Álvaro Días Pérez: A catástrofe é bem maior do que se falava inicialmente. As perdas de vidas já atingem 711 pessoas, ainda há muitos desaparecidos e feridos. Há muito o que ser feito. Isso porque houve vários tsunamis que atingiram regiões turísticas. Mas, de acordo com a Embaixada do Brasil no Chile, não há informações sobre brasileiros mortos, feridos ou desaparecidos, felizmente.
Pérez: É uma catástrofe só comparável a uma outra que ocorreu em 1960. Na época o terremoto atingiu 9,1 de magnitude. As nossas prioridades são localizar os corpos, identificá-los, dar assistência às vítimas e reorganizar o país. Há um sistema de emergência funcionando de forma acelerada para que tudo isso seja feito. Queremos garantir água, energia, comunicação e comida para todos.
Pérez: Não é necessário comida nem água em garrafa. O que precisamos é de hospitais de campanha, equipes de resgatistas [profissionais de saúde], apoio para o sistema de geração de energia e estruturas para [montar] pontes modulares. Isso está sendo conversado com o Gabinete de Crise do governo [que funciona na Presidência da República] para definir a operacionalização.
Pérez: Sim, temos um Fundo Soberano que hoje está na ordem de cerca de US$ 18 bilhões e costuma ser utilizado quando há crises econômicas e catástrofes, como a ocorrida agora. O fundo foi organizado com excedentes da produção de cobre, que não foi atingida. Não há ainda cálculos sobre os prejuízos, mas já se sabe que as áreas atingidas foram as que reúnem a produção de vinhos e produtos florestais, além de pescado. Os grandes portos não foram atingidos.
Pérez: Quero agradecer a solidariedade do povo brasileiro. Uma vez o Barão do Rio Branco [a principal referência para a diplomacia brasileira] disse que a amizade entre o Brasil e o Chile era imensa. Gostaria ainda de dizer que dentro de 24 a 48 horas esperamos que seja normalizado todo o sistema de voo no país [o funcionamento dos aeroportos].
Pérez: Eu peço para os brasileiros que estão no Chile e querem voltar para casa e os chilenos que estão no Brasil e também querem retornar que tenham confiança de que tudo será resolvido. Todo o sistema será reconstruído.