“Conta de energia não vai abaixar, apesar das chuvas”, diz professor da UNA Divinópolis

Publicado por: Redação

As chuvas intensas sobre Minas Gerais no final de 2021 e início deste ano permitiram a elevação de alguns reservatórios do sistema hidrelétrico do Brasil, mas de forma imediata, esta condição não vai refletir na redução das tarifas da conta de energia elétrica, uma vez que o sistema de geração e transmissão do Brasil é conectado por meio do Sistema Nacional Interligado (SIN), onde a produção de energia no país é compartilhada entre quase todos os estados. De acordo com o professor da Faculdade Una Divinópolis e especialista em Gestão, Jefferson Thompson, com as recentes chuvas na região sudeste do país, sobretudo nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, bem como no estado da Bahia, levando a situações de estado de emergência por parte das autoridades municipais, um antigo tema veio à tona: a taxa de escassez hídrica que está na composição das contas de energia dos brasileiros. 

“Viralizou rapidamente nas redes sociais se a taxa apontada na conta de luz, ainda seria devida, uma vez que ela entrou em vigor em meados de 2021, momento em que vivemos o auge da estiagem e consequentemente a diminuição dos reservatórios das usinas hidrelétricas no país. A pergunta que fica é, com a entrada do período chuvoso nas regiões citadas acima e a recomposição de alguns reservatórios, a taxa ainda seria devida?”, explica Jefferson.

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Segundo o especialista, conforme análise do Governo Federal, acompanhado da regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, a composição da conta de energia continua ocorrendo, uma vez que a recomposição dos reservatórios se deu em regiões concentradas do país, entretanto a composição do fornecimento de energia no país é feita a partir do sistema nacional de gestão do setor.

“Desta forma, ainda não é hora de alimentar a esperança de uma diminuição da conta de energia elétrica, uma vez que os reservatórios de algumas regiões do sudeste estão se recompondo, mas na grande maioria do país esta não é a realidade, o sistema ainda se encontra abaixo do previsto”, ressalta.

Jefferson também destaca que outro ponto relevante a ser considerado, a partir da região do Centro Oeste de Minas é que um dos reservatórios relevantes no estado que é a Usina de Três Marias, ainda se encontra dentro de um nível satisfatório dado o volume dos últimos dias.

“A análise de recomposição de um reservatório não deve ser feita com base em uma precipitação em um curto período como o que houve agora no início do mês de janeiro, mas pela regularidade de seu abastecimento. Isto significa que o ideal seria chuvas mais regulares, durante todo o período chuvoso de forma a restabelecer as áreas de recargas dos mananciais”, analisa o especialista.

Ainda segundo o professor, a notícia dura é que, mesmo com a chuva intensa do início do ano, pode ser seguida de um chamado “veranico”, fazendo que os reservatórios fiquem em níveis abaixo do desejado.

“Toda a composição acima é o elemento essencial para que o Operador do Sistema Nacional de Energia Elétrica entenda que a distribuição de energia no país ainda necessite ser observada com cautela. O fim da história é, o clima irregular, bem como as chuvas, não é favorável para que as taxas sejam retiradas. Por mais que ocorra o clamor da população, as taxas devem permanecer”, finaliza.

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