Denúncia: Omissão de fiscalização do Conselho Regional de Biomedicina (CRB) expõe pacientes a riscos e revoltam profissionais sérios com a profissão

Publicado por: Redação

Ao Divinews, vários profissionais biomédicos se manifestaram indignados com a ineficácia do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), que teoricamente deveria fazer com que as normas fossem cumpridas para garantir a segurança dos pacientes e dos próprios profissionais. Mas na prática, as denúncias de irregularidades que chegam no órgão não estão sendo investigadas, que ainda protege determinadas pessoas, deixando a classe em situação vulnerável, além de continuar pacientes aos riscos.

Os biomédicos são profissionais habilitados a trabalhar com diversos procedimentos estéticos e estão conquistando cada vez mais espaço no mercado. Porém, como em qualquer profissão, existem aqueles que gostam de passar dos limites, ignoram as regras e se arriscam. Para combater a ação dos irresponsáveis, o CRBM deveria apurar as denúncias e aplicar as punições cabíveis. Isso seria uma forma de dar mais respaldo à classe, para dar mais confiança aos pacientes. Porém, a realidade na prática é bem diferente.

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Segundo o que é determinação pela legislação, os biomédicos podem trabalhar com procedimentos minimamente invasivos e materiais semi-permanentes, ou seja, que são absorvidos pelo organismo com o passar do tempo. Não podem utilizar nada definitivo, nem fazer cirurgias. Trabalhando dentro das normas, os biomédicos conseguem alcançar uma grande área dentro da estética, obtendo lucro, sem colocar os pacientes em risco.

Mas de um tempo para cá, se tornou praticamente uma “febre” o uso de materiais permanentes, com profissionais prometendo resultados definitivos. À princípio, muitos pacientes podem achar que isso seja algo tentador, afinal, seria uma forma de conseguir um rosto mais jovem, ou um corpo mais bonito pelo resto da vida. O problema é que para fazer isso, esses biomédicos estão utilizando substâncias proibidas pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo próprio CRBM. Um dos exemplos mais conhecidos é o famoso PMMA (polimetilmetacrilato).

Segundo especialistas, por se tratar de um produto que não é absorvido pelo corpo, o PMMA pode levar a complicações graves e até à morte. É uma substância que não garante segurança ao profissional e ao paciente, podendo causar reações incuráveis, como nódulos, infecções e necrose. Apesar de tantos riscos, o PMMA se tornou “queridinho” de muitos biomédicos, por ser uma sustância mais barata, e por conseguir prometer “resultados definitivos”, semelhantes aos de cirurgias plásticas.

Até mesmo o Conselho Federal de Biomedicina alerta que o PMMA não é seguro, e aconselha que os médicos usem outros tipos de produtos. O CRBM também afirma ser completamente contrário à aplicação desse tipo de sustância, e proíbe o uso pelos biomédicos, que segundo as regras, não podem trabalhar com nada que seja permanente. Mas basta uma rápida pesquisa na internet para encontrar biomédicos oferecendo procedimentos “definitivos”, inclusive alguns afirmando abertamente que utilizam o PMMA.

Há alguns anos começou a ser criado na internet, mas especificamente no Instagram,  um grupo de pessoas que se dizem “vítimas da bioplastia”. Há relatos em todo o Brasil. São pacientes que se submeteram a procedimentos estéticos, grande parte deles realizados por biomédicos, principalmente para aumento de bumbum e coxas. Na maioria das situações, o uso do PMMA levou a infecções graves, necroses e mutilações. Existem fotos assustadoras de gente que acabou ficando deformada por culpa de profissionais irresponsáveis.

Por outro lado, estão os profissionais que atuam dentro de lei, utilizando as substâncias permitidas pela Anvisa e pelo CRBM, buscando formas de garantir a satisfação dos pacientes, sem abrir mão da saúde e da segurança. Esses profissionais alegam que há anos encaminham ao CRBM denúncias sobre “colegas” que atuam aplicando produtos proibidos, na clandestinidade e ignorando o risco à vida dos pacientes. Mesmo com provas, esses profissionais dizem que o CRBM se mantém omisso, inerte, não faz nada, apenas diz que “o caso será investigado”, mas nada acontece na prática, e os irresponsáveis continuam agindo e enganando suas vítimas. Existe ainda a suspeita de que alguns profissionais estejam sendo “protegidos”, blindados de qualquer denúncia, sabe-se lá o porquê. Por algum motivo, os “queridinhos do CRBM”, mesmo quando são denunciados, não recebem nem sequer uma chamada de atenção.

Como consequência disso, os pacientes enganados continuam sendo mutilados, hospitalizados e correndo risco de vida. E a classe biomédica é constantemente questionada e atacada por outros profissionais, que distorcem a situação e usam o mal exemplo de alguns para denegrir a profissão, afirmando que os biomédicos são incapazes de fazer determinados procedimentos. E por culpa da inércia do CRBM diante da irresponsabilidade e imprudência, muitas vidas estão em risco e muitos profissionais sérios estão revoltados. A pergunta que fica é: o que falta acontecer para que o CRBM realmente tome uma atitude contra os “profissionais” irresponsáveis que acham que estão acima de qualquer lei?

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