Desde o início de 2022, Minas Gerais registrou oito mortes de crianças por covid-19, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Quatro desses óbitos ocorreram no Hospital João Paulo II, referência em doenças respiratórias. Em toda pandemia, são 86 mortes. O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em entrevista nesta sexta-feira (4), admitiu que os números “preocupam”, principalmente porque no mês de dezembro nenhum óbito de criança foi registrado no estado. “É um aumento importante. A letalidade ainda é baixa em crianças, mas ela existe. Temos a maior arma: a vacina. Vale esse destaque. A covid-19, apesar de menos letal em crianças, ela pode matar, e temos a vacina que pode evitar essas mortes”, advertiu.
Nesta semana, a residente em pediatria no Centro de Terapia Intensivo (CTI) do Hospital João Paulo II Marina Paixão de Madrid Whyte, de 27 anos, relatou o drama vivido com os óbitos. “A cada criança que vejo partir meu coração embrulha. Não encontro outra forma de explicar”, escreveu nas redes sociais.
O secretário Baccheretti analisou: “Certamente se essas crianças tivessem se vacinado, a chance delas terem morrido seria muito menor. Imagino o que ela [Marina] passou. Minha esposa é médica no João Paulo II e ela me relata sempre como é difícil. O que temos que fazer é esclarecer: esqueçam notícias falsas. A vacina é eficaz”, afirmou.
Baixa adesão à vacinação
Municípios tem relatado à SES-MG baixa adesão à vacinação infantil contra covid-19. Ainda que a vacina não tenha chegado a todas as faixas etárias do grupo recém-incluído na imunização (crianças de 5 a 11 anos), os dados são preocupantes.
Em Belo Horizonte, por exemplo, das 90 mil crianças convocadas, apenas 48 mil (cerca de 53%) foram levadas aos pontos de imunização.
Sem vacina, crianças são o grupo mais vulnerável à covid-19, alerta infectologista
Especialista faz apelo para que pais vacinem filhos meio à baixa adesão
A vacinação contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, grupo recém-incluído no programa de imunização, avança em Minas Gerais à medida que mais doses chegam ao estado. No entanto, a adesão não é a esperada pelas autoridades de saúde, conforme detalha a infectologista, pediatra e diretora de comunicação da sociedade mineira de pediatria, Gabriela Araújo, em entrevista na quinta-feira (3).
“Infelizmente, associado ao medo natural de um produto recente e à disseminação leviana de notícias falsas, temos tido baixa adesão da vacinação. Os pais precisam buscar fontes seguras que mostrem a eles que a vacina é um produto seguro, não é um produto experimental, ela já passou por essa fase, e foi aprovada para autorização no Brasil pela Anvisa”, avaliou.
A especialista lembra que as crianças são naturalmente mais resistentes ao vírus. Contudo, com o avanço da vacinação em adultos e idosos, os menores de idade ainda não imunizados passam a ser os mais vulneráveis à infecção por covid-19.
“Agora conseguimos vacinar grande parte da população adulta. Então, naturalmente, o vírus vai migrar para infectar as pessoas que não estão protegidas. Com isso, as crianças que só tiveram acesso à vacinação recentemente são o grupo mais vulnerável à infecção”, pontuou.
Escola não é ambiente de risco
A especialista também disse que as escolas não são um ambiente de risco para infecção por covid-19. “Temos evidência científicas disponíveis para afirmar que a escola não é um ambiente de risco. Temos experiências que mostraram que a taxa de transmissão não aumentou como retorno das atividades presenciais”, ressaltou.
“As escolas são ambientes seguros e as crianças estão muito bem treinadas para as medidas de prevenção: utilização de máscara, higienização das mãos. Frequentar o ambiente escolar não é uma atividade de risco para transmissão da doença”, completa.
Desde 2020 elas ja não eram vulneráveis? que titulo mais tendencioso, Mída, o povo não é mais bobo, ja sabem que voces estão jogando do lado errado, por isso voces estão morrendo.