‘Franciscanos’ comemoram 100 anos em Divinópolis

O centenário da presença franciscana em Divinópolis será comemorado de Abril de 2023 a Abril de 2024. Porém, a abertura acontecerá neste domingo (16), com uma missa as 9 horas na Igreja do  Santuário, que será presidida pelo Ministro Provincial dos Franciscanos, Frei Hilton Farias e da equipe de celebração. Após a Missa será servido no Centro Franciscano, na rua Minas Gerais esquina com 21 de Abril, um café e a comunidade poderá visitar uma exposição de fotografias que contam a trajetória dos frades franciscanos em Divinópolis.

História

Os frades fraciscanos chegaram a Divinópolis em 08 de Abril de 1924. Ao longo dos 100 anos de presença em Divinópolis e na sua região, os frades participaram de momentos importantes na história da cidade, por meio da experiência religiosa, da evangelização, da cultura, da arte e da educação. Neste ano de festa e comemoração três temas serão discutidos: evangelização, cultura e educação. A evangelização deu-se na liturgia, nas homilias, atendimentos pessoais, catequeses, nos trabalhos das pastorais da família e no desenvolvimento rural e seminários temáticos.

Na cultura, os frades envolviam a comunidade com a realização de concertos de corais formado por crianças, jovens e adultos. No ano de 1946, o Cine Santo Antônio, construído pelos franciscanos, exibia filmes familiares e depois, o cineclube, era frequentado por artistas, intelectuais e pessoas interessadas na formação cinematográfica. Os frades contribuíram com a imprensa ao publicar jornais como o A Semana.

Os franciscanos atuaram na educação desde a formação de novos frades, passando por aulas nos colégios da cidade, até a sua contribuição decisiva para a fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis (FAFID), em 1965, hoje a atual UEMG. O Centro Franciscano de Formação e Cultura [CFFC], funciona ao lado do Convento, oferece cursos e atividades formativas durante o ano. No espaço, a Educafro Minas – Educação e Cidadania de negros(as) e de pessoas da camada popular é um pré-vestibular comunitário que tem como público-alvo cidadãos(as) negros(as) e aqueles de baixa renda.

O convento passou a ser utilizado como residência e 16 frades residem na casa. Entre eles: Frei Raul, 98 anos, considerado o frade que “prega a palavra de Deus na madeira”. Ele entendeu que a dedicação à arte transforma as pessoas e fez da marchetaria uma pregação silenciosa e artística. Obras do frei estão espalhadas em várias igrejas de Minas Gerais. Frei Mauro, aos 94 anos, é matemático, físico e um estudioso do Latim e do Grego. Bernardino
Leears é outro frade em que a história dele se confunde com a própria história de Divinópolis. Frei Bernardino foi um renomado especialista em teologia moral e um dos mais profundos conhecedores da religiosidade e do senso moral do povo mineiro. Morreu em 2011, aos 92 anos. Os franciscanos receberam os congadeiros defronte do Santuário, em 15 de maio de 1977, para a celebração da primeira Missa Conga da cidade. A missa foi celebrada por frei Leonardo e, desde então, celebra a missa até hoje. Frei Leonardo representa as manifestações religiosas populares dentro da Ordem Franciscana na Terra do Divino. O primeiro frade de Divinópolis foi Antônio Prado, irmão da escritora Adélia Prado.

O Santuário de Santo Antônio é referência arquitetônica de Divinópolis. As obras iniciaram-se em 1926 e a igreja foi inaugurada em 18 e 19 de agosto de 1934, embora a obra se encontrasse inacabada. Os afrescos de frei Humberto Handag foram pintados de julho a dezembro de 1949. Pela sua importância estética e histórica, essa monumental obra foi tombada pela Lei Municipal n° 2.459, de 15 de dezembro de 1988. Em maio de 1995 deu-se início a restauração dos afrescos entregues à comunidade no dia 13 de março de 1996. A restauração foi realizada pelo artista plástico divinopolitano Gedley Belchior. O Santuário, como é hoje, foi inaugurado em 24 de novembro de 1949.