“Sempre foi sobre nós”. Não é só no 08 de março que devemos lembrar a luta feminina.

Publicado por: Redação

Bom dia leitores e leitoras. O Café com Leitura de hoje te convida a refletir sobre o Dia Internacional da Mulher para além do viés do romantismo. Dia 08 de março é um dia político, de ação e de reflexão. A luta das mulheres por emancipação, equidade e liberdade é antiga. Os direitos que conquistamos ao longo dos anos são recentes e frágeis. Direitos estes que deveriam ser intrínsecos a qualquer ser humano, como o direito ao voto, ao trabalho, a escolher uma profissão, a ter autonomia sobre o próprio corpo, foram conquistados (será?) por nós mulheres à custa de muita luta.

Estamos muito longe de viver num mundo seguro e próspero para as mulheres. São muitos os desafios. Números de feminicídio e abuso alarmantes; diferença de salários entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo; patrulha ao corpo feminino; um padrão de beleza que adoece; opressão sexual; violência de gênero na política. Estes são assuntos que devem ser lembrados e combatidos não somente no dia 08 de março.

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Para ilustrar essa data trago o livro “Sempre foi sobre nós”, organizado pela Deputada Manuela Dávila. A obra traz relatos de violência política de gênero na voz de 15 mulheres. Entre as autoras estão Benedita da Silva, Marina Silva, Maria do Rosário, Sonia Guajajara, Isa Pena e outras mulheres que ocupam ou ocupavam cargos políticos e detalham em seus textos situações de misoginia, violência psicológica e total desrespeito no ambiente político.

Cada vez que uma mulher é eleita para ocupar um cargo público nós desafiamos o patriarcado, afinal, o ambiente político não foi feito pra nós. Você sabia que somente em 2016 foi construído o primeiro banheiro feminino no Senado brasileiro? Percebe-se um esforço muito grande para manter essa estrutura cultural e política que exclui a força feminina dos espaços de poder.

Os ataques de misoginia e machismo que ocorrem na política brasileira acabam conquistando mais espaço do que o debate de ideias que essas mulheres trazem para o ambiente parlamentar. Triste realidade. Mulheres são atacadas, ofendidas com expressões sexistas, descredibilizadas, têm suas condutas pessoais postas à prova, seus corpos e escolhas julgados, enquanto isso, as pautas políticas de interesse feminino não têm espaço, são apagadas. Não são casos isolados, é um projeto de silenciamento de mulheres. Afinal, por que os homens iriam defender a mudança de uma cultura que tanto os privilegia? Sempre foi sobre nós.

Vários recursos são utilizados para desqualificar mulheres no campo político. As fake news, o uso das redes sociais para expor e desqualificar a vida íntima, a estereotipação, a maternidade ou a escolha da não maternidade, o casamento ou a solteirice, a conduta social. Não faltam “argumentos” para sermos a todo momento silenciadas, julgadas e desqualificadas enquanto sujeito que detém a capacidade de ocupar lugares de liderança.

Somente com mais mulheres ocupando os espaços públicos e assumindo o protagonismo político, teremos mais políticas públicas que nos defendam e nos protejam.

“São muitas as facetas da violência que sofremos enquanto mulheres. Talvez por isso demoremos a compreender como elas são naturalizadas em nosso cotidiano, invisíveis para nós mesmas”. (Jô Moraes – Exerceu mandatos parlamentares por 22 anos e escreveu dois livros sobre a discriminação de gênero).

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