Segue farra de gratificações em Divinópolis: sem dinheiro para pagar o piso salarial dos agentes de saúde, Thiago Nunes autoriza 130% de gratificação para sua própria secretária

A falta de dinheiro na prefeitura de Divinópolis parece só existir em determinadas situações. Por um lado, o município se recusa a conceder reajuste e até descumpre a Constituição Federal ao não pagar o piso salarial para determinadas categorias, como é o caso dos agentes de saúde e endemias. Mas, por outro, aparentemente o caixa está com dinheiro de sobra quando é para conceder gratificações especiais a quem é protegido do prefeito Gleidson Azevedo e seus aliados. O secretário municipal de administração, Thiago Nunes Lemos, faz o que quer com o dinheiro público e autorizou o pagamento de um bônus de 130% para a secretária dele. Ou seja, o salário dela, com os penduricalhos, mais do que dobrou.

Em janeiro de 2021 Thiago assinou uma portaria concedendo 40% de gratificação a seis servidoras da prefeitura que ocupavam o cargo de secretária de Secretários Municipais, incluindo a secretária dele. Já em dezembro deste ano, a diretoria de administração, subordinada ao Secretário Thiago Nunes, autorizou mais uma gratificação para a secretária dele, desta vez, um bônus extra de 90% sobre o salário. E detalhe, determinando o pagamento retroativo a junho deste ano.

Somando as duas gratificações autorizadas em menos de dois anos, a servidora contratada como auxiliar de serviços gerais, depois de se tornar secretária do Secretário Thiago, teve um aumento salarial de 130%. No Portal da Transparência da Prefeitura de Divinópolis, que mostra a renumeração de todos os empregados públicos, é possível ver que o salário mensal de Valéria Augusta Morales Lopes é de R$ 2087,42. Com a gratificação de 40% autorizada em janeiro do ano passado ela passou a receber um “bônus” de R$ 834,97 por mês. E agora, com a nova gratificação autorizada este mês, a partir da folha de pagamento de janeiro ela receberá o acréscimo de R$ 1878,66 por mês. Ao todo, o penduricalho autorizado pelo Secretário Thiago, só no caso dela, vai custar R$ 2.713,00. Mais do que o salário mensal pelo qual a servidora foi contratada.

Se uma investigação minuciosa for feita é bem provável que sejam descobertas outras várias gratificações especiais concedidas pelo Secretário Thiago e pelo prefeito Gleidson. Enquanto mais do que dobram o salário de uma servidora e concedem bônus de R$ 1500,00 por mês a um grupinho seleto de protegidos, a dupla que faz o que quer com o dinheiro público. Parecem ter se esquecido que nem tudo que é legal, é moral. E assim, Gleidson e Thiago protegem uns e viram as costas para outros.

Thiago Nunes, dizem membros da atual gestão e também da anterior, é muito inteligente e até mesmo trabalhador, conhece muito a máquina pública, como ela funciona, os seus meandros. Por isso ele é a * ‘eminência parda’ deste governo, e é sob as suas orientações que muitas decisões da vice-prefeita e do prefeito são tomadas. O problema é que ele as direciona à sua vontade. Sem medir as consequências políticas, “é impulsivo”, e conclui as fontes. “É expert, em dentro da lei, conseguir dar seu jeitinho de contornar situação. Consegue criar comissões e mais comissões, todas gratificadas, como exemplo, “Comissão do Ponto Biométrico”, comisssão que fiscaliza o ponto biométrico; comissão de processo administrativo. Enfim – Diz ainda a fonte “É dado a dar chiliques quando é desagradado,  principalmente quando sua imagem é exposta”. Dai partiu a sua ordem de emitir uma Nota Fake da Prefeitura contra o Divinews. Eles apenas esqueceu de explicar a profusão de gratificações dadas a quem ele acha que deve dar.

 

* EMINÊNCIA PARDA: Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante. Mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo (também conhecido como o poder por trás do trono), o qual é uma marionete dele.  A eminência parda ainda pode utilizar qualquer tipo de influência para exercer o seu poder, seja ela militar, econômica, religiosa e/ou política.

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