Divinópolis: Empresários seguem sendo ouvidos no MP, “é um entra e sai” – “Adote um Bem Público” corre risco, por receio dos “bons corações”

Segundo o Divinews apurou por meio de fonte, tem sido frequente o entra e sai de empresários no prédio do Ministério Público, que é vizinho a Câmara de Vereadores. O motivo das oitivas é em consequência das gravações às escondidas que o prefeito Gleidson Azevedo fez de vários vereadores e empresários as entregou ao órgão ministerial –  O fato é que, por uma frase criada por Leonel Brizola que,  “a política ama a traição e odeia o traidor”, Gleidson passou a ser mal visto e mesmo odiado, tanto no meio político, quanto no empresarial. Empresários têm evitado contato com o “prefeito *Juruna”, com receio de que sejam gravados, e a frase mesmo republicana seja tirada de contexto, e lá estariam eles tendo que se explicar ao MP e depois à Justiça.

Gleidson, se antecipando, fez um vídeo de defesa preventiva, sobre a existência de uma suposta gravação que envolveria ele e seu assessor de gabinete Talles Duque pedindo dinheiro a vários empresários.

No teatro de terceira categoria, os dois encenam:  “Agora, até o Talles, meu chefe de gabinete, virou alvo de perseguição da oposição. Estão falando que vão soltar vídeos meus e do Talles pedindo dinheiro para empresário, R$ 2 mil, não sei o quê… Sempre pedi aos empresários mesmo, gente. E vou continuar pedindo. Sempre pedi para poder adotar, poder reformar, poder pagar um calçamento, poder pagar a mão de obra. Está ficando feito. Até o Talles, meu anjo negro?”.

Após a divulgação do conteúdo, o vereador Flávio Marra enviou denúncia ao  MP pedindo uma investigação aprofundada sobre o caso. Contudo, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público o informou que o assunto estaria afeto a Procuradoria-Geral do MPMG, em Belo Horizonte. Com isso, Flávio decidiu ir ele mesmo protocolizar a denúncia direto na capital.

As gravações feitas de forma ilegal por Gleidson, e por isso elas poderão ser rechaçadas pela Justiça,  pela forma como foram obtidas, ao serem entregues ao MP resultou no afastamento do mandato do vereador Kaboja que está proibido de entrar na Câmara e Print Junior, da Presidência do Poder Legislativo, que tem analisado o fato como algo muito estranho politicamente, com cheiro de armação e influência de poder, haja vista que ele é um potencial candidato a enfrentar o prefeito Gleidson e todo o clã, incluindo o senador Cleitinho, nas urnas em 2024.

A tal “armação política” montada por Gleidson se transformou em um verdadeiro tiro no pé. O prefeito mostrou que é capaz de “entregar de bandeja as cabeças”, até de quem se pensa ser aliado dele. Afinal, quem será o próximo alvo do prefeito, qual vereador ou qual empresário?

Agir dessa forma inconsequente coloca em risco um dos poucos programas exitosos da gestão de Gleidson, por um projeto aprovado, de autoria de Print Junior.  Empresários que patrocinavam o projeto “Adote um Bem Público” agora estão com receio de manter uma ligação próxima com a prefeitura e, no futuro, as doações serem interpretadas pelo MP como sendo algum tipo de favorecimento ilícito, uma moeda de troca.

A investigação do Ministério Público em andamento, acendeu o alerta e aumentou a preocupação dos empresários. Será que mais alguém teve conversas gravadas pelo prefeito e entregues ao MP? Como saber se Gleidson não irá escolher trechos das conversas e retirá-los do contexto, como fez antes, para “jogar na fogueira” até mesmo seus aliados? Será que ainda dá para confiar e se aproximar do prefeito? São perguntas que os empresários da cidade tentam responder.

 

*Juruna era um índio, que foi eleito deputado, pelo estado do Rio de Janeiro, ele costumava andava com um gravador a tiracolo, para qualquer lugar que fosse, a exemplo do que faz o prefeito Gleidson Azevedo, com seu celular.