A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na manhã desta terça-feira, 14/11, a operação “Illusio” de combate a fabricação clandestina e contrabando de cigarros. Ela é uma parceria entre a Polícia Federal (PF), Receita Federal do Brasil (RFB) e o Ministério do trabalho e tem como foco a desarticulação de fábricas clandestinas de cigarros paraguaios. A operação tem como peça central uma fábrica localizada em Divinópolis, onde trabalhadores eram submetidos à situação análoga à escravidão.
A operação visa cumprir medidas de sequestro de bens e valores contra 38 pessoas físicas, 28 pessoas jurídicas, somando um total de R$ 20 milhões do crime. Para a realização da operação estiveram envolvidos 165 policiais federais que cumpriram 59 mandados de prisão e busca e apreensão. Na cidade de Nova Lima, foram encontrados 15 trabalhadores paraguaios aprisionados em local sem janelas e ventilação.
Conforme dito em coletiva, as investigações da Operação Illusio vinham sendo realizadas há cerca de um ano, quando as primeiras informações chegaram até a PF por meio da RFB. Assim, com o propósito de desarticular a quadrilha, como o dito pelo Delegado de Polícia Federal Dr. Daniel Souza Silva “Essa operação de hoje visa justamente desarticular toda essa organização criminosa, porque a gente conseguiu identificar toda a linha de produção, desde aquelas pessoas que trazem os insumos, os motoristas, os verdadeiros proprietários, até aquelas pessoas que trazem os paraguaios aqui para trabalhar, motoristas, todo mundo que trabalha com essa logística foi identificada na operação de hoje”, explicou em coletiva.
Estima-se que esta se trate de uma das maiores quadrilhas de falsificação de cigarros do país. Com uma fábrica localizada em Divinópolis, a quadrilha chefiada por um empresário de Barueri/SP, trazia os paraguaios clandestinamente, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão, com a liberdade tolhida, permanecendo reclusos, sob vigília, e incomunicáveis, por vários meses, no interior dos estabelecimentos. Além disso, também foram identificados dois centros de armazenamento e distribuições, sendo um em Para de Minas e outro em Nova Serrana.
Atuação da PF na Operação Illusio e penalidades
A operação cumpriu 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Justiça Federal em Belo Horizonte/MG, em residências, galpões e empresas nas cidades de Manaus/AM, Capim Grosso/BA, Belo Horizonte/MG, Divinópolis/MG, Itaúna/MG, Nova Lima/MG, Nova Serrana/MG, Pará de Minas/MG, Pitangui/MG, São Gonçalo do Pará/MG, Barueri/SP, Carapicuíba/SP, Indaiatuba/SP, Osasco/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Caetano do Sul/SP, São Paulo/SP, Taiuva/SP e Nova Ipixuna/PA.
Conforme os crimes que forem enquadrados, os presos poderão receber penas como:
- Organização criminosa – 8 anos;
- Contrabando de cigarros – 5 anos;
- Descaminho de maquinário – 4 anos;
- Tráfico de pessoas – 8 anos
- Trabalho escravo – 8 anos;
- Falsificação e uso de documento particular falso – 5 anos;
- Crimes contra as relações de consumo – 5 anos e;
- Lavagem de dinheiro – 10 anos.