Depois de seis meses em alta, a cesta básica apresentou uma ligeira queda em Divinópolis, é o que aponta um levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (Nepes) da Faculdade Una Divinópolis. Segundo a pesquisa, em novembro, o custo médio da cesta básica de alimentos em Divinópolis foi de R$ 486,87. Já em outubro, o custo da cesta foi de R$ 495,15, o que representa uma redução de 1,67% entre os meses supracitados. A queda no preço acompanha o mesmo movimento nas capitais brasileiras. Em Belo Horizonte, por exemplo, o valor da cesta básica também recuou no mês de novembro, com uma redução de 0,64% em relação a outubro.
Segundo o professor universitário e coordenador do Nepes/Una, Wagner Almeida, para este levantamento não foram considerados preços promocionais para os produtos listados, e no caso da carne, que representa o maior peso (40,9%) na composição da cesta, foram pesquisados os preços dos cortes: chã de dentro e chã de fora.
“No mês de novembro foi observada uma redução de 0,74% em relação a outubro neste produto. No varejo em geral, o movimento foi de redução das cotações, pois, além da sansão chinesa à carne brasileira, os altos patamares de preço da carne bovina de primeira inviabilizaram o acesso de grande parte das famílias.”, detalhou Wagner.
De acordo com o professor, entre os itens que demonstraram aumento estão o café em pó, com uma alta de 13,29%. “O que se explica pelo impacto da geada na safra 2022/2023 que repercutiu nos preços do café, tanto no mercado futuro quanto no varejo. A banana prata (11,74%) e o pão francês (6,71%) também apresentaram alta. Enquanto isso, houve queda no preço do tomate (15,10%), do leite (14%) e do óleo (13,22%). A queda no preço do leite pode ser justificada pela melhora nas pastagens e o período de elevação da oferta.”, analisou o professor.
A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 27 de novembro, com o levantamento de preços praticados por 08 estabelecimentos com representatividade no ramo de produtos alimentícios no município de Divinópolis. Esta cesta, chamada Cesta Básica de Alimentos é composta por 13 produtos alimentícios, seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, durante um mês, contendo quantidades balanceadas de todos os nutrientes necessários a manutenção da saúde. O levantamento é realizado conforme metodologia sugerida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Conforme o pesquisador, a inflação oficial do País, medida pelo IPCA, foi divulgada na última sexta-feira (10) pelo IBGE e registrou desaceleração em novembro, o que ressalta sobre a queda no preço dos alimentos. “O índice ficou em 0,95% na comparação com outubro, quando registrou alta de 1,25%. Apesar da desaceleração em novembro o índice acumula alta de 9,26% no ano. Um dos fatores que contribuíram para a desaceleração do índice geral de preços em novembro foi o recuo no grupo de alimentação e bebidas, que tiveram uma variação negativa (-0,04%) no mês. Isto explica o fato do custo da cesta básica ter apresentado esta redução, ainda que tímida”, ressaltou.
Salário Mínimo
O levantamento realizado pelo Nepes da Faculdade Una Divinópolis aponta que, para o trabalhador remunerado pelo piso nacional, o valor da cesta básica em novembro é equivalente a 44% do salário mínimo bruto, em outubro, o percentual foi de 45%. Ao comparar com o salário mínimo líquido, isto é, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador comprometeu em novembro, 47,8% do salário mínimo líquido vigente para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. “De acordo com o levantamento feito em Divinópolis no mês novembro/2021, estima-se que o Salário Mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 3.319,59, valor que corresponde a 3,02 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, composta por dois adultos e duas crianças, que por hipótese, consomem como um adulto. Pode-se inferir que este seria o orçamento total capaz de suprir também, as demais despesas com habitação, vestuário, transporte e outros.”, apontou o coordenador da pesquisa.
O levantamento ainda desta que com base no valor médio da cesta básica em novembro/2021, o trabalhador divinopolitano remunerado pelo piso nacional precisou trabalhar 97 horas e 22 minutos, menos que em outubro, quando foi de 99 horas e 18 minutos.
