O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira (10/06) que o Brasil emprestará R$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O país voltará a ser credor da instituição multilateral após 27 anos. Os financiamentos serão feitos por meio da compra de bônus do FMI. Segundo o ministro, os recursos serão emprestados a outros países em desenvolvimento com “escassez de capital”.
Segundo Mantega, na prática, o empréstimo ao Fundo será uma diversificação das aplicações das reservas internacionais do país. Pelos últimos dados disponíveis, as reservas estavam próximas a 205 bilhões de dólares na segunda-feira.
Questionado se o Brasil pretende diminuir as aplicações em Treasuries, Mantega disse que caberá ao Banco Central a decisão sobre quais aplicações das reservas serão desfeitas para comprar os bônus do FMI.
“Essa medida não visa enfraquecer o dólar, de jeito nenhum, mas visa fortalecer o direito especial de saque… O que queremos é que existam outras moedas que estejam por trás das transações internacionais”, disse.
“A maior parte das nossas reservas está aplicada em títulos do Tesouro dos EUA –que estão rendendo muito pouco, diga-se de passagem, e em outras aplicações sólidas dessa natureza. Porém, todas essas aplicações estão rendendo muito pouco.”
Nesta quarta-feira, a Rússia anunciou que vai reduzir a parcela de Treasuries em suas reservas internacionais.