Supermercados ABC limita compras de produtos por clientes (imagens); Presidente do Sincomércio diz ser ação de marketing

A Rede de Supermercados ABC, que nasceu em Divinópolis com apenas uma lojinha na Rua Goiás, e atualmente possui filiais em todo estado de Minas Gerais, incluindo a capital mineira Belo Horizonte, totalizando 37 unidades – Nesta semana emitiu um comunicado e afixou cartazes nas áreas de vendas de suas lojas limitando a compra de alguns produtos, entre eles, o leite, limitado a 12 unidades por CPF;  óleo de soja, 6 unidades por CPF; arroz e açúcar, a 5 pacotes de cada por CPF. Com a justificativa de que o  objetivo, diz o aviso, é para garantir a população a regularidade do abastecimento de alimentos e demais gêneros básico, pois o setor está sobre forte pressão de aumento de custos das industrias dos produtos que a compra foi restringida – Contudo, o Sincomércio avalia que tal ação está mais para peça de marketing do que uma real necessidade do mercado. 

A diretoria do ABC  em sua justificativa está alegando que comerciantes oportunistas compram tudo e deixa o consumidor final sem os produtos. Disse ainda estar atendendo uma exigência do Ministério Público.

Contudo, Gilson Amaral, presidente do Sindicado do Comércio Varejista de Divinópolis, ouvido pelo Divinews, diz que decisão está mais para peça de marketing, já que ele, o seu supermercado está comprando normalmente, e que não existe sinalização de desabastecimento. O que existe é um realinhamento de preços que já estava ocorrendo mesmo antes da guerra da Rússia contra a Ucrânia, e agora se acirrou.

“Os produtos tem subido de preço mesmo, por que atualmente tudo é globalizado. E o pais que tiver maior poder aquisitivo de compra faz reserva de quem tem para vender, se comprometendo a comprar toda a produção”, explicou Gilson

Que foi além sobre os aumentos. “Compro um óleo de soja de manhã e a tarde o seu preço já é diferente”.

Gilson avalia que se falar para o cliente que só pode comprar x unidades, aí mesmo que ele vai fazer estoque com medo de que o produto venha a faltar. “Não funciona limitar quantidade por cliente, isso por que uma família vai junto, cada um com um CPF e compra além do necessário. Somado ao fato que tem que fazer adaptação no sistema, para limitar que um mesmo cliente compre duas vezes. Ele vai até a gondola compra, passa no caixa e volta para comprar novamente. Quem vai impedir isso?

O presidente do Sincomércio analisa que a tendência é que os preços subam mesmo, pois a Ucrânia era um celeiro de produção agrícola da Europa. Com a guerra, não só os países da Europa, mas a China, por exemplo vão buscar mercados que anteriormente eram fornecedores do Brasil, e vão comprar reservar produção.

Como tentativa de controle de mercado, Gilson lembrou a época em que o prefeito da Divinópolis ao tentar controlar o mercado de cerveja, por ocasião da pandemia, o que se viu foi uma corrida aos mercados e posteriormente o desabastecimento.

Finalizou afirmando como advogado que é, desconhecer que o Ministério Público possa fazer esse  tipo de recomendação, em um país democrático e de livre mercado. Impedir que as pessoa comprem. “Não estamos em estado de guerra.

O Divinews obteve imagens que não demonstra qualquer tipo risco de desabastecimento, tanto nas gondolas, quanto nos caixas. As clientes seguem comprando normalmente, informou uma das caixas da loja da 21 de abril.