Por Jotha Lee: O BURACO É MAIS EM BAIXO

Publicado por: suporte

O que leva o prefeito de uma cidade com 220 mil habitantes, às vésperas de uma eleição, entrar em conflito com a população por causa de um simples buraco? Afinal, qual é a birra que impede o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) a dar um jeito no buraco da Avenida Paraná? A bem da verdade, nesse caso não se trata de um “simples buraco” e sim uma enorme cratera, onde cabem com folga uns 200 bois, animal chifrudo que ocupa muito espaço. Aliás, nesse caso, 200 é um número sintomático, pois o buraco já está para completar aniversário de 200 dias, cumprindo o seu papel de torrar a paciência de moradores e usuários da Avenida Paraná, uma das mais movimentadas da cidade.

Não é preciso ser nenhum especialista para saber que a recuperação do trecho na Avenida Paraná não custaria os olhos da cara. Não seriam necessários nem os R$ 10 milhões que o prefeito Vladimir Azevedo torrou em publicidade, shows e festas em seu mandato para acabar com o tal buraco.

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Já houve alguém no twitter que sugeriu a troca de nomes da cidade, passando de Divinópolis para Buracópolis, tantas são as crateras nas ruas da cidade. Claro, na maior parte do centro, está tudo mais ou menos arrumadinho. Não diria que está um brinco, porque não está. As ruas estão sujas, semáforos não funcionam, a onda verdade virou ressaca, enfim, o centro também não está nenhuma brastemp, porém é suportável. Já nos bairros, especialmente aqueles onde o prefeito nunca foi e nunca irá, o nome Buracópolis até que não seria nenhum exagero. Mesmo que não houvessem buracos e mais buracos nos bairros, bastava a cratera da Paraná para justificar Buracópolis.

Os buracos da administração não se resumem aos milhares de orifícios que abundam pela cidade. Há buracos mais graves, como por exemplo o aumento da dívida fundada, a tentativa de privatizar a saúde, o empreguismo explícito na prefeitura, a aberração de gastos para shows auto promocionais e mais uma lista imensa que cansaria o leitor.

Sem sombra de dúvidas, o buraco da Paraná é sintomático. Representa a falta de planejamento de uma gestão, que em quatro anos só conseguiu entregar o tratamento do esgoto para a Copasa, adquirir um edifício “balança-mas-não-cai” onde deveria ser a sede própria do município e que não pode ser reformado sem um gasto absurdo, construir um viaduto (rua Castro Alves) que por sua engenharia quase surreal já é conhecido como murundu, inaugurar uma UPA que não funciona…

Se ocorrer uma derrota do prefeito Vladimir em outubro, o que é possível em uma disputa eleitoral, provavelmente não se deve colocar a culpa só no coitadinho do buraco da Paraná. É bom lembrar o conjunto da obra.

NOMES DE RUAS – A imprensa, quando quer criticar a Câmara, diz que a única coisa que os vereadores sabem fazer é dar nomes à ruas. Não concordo integralmente com a colocação, porém é bem verdade que há motivos para este tipo de pilhéria. Na atual legislatura, já foram aprovados 102 projetos que dão nomes à ruas. É preciso lembrar que as ruas precisam ser nomeadas e esta é uma prerrogativa dos vereadores, que não quiseram abrir mão dela. A vereadora Heloisa Cerri (PV) apresentou uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica, que previa passar aos moradores a competência para nomear as ruas da cidade. A proposta foi derrubada.

DEMETRIUS – Um ex-assessor de Demetrius Pereira, em conversa informal, revelou que o ex-prefeito não aceitou disputar a eleição desse ano por razões familiares. Segundo ele, a família de Demetrius, especialmente sua esposa Cinthia, ainda está muito abalada com sua prisão, durante o mandato passado. “Ele foi preso tomando café da manhã, ao lado da família, uma coisa que marca”, disse ele. E isso é real. A prisão de Demetrius foi uma ação espetaculosa da Polícia Federal, que ficou de tocaia em frente à casa do ex-prefeito na madrugada, como se ele fosse um marginalzinho qualquer e estivesse preparando uma fuga. E, no fim das contas, provou-se que Demetrius é inocente. E agora? Quem vai pagar por isso? Talvez essa não seria a pergunta: E agora? Quem armou tudo isso?

COMENTARISTAS – Lembro mais uma vez que os comentários nesta coluna são muito bem vindos. Entretanto, só serão publicados comentários dentro do contexto do debate proposto no texto. Ofensas, a quem quer que seja, não serão publicadas. E c’est fini.

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