Análise do biólogo Lucas Oliveira dos Passos: A capivara, o menino e o IBAMA

Publicado por: Redação

Diante do caso que viralizou nas redes sociais, da capivara Filó que até então, ainda está sendo cuidada carinhosamente pelo jovem ‘TikToker’, Agenor Tupinambá no Amazonas, que foi multado pelo IBAMA entre outros motivos pelo manuseio do animal Silvestre, o que é proibido por lei, o Divinews ouviu o biólogo formado pela UFRJ e professor de biologia, o carioca Lucas Oliveira dos Passos – Que fez uma análise levando em consideração três aspectos, um pela ótica do jovem cuidador, o Agenor; um outro como o próprio animal se sente em receber comida e cuidado de um humano; e uma terceira análise, o  importante papel que o IBAMA cumpre na fiscalização do meio ambiente – Lucas lembra que diante da lei animais silvestres não podem ser retirados dos seu habitat natural e muito menos serem tratados como pets, como está sendo feito com a Filó,  e ainda que, a alta exposição do episódio nas redes sociais, incentiva com que outras pessoas passem a fazer o mesmo, e com isso cometam crime ambiental. Porém, por outro lado avalia também que o IBAMA, embora realize um importante trabalho de controle, errou na dosagem da multa de R$ 17 mil reais aplicadas ao digital influencer do Amazonas, enquanto para outros crimes até mais graves ficam eles ficam omissos. 

O biólogo diz que o menino cuidar da capivara é bonitinho. Mas as pessoas não podem interferir em absolutamente tudo no que diz respeito ao ambiente, mesmo que queira ajudar. Ainda mais tratar uma capivara como se fosse um pet, vai além de querer ajudar. Por que o suporte na alimentação do animal entre outros cuidados cria outras implicações de um desequilíbrio do meio ambiente, por que a capivara deixa de cumprir o papel dela que é espalhar sementes e com isso compromete a flora e a fauna.

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Sob o ponto de vista do próprio animal, Lucas diz que: “Imagina você é um filho de capivara que perdeu a mãe e encontra um outro bicho, no caso o homem, que se aproxima e lhe dá carinho, abrigo e comida fácil, que não será mais preciso ir a caça para procurar. Para o animal isso é perfeito. Ele vai preferir passar a viver com o garoto. Embora o menino diga que ela pode ir embora na hora que quiser. Mas ela não vai querer sair dali, por que tem comida na hora que quiser e de forma farta e fácil”, pontuou o biólogo, que completa: “Neste ponto, segue o biólogo é que entra a problemática do contato do homem com o animal”.

O exemplo de Agenor ao pegar o animal vai estimular que outas pessoas, ao encontrar animais “fofinhos” também o façam. Porém, animais silvestres não podem ser pegos para criar em cativeiro, é proibido por lei. E nem mesmo o pombo que vive em área urbana, isso pode ser feito, já que ele é considerado silvestre.

Lucas reforça que a capivara na floresta busca alimentos e essa busca tem um papel no ecossistema, como por exemplo ela disseminar sementes em seus habitat natural, que impacta diretamente a flora e a fauna. Citou também o hábito que os humanos tem de alimentar macacos/micos nas florestas. Isso faz com que eles deixem de buscar na natureza e passem a procurar com os homens, nas lixeiras e isso cria um desequilíbrio. Por exemplo, “aquela planta que depende dos macacos para se espalhar e reproduzir, isso não vai acontecer, e o ciclo normal da natureza é interrompido”, explanou o biólogo.

Já quanto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), o órgão fiscalizador e que multou Tupinambá em R$ 17 mil reais. Lucas diz que era óbvio que diante da repercussão e notoriedade do caso era óbvio que ele teria que agir. Porém, na avaliação de Lucas, que disse não saber qual é o critério para o cálculo das multas aplicadas, no seu entendimento, disse que R$ 17 mil é desproporcional, haja vista que em outras situações de infração com o meio ambiente, o órgão meio que passa pano, fazem vista grossa. Mas entendeu também que talvez o IBAMA queira ser didático para desincentivar que outras pessoas façam a mesma coisa que Agenor, mesmo com boa intenção.

“É sacanagem fazer isso com o moleque, já que em casos que envolve caçadores, não dá em nada”, finalizou o biólogo carioca.

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comentários

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  1. 171 disse:

    Relaxa o amor venceu e isso nao da voto.

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