É GRAVE: Divinópolis tem supostamente primeiro caso de reinfecção pela Covid-19

Publicado por: Redação

O caso foi relatado por um parente e confirmado  pela própria vítima da doença, a editora-chefe da TV Alterosa, Naiara Azevedo, explicando que no dia 14 de agosto fez um exame sorológico que deu  resultado positivo,  que ela tinha os anticorpos, ou seja, que já tinha tido a covid-19. E na última quarta-feira (30/12), diante dos sintomas que estava sentindo resolveu fazer um novo exame, o PCR. A surpresa foi que ao pegar o resultado ontem, quinta-feira (31/12), o resultado deu positivo novamente. Ou seja, trata-se de uma reinfecção com apenas 4 meses e 16 dias após a primeira infecção.  Como em outros casos de reinfecção já relatados mundo afora e também no Brasil, cria-se também dúvidas sobre a total eficácia das vacinas, por quanto tempo de fato elas darão imunidade – Em consequência da Secretária Municipal de Saúde de Divinópolis está sem comando neste momento de transição de Governo não foi possível o Divinews aferir se de fato é o primeiro caso de reinfecção por covid-19.

Segundo matéria publicada na BBC, com o Brasil se aproximando da marca de 200 mil mortes por covid-19, o país  se deparou no início de dezembro com um novo número relativo à doença: o de casos de reinfecção. De acordo com o Ministério da Saúde, até esta segunda-feira (21/12), o país tinha dois casos de reinfecção confirmados e pelo menos 58 casos suspeitos em análise.

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O ministério define como reinfecção a situação de uma pessoa que recebeu positivo em um teste do tipo PCR para coronavírus e, 90 dias depois ou mais, novamente testou positivo — e, além disso, o sequenciamento do genoma das amostras apresentou duas cepas virais diferentes. O novo coronavírus tem passado por quase duas mutações por mês, e estas geram subgrupos de vírus

Por isso o sequenciamento genético é tão importante para provar uma reinfecção: ele demonstra que se trata de duas infecções diferentes, e não do “ressurgimento” ou fortalecimento do mesmo agente infeccioso em um primeiro adoecimento.

Em um país que onde o coronavírus já adoeceu mais de 7,2 milhões de pessoas e tirou a vida de mais de 187 mil, como devemos encarar a confirmação das reinfecções? Que riscos elas representam para as pessoas individualmente e para os rumos da pandemia?

Casos registrados no Brasil e no mundo

Por enquanto, os poucos dados existentes a nível mundial mostram que a reinfecção é rara

A agência de notícias holandesa BNO News está reunindo e publicando diariamente dados globais sobre isso —até esta segunda-feira (21/12), a plataforma Covid-19 Reinfection Tracker registrava 30 casos confirmados de reinfecção no mundo e 2.049 sob suspeita.

Dos 30 casos confirmados, o intervalo médio entre a primeira e a segunda infecção foi de 80 dias. Um deles resultou em morte.

O primeiro caso confirmado no mundo, em agosto, foi o de um morador de Hong Kong de 33 anos. Ele teve covid-19 primeiro em março, e depois em agosto —foram 142 dias de intervalo. Na primeira ocasião, ele teve sintomas leves; na seguinte, foi assintomático e só ficou sabendo da doença pois foi testado no aeroporto. Suas amostras foram submetidas a testes PCR e ao sequenciamento genômico.

Já no Brasil, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de reinfecção em 10 de dezembro. Uma profissional de saúde de 37 anos, moradora de Natal (RN), teve sintomas leves e PCR positivo em junho e outubro. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, ela passa bem.

Depois, foi confirmado um segundo caso no país, de uma auxiliar de enfermagem de Fernandópolis (SP) de 41 anos. Ela teve sintomas em ambas infecções e, segundo o secretário de saúde do município, Ivan Veronesi, passa bem.

Vários municípios e Estados estão divulgando episódios de reinfecção que não foram computados ainda pelo ministério —que só o faz após a análise por seus laboratórios nacionais de referência, conforme fez para os casos de Natal e Fernandópolis.

Entretanto, de acordo com Paola Cristina Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), muitos casos de reinfecção nunca serão registrados. Para começar, muitas pessoas no país nunca fizeram testes PCR —quem dirá dois, e com armazenamento satisfatório.

Os riscos – individuais e coletivos

Outro indicador para o qual não há um padrão é o de gravidade na comparação entre a primeira e segunda infecção.

“Há relatos publicados de reinfecção mais grave do que a primeira vez, mas também casos como o primeiro registrado, assintomático (na segunda infecção, em Hong Kong)”, aponta a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

De fato, um dos primeiros estudos que compilou casos de reinfecção no mundo, publicado em outubro no periódico científico The Lancet Infectious Diseases, mostrou quadros muito variados —desde um homem de 25 anos que teve sintomas leves na primeira vez e na segunda precisou ser hospitalizado nos EUA, a uma mulher de 51 que teve manifestações leves em ambos os casos na Bélgica.

Stucchi lembra que, com sintomas ou não, um paciente reinfectado pode continuar transmitindo a doença para outras pessoas normalmente.

Entretanto, por serem aparentemente raras, especialistas acreditam que as reinfecções não serão capazes de protagonizar algo como uma segunda ou terceira onda de covid-19 por si só —até agora, estas estão sendo capitaneadas por novos casos.

O Enigma da imunidade

“Se há algo ainda misterioso ou que a gente tem pouco conhecimento sobre a covid-19 é em relação à imunidade. Há perguntas que não foram ainda adequadamente respondidas, como por exemplo por que quem tem quadro leve pode não desenvolver anticorpos”, diz a professora da Unicamp.

E, nos casos de reinfecção, esse parece ser justamente o caso.

“Quem tem quadro leve às vezes não faz nem proteção contra a doença, ou se faz, faz uma quantidade pequena de anticorpo que dura muito pouco tempo”, explica a infectologista, apontando que os casos de reinfecção têm acontecido em geral com pessoas saudáveis, sem deficiências anteriores na imunidade (pessoas imunossuprimidas), por exemplo.

Nosso sistema imunológico se defende em duas frentes.

A primeira está sempre pronta para agir, assim que um agente estranho é detectado no corpo: é a resposta imune inata, que inclui as células brancas e substâncias que levam à inflamação no corpo.

Não se sabe ainda quanto tempo dura a imunidade para o Sars-CoV-2, mas outros seis coronavírus podem dar uma pista. Quatro deles produzem sintomas de um resfriado comum e têm uma resposta imune de vida curta, com pacientes podendo ser reinfectados um ano depois.

“A reinfecção não se dá tanto pelo vírus e o quanto ele evolui, mas pelo indivíduo e sua capacidade de produção de anticorpos contra o vírus”, diz a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz.

“A quantidade de vírus circulando na população é grande, e a possibilidade de um indivíduo que já teve o coronavírus ser exposto (ao patógeno, novamente), também.”

Lições

“Muita gente que acha que já pegou covid-19 e está imune, e que isso seria como um passaporte para largar todas as medidas preventivas. A confirmação de casos de reinfecção (no Brasil) mostra que não: enquanto houver circulação do vírus, precisaremos manter as medidas preventivas e vai demorar um pouco mais para voltarmos à nossa vida normal”, destaca Resende.

“Quem teve e quem não teve covid-19 deve continuar usando máscaras, evitando aglomerações, entre outras medidas preventivas”, conclui a infectologista.

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comentários

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  1. Anônimo disse:

    É muito importante descartar outras possibilidades antes , principalmente a de “falso positivo”no exame de anticorpos ( mais provável) feito primeiro , daí a importância de se. saber sensibilidade e especificidade de cada teste.
    Pode ser que na verdade na primeira ocasião ela era negativa e somente agora foi a primeira infecção.

  2. Alysson disse:

    Estes testes são falhos,e mais fácil um destes testes ter dado um falso positivo

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