A VERDADE: UPA Padre Roberto seguiu protocolo do MS; Secretário de Saúde confirma, é ignorado pelo vereador e prefeito, e todos “invadem” área covid-19 (vídeos)

Publicado por: Redação

O que inicialmente parecia ser um grave erro cometido pelos profissionais da UPA Padre Roberto, diante das imagens de um vídeo gravado pelo vereador Flávio Marra no último sábado (01), o qual mostrava uma confusão generalizada na porta da UPA e posteriormente dentro de suas dependências, era uma situação muito mais complexa. Segundo relato do próprio vereador, um homem de 53 anos foi a óbito e na declaração da causa da morte, mesmo constando que teria sido infarto, o corpo foi levado para o necrotério covid. Com isso, ainda de acordo com imagens e relatos do edil, por ter ficado até as 17 horas, a família não teve direito a realizar o velório, por ter excedido o prazo permitido para velar. O secretário de Saúde não esteve presente na hora do episódio e nem no dia seguinte. Ele apareceu somente na segunda-feira, junto com o prefeito.

Posteriormente, após toda confusão na UPA, o vereador e sua equipe de assessores estiveram na porta do cemitério da Colina, ocasião em que a família indignada se manifestou em um novo vídeo gravado pelo vereador.

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A prefeitura enviou uma nota genérica informando que ia fazer uma investigação dos fatos e se solidarizou com a família.

Prefeito

Já na manhã de segunda-feira (03), o vereador Flávio Marra (Patriotas), acompanhado do prefeito Gleidson Azevedo (PSC) e do secretário de Saúde, Alan Rodrigo, novamente foi para a UPA Padre Roberto, para segundo sua fala, investigar e passar a limpo a situação que ocorreu.

Secretário de Saúde

Durante a discussão dos fatos com a presença do secretário – aparentemente constrangido, ele (Alan) não se pronunciou, exceto quando foi instigado pelo prefeito de que não está justo seguir o protocolo nacional. “O Alan a gente precisa começar a analisar isso por que essa situação de protocolo nacional, por que tudo quanto há, a gente tem que seguir o Governo Federal, e quem leva o ferro é o município. Por que a população não vai chegar no Bolsonaro, não vai chegar no Zema, no Ministro da Saúde, chega é nimim, chega no vereador, chega nôce, e tá errado”, avaliou o prefeito. Contudo, o secretário, discordou do prefeito ao dizer que cabe ao município tomar medida judicial, abrir uma sindicância, para apurar os fatos. “O protocolo é de pandemia por que o mundo inteiro está em pandemia, então vem o protocolo é para que todo mundo siga mesmo”, explicou o secretário. No que foi rebatido novamente pelo prefeito “o protocolo está errado, acabou de provar”. Allan diz então não ter competência para falar que um protocolo seguido pelo mundo inteiro está errado, “por que foi feito por técnicos, cabe ao município fiscalizar e punir quem estiver errado, é isso que vamos fazer, abrir sindicância. Nós não abrimos CPI, quem abre CPI é vereador”.

 

 

O secretário não consegue concluir seu raciocínio e sua explicação ao prefeito por que o vereador Flavio Marra não deixa. Fica falando que vai instaurar uma CPI na Câmara para investigar não apenas a UPA, mas outros hospitais, como o São João de Deus, que ele imagina ter mortes que não foram por covid mas foram registradas como se fossem. Pensamento também do prefeito.

Covid é “patifaria”

Durante a explicação do secretário de Saúde sobre o protocolo do MS, em que Alan Rodrigo confirma que a UPA seguiu o protocolo, Gleidson chega a dizer: “Chega dessa patifaria de covid, o país não aguenta mais não, o país quer transparência. Essa doença existe mesmo, mas todo mundo já viu que isso é politicagem. E tem alguém ganhando por fora. Depois vai achar que é o prefeito”, esbravejou o prefeito.

Invasão da área Covid

Logo depois, Gleidson e o vereador Marra, além do cinegrafista, vestiram EPI’s e foram para dentro da área covid. Lá eles continuaram uma interminável discussão no corredor, onde ficam localizadas as enfermarias com leitos dos pacientes, se o protocolo e a ação da médica que atestou a morte do paciente, e os procedimentos internos que culminaram com o fato da não realização do velório estava ou não correto.

 

 

Nota de Esclarecimento  

A Nota de Esclarecimento do IBDS, administrador da UPA, foi emitida na noite do mesmo sábado (01), e assinada pelos médicos, Dr. Rodolfo Monteiro Barbosa, Diretor Técnico da UPA; Dr. Weldel Parreira Costa, Diretor Clinico; Dra. Poliana Campos Anguçu; coordenadora técnica médica; Dra. Ludmila Pizzigati Monteiro Barbosa, também coordenadora médica; Ronimara Gonçalves de Souza, RT Enfermagem; Renata Cristina F.D Duarte, coordenadora de enfermagem; além das assinaturas de Meire Moreira dos Santos, Diretora Assistencial do IBDSocial; e Wenderson da Silva Fonseca, gerente de saúde da UPA.

Em tal Nota foi relatado que o paciente deu entrada na UPA às 22h30min, acompanhado por familiares que relataram que ele apresentou dor torácica anteriormente, dispneia de início subido, e disseram que ele também era hipertenso. Ele foi conduzido pelos próprios familiares para a sala de emergência, sem mesmo que passasse pela classificação de risco (Manchester).

A Nota de Esclarecimento segue dizendo que o paciente foi submetido a avaliação da médica que estava de plantão naquele momento, e que também foi avaliado pela equipe de enfermagem e sua classificação dentro do protocolo de Manchester foi da cor laranja, e que o mesmo foi enquadrado como paciente sintomático respiratório e com isso foi encaminhado para a área de sintomático-respiratória.

Às 00:40 o paciente foi a óbito e a família dele foi imediatamente comunicada, por meio de um irmão dele que estava na UPA. E como a morte ocorreu em uma área respiratória, inicialmente o corpo foi preparado seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, dentro do Plano de Contingência óbito covid-19 o corpo foi para a área temporária de cadáver.

Diz ainda a Nota que às 10 horas os familiares chegaram com os documentos da vítima para o preenchimento da Declaração de Óbito, e que a médica plantonista que participou do atendimento do paciente que estava em uma área respiratória declarou que a causa da morte foi infarto agudo do miocárdio e edema agudo do pulmão.

A VERDADE

O Divinews foi logo avisado ainda no sábado (01) pela própria assessoria do vereador Flavio Marra (Patriota) que enviou o vídeo e um texto narrando os fatos da família na porta da UPA. Contudo, logo a seguir recebeu por meio de uma fonte ligada ao Serviço Municipal do Luto, a explicação política do porque ocorreu toda confusão.

Segundo a fonte, o agente funerário, Ramon, que no dia 31 de janeiro fez um vídeo acusando o SAMU de ter negado atendimento a uma idosa que supostamente ainda estava viva e posteriormente morreu, fato esse que fez com que o secretário Executivo do CIS-URG, José Márcio Zanardi pedisse investigação para apurar responsabilidades, fazendo um Boletim de Ocorrência Policial, é o mesmo agente que sem autorização abriu o portão da UPA para que os familiares acompanhados do vereador Flavio Marra que evocando sua condição de fiscalizador do povo invadissem as dependências da UPA para se certificarem da suposta existência do erro. O fato é que, ainda de acordo com a fonte, Ramon estaria na expectativa de uma promoção como coordenador do Serviço Municipal do Luto que teria sido prometida pela vice-prefeita Janete Aparecida por ele não revelar, diz a fonte, que foi ela quem solicitou que ele fizesse a gravação contra o SAMU.

O fato é que, se os agentes funerários, tanto Ramon quanto Emerson tivessem chegado no tempo correto quando o corpo do homem foi liberado, ainda por volta das 12 ou 13  horas, mesmo o corpo estando na área de guarda de cadáver covid-19 pelo paciente ao ter dado entrada na UPA por estar com baixa saturação e ter sido enquadrado como sintomático respiratório, como eles não estavam portando seus EPI´s, solicitassem que funcionários da UPA retirasse o corpo e o colocassem no rebecão, o velório teria sido possível acontecer. Porém, os agentes ao chegarem na UPA somente as 16h30min, ou seja, cerca de 4 horas após a liberação do corpo.

Pelo tempo que o vereador Flávio Marra chegou à UPA, cerca de 40 minutos após a chegada dos agentes, a mesma fonte que deu informações ao Divinews afirmou que Marra não chegaria em um dia de sábado à tarde,  do nada lá na UPA, teria sido um dos agentes quem avisou ao vereador ou passou o telefone do edil para a família.

O resumo é que não adiantou e como não tem adiantado, que médicos conceituados da UPA e da cidade tenham emitido uma Nota de Esclarecimento sobre os fatos, e nem tão pouco o secretário de Saúde, Alan Rodrigo explique que a UPA seguiu um protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde, de que em uma mínima suspeita tem que ser adotado o protocolo. O vereador segue ignorando tudo e fazendo palanque em cima do fato, que também resvala sobre o prefeito, já que a UPA é um equipamento público municipal, independentemente de quem esteja à frente de sua gestão.

Veja entrevista ao Divinews

 

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comentários

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  1. Sebastião Carlos disse:

    O Vereador está correto. Simplesmente cumprindo a sua missão de fiscalizar. É claro que se houver algum erro, ninguém vai assumir. Alguém já viu ou ouviu algum médico admitir que errou? Alguns se acham como deuses e outros, têm absoluta certeza.

  2. Num disse:

    Esses políticos Youtubers sensacionalistas são uma vergonha!!!! Distorcem fatos para fazer escândalos! Ignoram ciência, técnica, apenas para fazer palanque! Representam o lixo da política!
    E esse governo tem sido uma vergonha como tem tratado funcionários públicos e trabalhadores da saúde, são opressores e não respeitam o trabalho de quem luta num momento de pandemia, e mereciam ser tratados como heróis. Já era de se imaginar, para quem tem o mínimo de noção, que um paciente infartando chega com baixa saturação, e sintomas muito parecidos com casos agudos de COVID. Mas querem o circo, não a realidade.

  3. Anônimo disse:

    Nosso deputado estadual não vai fazer um vídeo na UPA ?

  4. Francisco disse:

    Tava parecendo mais discussão de porta de buteco, depois que o estabelecimento fecha e fica a galera lá na porta pra fazer a resenha na maior algazarra 🤭🤭🤭

  5. Anônimo disse:

    Tem que ser tomada uma medida na câmara municipal,que está com 16 casos confirmados até agora. Fechem a câmara.

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