Diferente de Eduardo Leite, por preconceito e para não perder votos, chefe de gabinete (Raphael) de Cleitinho espera eleição passar para se assumir “bissexual”

Publicado por: Redação

Lidar com a própria sexualidade e se aceitar homossexual ou bissexual pode ser um desafio aterrorizante para muita gente. Ainda mais quando se vive rodeado de pessoas preconceituosas e que espalham o ódio em nome dos chamados valores cristãos. O chefe de gabinete do senador eleito Cleitinho Azevedo sentiu isso na pele. E, com preconceito de si mesmo, e, possivelmente, por medo da reação de Cleitinho com a receio de perder votos, esperou a eleição passar para poder se assumir – Postura bem diferente do Governado do Rio Grande do Sul, que antes das eleições não teve nenhum e injustificável receio de se revelar. 

Muita gente já superou esse dilema obscuro de achar que está cometendo um “pecado” ou algum tipo de erro por ser homossexual ou bissexual. Na política felizmente não é diferente. Em Julho deste ano, o agora governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, falou abertamente sobre o assunto e se assumiu homossexual. Orgulhoso de sua orientação sexual e convicto de que isso não fazia dele um governante ruim, Leite contou detalhes da intimidade que até então ele preferir não tornar pública. Eduardo Leite disse que há meses namora um médico, que inclusive vem sendo chamado de “primeiro cavalheiro” do Rio Grande do Sul, em referência ao já conhecido termo “primeira dama”, usado para se referir à esposa do governante. Eduardo Leite mostrou maturidade, força e convicção de que a orientação sexual dele não o tornaria um político com menos prestígio. E, sem medo de perder os votos dos preconceituosos, falou várias vezes sobre sua orientação sexual.

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Porém, nem todo mundo lida tão bem com esse tipo de assunto e, às vezes, o preconceito que rodeia os gays e bissexuais faz com que essas pessoas acabem criando um tipo de preconceito com si mesmas. No atual momento da política brasileira isso se tornou ainda mais evidente. O grupo de direita, que diz defender os valores cristãos e a família, é abertamente contra qualquer tipo de relação que eles não considerem o “padrão”, ou seja, só aceitam a heterossexualidade.

A orientação sexual de uma pessoa, seja ela um político, ou alguém ligado à política, ou mesmo um “cidadão comum”, em absolutamente nada tem relação com o caráter, com as qualidades e com o trabalho que essa pessoa desempenha. Até porque, a sociedade já entende que a orientação sexual não é uma questão de escolha, ou pior, não é nenhum tipo de crime ou pecado.

Dias após o fim das eleições deste ano, com Cleitinho Azevedo eleito Senador por Minas Gerais e com Bolsonaro derrotado na disputa presidencial, o chefe de gabinete de Cleitinho Azevedo resolveu assumir que é bissexual. Ele postou em sua página na internet uma foto seguida de um pequeno texto: “Pessoal, pensei em assumir antes, mas por estar em tempo de campanha, não me ‘convinha. Sou bissexual”, disse o rapaz.

Não há absolutamente nada espantoso nem errado na postagem do funcionário de Cleitinho, a não ser o fato lamentável de alguém achar que se assumir bissexual poderia não ser conveniente, simplesmente por estarmos em época eleitoral. Como se, a intimidade e a orientação sexual dele pudessem, de alguma forma, ser prejudicial à política ou ao trabalho desempenhado pelo chefe dele, no caso, o Senador Cleitinho. Pelo contato próximo que os dois obviamente tem há muito tempo, podemos supor que certamente Cleitinho já sabia da orientação sexual do rapaz. Será que o próprio Cleitinho pediu que ele escondesse essa informação por medo de que isso trouxesse prejuízos à campanha? Será que Cleitinho pensou que ter um chefe de gabinete bissexual poderia custar votos do eleitorado mais conservador?

É inaceitável que ainda haja pessoas que vivem escondidas, se privando da liberdade de ser quem querem ser, principalmente no que se refere à relação disso com a política. Há tantos outros assuntos mais importantes e realmente necessários de atenção, que não podemos entender que existam políticos, ou funcionários de políticos, que pensem que a simples orientação sexual pode atrapalhar a imagem de um governante, ou pensar apenas em conseguir votos, ainda que isso signifique fazer com que alguém precise viver se escondendo. O preconceito anda tão presente que, às vezes, as pessoas criam preconceitos contra si mesmos. E, com isso, deixam de viver e de mostrar ao mundo quem são de verdade, como se estivessem tentando esconder algo errado.

O que as redes sociais se perguntam após tal normal revelação, diante das pautas conservadoras e de costumes defendidas pela família Azevedo, é o que eles vão fazer com tal informação. Principalmente o radical Eduardo Azevedo. Espera-se que nada, e que sim, seu discurso seja só retórica.

 

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comentários

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  1. Eduardo disse:

    Rafael, você é uma pessoa normal!!! A única anormalidade de tudo isso, é a incapacidade das pessoas lidar com isso. “Atraso social” da maioria dos bolsonaristas. Tal Ed. Azevedo é o pior deles.

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