FINADOS: “Onde vamos homenagear nossos mortos?”, questionam famílias donas de jazigos derrubados por muro que caiu em cemitério de Divinópolis

Publicado por: Redação

Após quase três anos de omissão e negligência do poder público, o dia de finados começou com protesto no cemitério do centro, em Divinópolis. Famílias donas dos jazigos que foram derrubados pela queda do muro de uma obra, ao lado do cemitério, criticam a ineficiência da prefeitura e questionam o descumprindo da ordem judicial sobre o caso.

Em janeiro de 2020, o muro de uma obra ao lado do cemitério desabou. A construção era irregular, sem alvará dos bombeiros e da prefeitura, mas seguia em ritmo acelerado, em um dos pontos mais movimentados da cidade, até que houve o desabamento. Na época, a imprensa noticiou que 35 jazigos foram atingidos. Restos mortais de pelo menos 100 pessoas ficaram em meio aos escombros. Uma situação lamentável, mas como a obra clandestina era feita pela empresa de um ex deputado conhecido na cidade, o poder político impediu que a situação se resolvesse.

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Uma parte do cemitério, próximo a obra, foi isolada pelo município. Mas nem um muro de contenção foi construído até hoje, apesar das inúmeras promessas feitas pela prefeitura. E o próprio município admitiu que havia risco de um novo desmoronamento.

A empresa responsável pela obra se esquivou da responsabilidade e a prefeitura de Divinópolis se omitiu. O caso foi parar na justiça, que há mais de dois anos determinou que a construtora fizesse a retirada e a identificação de todos os restos mortais que ficaram em meio aos escombros. Na época, a prefeitura garantiu que iria fiscalizar o cumprimento da ordem, o que até hoje não aconteceu. Um joga a responsabilidade pro outro e, no meio disso, as famílias enlutadas ficam desamparadas.

Na manhã desta quarta-feira(02), a associação de famílias donas de jazigos fez uma manifestação no cemitério. O grupo colocou cruzes e cartazes para não deixar que a situação seja esquecida. As famílias dizem que a prefeitura ignora o caso. Segundo eles, há provas de que houve incluso contaminação do lençol freático pelos restos mortais que não foram escolhidos e, mesmo assim, o município não faz nada. “Onde vamos homenagear nossos parentes?”, questionam as famílias. O grupo diz que a empresa responsável pela obra não cumpriu a decisão judicial já que não fez a retirada completa dos restos mortais, nem identificou as ossadas que removeu. Eles chegaram a tentar um acordo para a construção de um memorial para sepultamos dos restos mortais, mesmo sem identificação, mas as famílias dizem que a proposta também não foi aceita pela empresa, “que acha que está acima da lei” dizem as famílias.

A prefeitura de Divinópolis, que está prestes a bater o recorde mundial de número de e-mails enviados para a imprensa, há tempos não fala sobre o caso e finge que nada aconteceu. “Não vamos desistir de lutar. Não podemos deixar esse caso ser esquecido”, disse uma das famílias que teve o jazigo destruído.

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comentários

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  1. anonimo disse:

    Tudo culpa dos bolsominios kkkkkkk

  2. Anônimo disse:

    Se depender de mim, nunca mais ninguém desta familia será eleita nem pra síndico.

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