De olho em privilégios, vereadores arriscam a imagem para blindar prefeito de Divinópolis, no caso do superfaturamento da Secretaria de Educação; Como vão votar?

Publicado por: Redação

A CPI da Educação de Divinópolis segue dando o que falar e, ao que parece, alguns vereadores de Divinópolis estão dispostos a correr o risco de destruir a própria imagem para proteger o prefeito Gleidson Azevedo e sabe-se lá quem mais.  Mesmo diante de tantas provas de que houve um dos maiores casos de superfaturamento da história de Divinópolis, os nobre edis fecham os olhos para o escândalo e preferem proteger o prefeito, que ficaria “devendo um favor” a eles. Mas eles esquecem que, independente do trabalho da Câmara, a verdade vai se revelada pela investigação paralela feita por outros órgãos. E aí, quem tiver sido conivente com o crime, pode ter a carreira política manchada de uma vez por todas.

Vale lembrar que a CPI da Educação foi instaurada na Câmara de Divinópolis em abril deste ano. Vereadores receberam denúncias sobre irregularidades envolvendo compras feitas pela Secretaria Municipal de Educação e criaram a comissão para investigar a situação. Em meio ao escândalo, a prefeitura chegou a afastar Andreia Dimas, secretária municipal de educação. Ela depois foi reconduzida ao cargo, mas o estrago já estava feito. Várias pessoas foram ouvidas pelos vereadores durante a investigação e o resultado do trabalho foi apresentado pelos membros da CPI esta semana. O relatório final da comissão, com mais de 110 páginas, apresentou inúmeras provas de que a prefeitura desperdiçou quase R$ 8 milhões em compras superfaturadas. A prefeitura autorizou que alguns itens para as escolas da cidade fossem comprados por preços muito mais altos que os praticados no mercado. Para os vereadores, o prefeito Gleidson Azevedo foi omisso e negligente ao gerenciar a verba de R$ 30 milhões de reais, liberados para a Secretaria de Educação fazer as compras.

Continua depois da publicidade

Mesmo diante de tantas provas robustas levantadas pela CPI, alguns vereadores tentam invalidar a investigação insistindo no erro de um orçamento enviado por uma empresa de Divinópolis. O preço incialmente apresentado pela loja estava abaixo do real, mas a situação foi posteriormente corrigida e, segundo a CPI, a mudança no valor não altera em nada a conclusão da comissão, apenas “diminuiu um pouco o rombo aos cofres públicos”. O superfaturamento que era estimado em R$ 8,5 milhões, com a correção no orçamento ficou em cerca de R$ 7 milhões. Ou seja, continua sendo um valor absurdamente alto que foi levado dos cofres públicos de Divinópolis por conta de decisões equivocadas da administração municipal. O relatório final da comissão foi aprovado pela CPI, apesar dos votos contrários dos vereadores Kaboja e Ana Paula do Quintino, que tentaram pôr em cheque a investigação que eles mesmos participaram.

Vale o risco de se queimar para proteger o prefeito?

Muito se especula nos corredores da Câmara Municipal e o burburinho dá conta de que o prefeito Gleidson Azevedo está preocupado com a continuidade da investigação. Mesmo dizendo não ter nenhuma culpa no que aconteceu, ele estaria articulando apoio entre alguns vereadores, para tentar derrubar a conclusão da CPI. Mas, afinal, se é verdade o ditado que diz que “quem não deve, não teme”, qual seria a preocupação de Gleidson em relação a isso?

O relatório da CPI, aprovado pelos membros da comissão, agora segue o trâmite do legislativo. O texto se transformou em uma espécie de Projeto de Lei, que agora será avaliado pelas comissões da casa e por todos os vereadores, que podem propor alterações. Depois, o projeto será votado em plenário. 16 parlamentares poderão optar por aprovar ou não o projeto. E, em caso de empate, o presidente Eduardo Print Jr terá o voto de minerva, para decidir o caso. Dizem que Gleidson Azevedo está tentando reunir o máximo de apoio possível para tentar derrubar a aprovação do projeto e alguns vereadores já sinalizaram que vão fazer de tudo para blindar o prefeito. Provavelmente, alguns estão de olho em, no futuro, poderem trocar este “favor” por obra em seus redutos políticos, ou até mesmo um ou outro cargo na Prefeitura, ou alguma outra vantagem oferecida pela família Azevedo.

Diante dessa barganha em troca de favores, o que é preciso ser questionado é se  “vale a pena” se arriscar para proteger Gleidson Azevedo, mesmo diante das irrefutáveis provas de que houve um superfaturamento milionário nas contas da prefeitura. O discurso de inocência do prefeito não fará o dinheiro voltar para os cofres públicos, nem permite com que os quase R$ 8 milhões desperdiçados possam ser investidos onde realmente deveria ter sido. Se os vereadores são realmente representantes do povo e foram eleitos para defender o interesse de seus eleitores, acredito que deveriam estar indignados com esse caso. Afinal, a obrigação dos edis deveria ser fiscalizar a aplicação do dinheiro público e punir quem cometesse irregularidades com os recursos da cidade, seja quem for.

Os vereadores também não deveriam se esquecer que o caso segue sendo investigado a fundo por outros órgãos, como Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. Por lá o prefeito e seus aliados não terão influência para evitar que a verdade venha a tona, então, de um jeito ou de outro, a cidade vai descobrir quem está do lado da verdade. E quando isso acontecer, quem tentou proteger os culpados em troca de favores, vai se queimar definitivamente. Vale o risco?

Enquanto essa matéria estava sendo escrita chegou a informação ao Divinews,  que o vereador Rodrigo Kaboja, que nos últimos meses se transformou em líder da tropa de choque do Governo na Câmara já tem pronta uma Emenda ao Projeto. Com o objetivo de adiar a sua votação em plenário.

É importante que a população fique atenta ao voto de cada um dos vereadores, para saber de fato se estão comprometidos com a cidade, e se fazem jus aos votos que neles foram depositados. E em caso de empate, como votará o presidente do Legislativo.

Entre no grupo do Whatsapp do Divinews e fique por dentro de tudo o que acontece em Divinópolis e região

comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Estamos felizes por você ter escolhido deixar um comentário. Lembre-se de que os comentários são moderados de acordo com nossa política de privacidade.

  1. Anônimo disse:

    Kaborja por ele mesmo.Esse cara eh a prova da destruiçao da dignidade da verdade ele representa a politica podre o cartel que destroi a democracia ja judiada pelas mazelas da polititica.A troca de favores.

    1. Anônimo disse:

      Os Nobres vereadores , podiam ir fiscalizar os dois cmeis q estáo parados…..

      Não podem né , não lhes convém….

Continua depois da publicidade