Empresário nega participação do governo nas negociações para venda da VarigLog

Publicado por: suporte

O advogado trabalhou para a VoLo na compra da VarigLog e Audi diz que pagou a ele R$ 5 milhões para usar sua proximidade com o Palácio do Planalto para agilizar a venda da empresa. O advogado Roberto Teixeira é amigo e compadre do presidente Lula.

"Naquele momento, eu não sabia que ele era compadre do presidente Lula. Fiquei sabendo isso depois de contratá-lo", disse Marco Antônio Audi.
 
Ao contrário da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, ele negou qualquer participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas negociações. "Quero deixar claro que a ministra Dilma e o presidente Lula nunca tiveram nada a ver com isso. Se tiveram, foi a partir da boca do Roberto Teixeira que usava o nome deles. Tive pessoalmente com a Dilma e com o Lula e digo: não existe nenhuma interferência do governo na Varig", disse. "Se tivesse interferido, teríamos ganhado um tempo muito grande; o que a Anac fez para assegurar a Varig foi, no mínimo, cruel", acrescentou.
 
Audi classificou as negociações no processo de regularização da VoLo na Anac de "saga" e voltou a dizer que a agência fez exigências além do previsto pela lei para aprovar a venda, como o pedido de declarações de Imposto de Renda dos sócios. "Depois de tudo entregue, tudo demonstrado, o negócio ficou parado dentro da Anac, que, por último, nos pediu um documento: a declaração de Imposto de Renda das pessoas físicas. Na época, nos negamos a dar. Primeiro, porque é nosso direito não abrir nosso sigilo ao público. Segundo, porque a diretoria da Anac estava pedindo coisa extra do que pedia o próprio regulamento", disse.
 
A Justiça de São Paulo destituiu Audi e outros dois sócios brasileiros da sociedade da VoLo sob a alegação de que eles estavam acobertando o verdadeiro sócio da empresa, o chinês Lap Chan, representante do fundo americano Matlin Patterson. A legislação brasileira proíbe que estrangeiros detenham mais de 20% do capital de empresas brasileiras.
 
O advogado negou que fosse "laranja" do fundo Mattlin Patterson. "Não sou laranja. Não tenho perfil para ser laranja. Jamais aceitaria ordens, ainda mais de um fundo que nem nacionalidade brasileira tem", disse. "Isso tudo é armação do Roberto Teixeira, mas já entramos com ações por ele ter se juntado ao chinês Lap Chan para tentar derrubar a gente", disse. "Não temos nada a esconder, colocamos tudo a público. Não existe nada mais em segredo de Justiça", completou.
 
Meses depois da compra da Varig, negociaram a venda da empresa com a Gol. A empresa, comprada por US$ 24 milhões, acabou vendida por US$ 320 milhões. "O nosso plano não era vender a Varig, era maior que isso. Era um plano de crescimento para cinco anos, mas não deu para segurar por uma questão financeira", disse.

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