Após mudança feita pela prefeitura de Divinópolis, pacientes psiquiátricos são pegos de surpresa e ficam sem atendimento médico

Publicado por: Redação

Uma decisão da prefeitura de Divinópolis pegou de surpresa vários pacientes atendidos pelo Sersam, o Serviço de Referência em Saúde Mental. Ao procurar atendimento médico esta semana, eles foram avisados de que a unidade só receberia casos de urgência e emergência e foram orientados a procurar os postos de saúde ou a Policlínica.

Pacientes que entraram em contato com o Divinews disseram estar indignados com a situação. Uma mulher, que preferiu não ser identificada nesta reportagem, contou que sofreu um surto psicótico e foi até o Sersam buscando atendimento psiquiátrico. Ela disse que foi atendida por uma enfermeira que classificou o caso como ‘não urgente’. A orientação da profissional foi para a paciente agendar uma consulta na Policlínica municipal. “Como é que eu vou embora sem o médico me ver, sem me passar um remédio?”, questiona a paciente. Ela disse que havia vários outros pacientes no Sersam enfrentando o mesmo problema.

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A paciente relatou ter entrado em contato com outros veículos de comunicação de Divinópolis, que disseram que a prefeitura explicou que a situação faz parte de um processo de reestruturação do serviço de atendimento à saúde mental. Segundo a prefeitura, a Conferência Municipal de Saúde decidiu pela mudança no ambulatório de psiquiatria, com a promessa de melhorar o atendimento. Mas as mudanças, além de surpreender muitos pacientes, deixaram o sistema bem mais confuso.

Na nova “organização” dos atendimentos, a prefeitura definiu que o Sersam só vai atender casos de urgência ou emergência psiquiátrica, ou seja, com os pacientes em surto, que podem dar entrada na unidade levados pelo SAMU ou pela própria família. Os casos “moderados” só serão atendidos na Policlínica, onde as consultas devem ser agendadas por intermédio do próprio Sersam. Já para as situações mais “leves” a orientação é que o paciente procure por um posto de saúde mais perto de casa.

O medo dos pacientes é que a mudança atrase ainda mais os atendimentos de quem muitas vezes não pode esperar. Pessoas com depressão, transtorno psicótico e outros problemas mentais precisam de acolhimento o mais rápido possível. E a forma de classificação dos casos, que ainda não está clara para os usuários do sistema, pode fazer com que a ajuda não chegue a tempo.

Não é segredo pra ninguém a falta de médicos na rede pública de saúde em Divinópolis. Quase todos os dias a prefeitura convoca profissionais aprovados em processos seletivos, mas não diversas vagas não são preenchidas. Fontes ouvidas pelo Divinews revelaram que exigências e restrições impostas pelos contratos da prefeitura tem desanimado muitos médicos, que estão “boicotando” as contratações feitas pela Secretaria Municipal de Saúde.

Sem médicos e especialistas nos postos de saúde, qual opção resta para os pacientes em transtorno mental e para as famílias de quem sofre com esses problemas? A prefeitura ainda não informou se pretende rever a decisão de mudar os atendimentos no Sersam.

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comentários

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  1. Francisco disse:

    Bom dia,tenho dois irmãos que fazem tratamento no Sersam a anos,agora como um clínico do posto que não acompanha o paciente vai alterar a medição de se necessário.sao doenças da mente e precisa do profissional especialista na mente.no meu ver uma decisão equivocada da prefeitura.

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