Por Gra Castro: “A pérola que rompeu a concha” é uma das leituras mais marcantes que me deparei esse ano.

Publicado por: Redação

O romance de Nadia Rashimi, escritora americana de ascendência afegã, conta duas histórias paralelas, a de Rahima e sua trisavó, Shekiba. A vida de Rahima se passa em 2017, época da invasão de tropas estrangeiras ao Afeganistão, logo após o atentado do 11 de setembro. Separadas por quase 100 anos, as trajetórias se repetem e retratam a realidade de milhares de mulheres afegãs que lutam para sobreviver em uma cultura cruel e opressora.

Assim como sua trisavó Shekiba, Rahina é uma sobrevivente. A menina tem mais 4 irmãs e foi escolhida pela mãe para se passar por garoto para ter acesso à escola, ir ao mercado e assim poder ajudar em casa, já que tais liberdades não eram concedidas às meninas. A prática de se passar por garoto até chegar à puberdade era comum no Afeganistão. As menina-meninos eram chamadas de bacha posh.

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Ao completar 13 anos, Rahima foi dada em casamento a um homem 3 vezes mais velho para quitar uma dívida de seu pai, viciado em ópio. A partir daí, Rahima sofre abusos, agressões, é impedida de sair, de ir à escola ou de ver as irmãs e passa a ser tratada como uma escrava. O único alento de Rahima era a visita da tia, Kala Shaima, que lhe contava histórias de sua trisavó, que também fora uma bacha posh anos atrás.

“A pérola que rompeu a concha” é um livro que transcende a ficção. As duas histórias, separadas pelo tempo, embora sejam fictícias, são a realidade daquele país. As mulheres afegãs viveram e ainda vivem o horror da guerra, machismo, misoginia, opressão e violência.

A história de Bibi Shekiba, a relação entre irmãs, a força que une as mulheres através do tempo e a coragem herdada das ancestrais, foram a luz que a pequena Rahima precisava para sobreviver. A coragem de sua trisavó ainda corria por suas veias e foi com essa força que Rahima conseguiu romper a concha e ter esperança para construir seu próprio caminho.

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