irregularidades na formulação da denúncia e o sindicato decidiu retirar a denúncia e não retornou com ela. Ainda neste mesmo ano, novamente, Elton Tavares protocolou outro pedido contra o ex-prefeito Galileu Machado. E para finalizar, em outubro foi a vez do vereador Edsom Sousa protocolar o sexta pedido.

Investigações e CPI da Educação contra Gleidson Azevedo

Foram feitas três denúncias contra Gleidson Azevedo, a primeira protocolada pelo enfermeiro Adílio de Castro, por contínuas contratações de agentes de saúde, sem concurso público. A segunda,  por João Martins, o mesmo que protocolizou denúncias contra os seis vereadores, pela inexistência do Plano Municipal de Saúde, que deveria ter sido apresentado no primeiro ano do governo. A terceira denúncia resultou na CPI DA EDUCAÇÃO, por  adesões de atas de preços para compra de materiais com preços superfaturados, entre eles o mais emblemático, os playbals comprado por quase R$ 10 mil reais cada um.

Um peso duas medidas

Há que se observar que, a AACO, assim como o Sargento Elton não tiveram o mesmo entendimento de cuidado com a coisa pública, que atuam em defesa dos cofres e contra a corrupção. Não fazem qualquer critica pública ou denúncia que envolva o atual prefeito, não falam “A”, ao contrário de como procederam com o ex-prefeito, quando foram verdadeiros  “Tigrões”.

Gleidson x Print

O relacionamento entre o prefeito e o vereador Print Junior, logo no inicio do mandato de Gleidson era de paz. Tanto é que, ambos chegaram a estarem juntos em  viagem para Caldas Novas. A partir da denúncia do vereador Ademir Silva da adesão da Prefeitura à atas superfaturadas para aquisição de brinquedos e materiais para a secretaria de Educação, posição também encampada por Print Junior apoiando a CPI instaurada e posteriormente ter colocado seu nome como candidato a sucessão de Gleidson é que a relação azedou com todo clã, que não admite oposição, muito menos críticas a qualquer ato deles.

Gleidson, Kaboja e Print

O vereador Rodrigo Kaboja, que ao longo de toda sua carreira política nunca soube ser  oposição, sempre foi governista, acabou se aproximou de Gleidson, o levando várias vezes em sua casa em Ermida lhe patrocinando almoços e churrascos. Kaboja se gabava de ter acesso irrestrito ao gabinete do prefeito em qualquer dia e a qualquer hora. O que ele não sabia era que,  Gleidson se aproveitando do jeito de Kaboja ser, falar tudo que lhe vinha a cabeça sem se preocupar com as consequências, e até mesmo aumentando casos para se valorizar diante do interlocutor, estava usando para o prefeito atingir seu maior alvo, Print Junior, a partir do momento que se tornou seus potencial adversário para 2024. Por isso Kaboja foi denunciado por Gleidson, já que para atingir Print, não tinha como poupar Kaboja, que em sua oitiva no MP, desta vez, oficialmente se calou, se reservou ao direito de permanecer calado.

Kaboja, que nos bastidores circulavam boatos, até então nunca comprovados, de que ele constumazmente vendia projetos e aprovações de mudanças de zoneamentos urbanos para empresários, e a propina recebida era distribuída entre alguns vereadores, que aceitavam participar do esquema. Mas o fato é que, a aprovação de tais projetos, na maioria das vezes eram aprovados por unanimidade dos vereadores, sob a justificativa de que a empresa proporcionaria desenvolvimento para a cidade e geraria “x” empregos.

 

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comentários

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  1. Maria Regina Rodrigues disse:

    UAI E PORQUÊ OS SENHORES EDUARDO AUGUSTO E ELTON TAVARES SÓ PEDIU INVESTIGAÇÃO DE DOIS E DEIXOU OS OUTROS DE FORA ?!? ELES TEM QUE VIR A PÚBLICO PRA ESCLARECER.

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