Por Rodrigo Dias: COISAS AMENAS, NÃO SÃO MENOS

Publicado por: Redação

Em períodos tão áridos como o atual, as sensações ficam à flor da pele. Tudo muito latente… Ardente. Talvez a matriarca dessas sensações seja o desejo. Hoje, desejamos a cura, saúde. Desejamos sair de casa e até ter a vida de antes.

Para o otimista, desejar é o primeiro passo para a realização. Já o pessimista poderá entender o desejo como um fardo. Uma meta inatingível, próxima da ilusão. Nestes casos, desejar demais acaba sendo sinônimo de frustração.

Continua depois da publicidade

Essas palavras, definições e conceitos nos povoam. O tempo e a pressão dos dias vão nos girando num carrossel. Os sentimentos se misturam e nem todo mundo tem saúde psíquica para esse momento de travessia.

Com tudo misturado ter desejo é um norte. Desejos tangíveis. Os desejos da hora, do dia, da semana… Do mês. Em tempos tão instáveis até a rotina dos desejos tem que ser outra: aspirar às coisas simples para se preparar para as grandes mudanças.

Desejar não sofrer pode ser um passo interessante a ser dado. Não sofrer, nesse caso, está relacionado ao controle da ansiedade e da insegurança. Quem é da yoga há de concordar que o melhor a ser feito neste momento é respirar.

Respirar não é só sentido literal. Respirar tem a ver com o se desconectar desse mundo real e do virtual para se reconectar com o mundo íntimo na busca por equilíbrio. Lucidez.

Nas andanças por nós mesmos vamos fazendo descobertas. Nada forçado, no estalo mesmo. Na ausência do pensar, a epifania. Sentido se desenha e com ele – por que não – novos desejos. Outras metas.

A tônica do “ficar em casa” pode ser resignificada. E o “ficar em casa” pode se traduzir em ficar em nós mesmos. Estar conosco é estar em nossa primeira morada. Bem organizada, aqui ou aí dentro, é ambiente seguro. Livre de certas contaminações indesejadas.

A química ensina: é preciso decantação. Separar substâncias que não combinam entre si. Para isso, é necessário repouso e deixar o próprio tempo agir.

Não há tempo perdido.

Por mais estranho que seja, há sempre uma mudança. Um movimento, novo estado. A ação de separar as coisas é só uma fase desse processo de olhar para dentro e para fora. Às vezes realizado ao mesmo tempo.

Na falta de um raciocínio melhor, vou terminar com um poema meu:

O que é essencial pode ser pequeno aos olhos; daí a necessidade de tatear, ver com mãos. Quando tudo mais for escuridão, de peito aberto, o coração ouve… Separa o grito do dizer das pequenas coisas… Todas elas; as que somam. As que não são menos… Só amenas.

 

Por Rodrigo Dias

RODRIGO DIAS é jornalista e web poeta,

Há mais de duas décadas trabalha

No mercado de comunicação.

Formado em Publicidade e Propaganda,

Também atua como assessor de comunicação.

Entre no grupo do Whatsapp do Divinews e fique por dentro de tudo o que acontece em Divinópolis e região

comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Estamos felizes por você ter escolhido deixar um comentário. Lembre-se de que os comentários são moderados de acordo com nossa política de privacidade.

Continua depois da publicidade