Ministério Público (MPMG) intensifica luta contra golpes de WhatsApp em Minas Gerais; veja dicas de prevenção

Publicado por: Redação

“Oi, meu celular caiu e danificou a tela. Deixei na assistência técnica e eles me deram um prazo de 3 a 4 dias. Estarei usando esse número temporariamente. Qualquer coisa, pode me chamar aqui, ok”? Uma mensagem padrão como essa pode ser o ponto de partida para a prática de um dos crimes digitais mais cometidos em MG: o estelionato via o aplicativo WhatsApp. Um início de conversa que demonstre um conhecimento prévio sobre a vítima, que crie uma relação de confiança com parentes e amigos, acompanhado da foto de contato do chamariz, é capaz de ludibriar e causar prejuízos a muita gente. Em Minas Gerais, conforme levantamento preliminar da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber), órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), entre janeiro e setembro de 2021, houve 32.949 ocorrências do estelionato aplicado pelo aplicativo no estado. É o crime cibernético de maior incidência de demandas na instituição.

Nesse tipo de golpe, o criminoso muitas vezes se passa por parente da vítima. Após a troca de algumas mensagens para obter dados e ganhar a confiança dela, o criminoso passa a pedir que ela faça alguma transferência ou depósito, sob o pretexto de que não está conseguindo acessar aplicativos no telefone novo ou alguma outra desculpa genérica. A vítima, então, acaba fazendo a movimentação financeira solicitada pelo estelionatário.

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“Em geral, não se trata de invasão (“hackeamento”) do telefone, do computador ou mesmo do aplicativo. O que ocorre é que os criminosos adquirem ‘pacotes de dados’ no mercado negro, geralmente decorrentes dos vazamentos de bancos de dados de prestadores de serviços e empresas legítimas, contendo nome, data de nascimento, estado civil, endereços, números de telefones, relações familiares e até dados financeiros e outras informações sensíveis de possíveis alvos”, explica o coordenador do Coeciber, promotor de Justiça Mauro Ellovich da Fonseca.

Diante dos dados alarmantes, o MPMG está intensificando o trabalho preventivo em duas frentes: primeiro, o Coeciber elaborou um roteiro para orientar os promotores de Justiça de todo o estado com medidas para intensificar o combate ao crime; segundo, o órgão produziu um documento com dicas para que o cidadão possa se prevenir e não cair em estelionatos digitais.

Nos próximos dias, o MPMG divulgará uma série de publicações nas redes sociais com orientações básicas contra o “golpe do whatsapp”.

“Somente com a prevenção e a devida responsabilização dos criminosos poderemos coibir esse tipo de crime que vem gerando cada vez mais danos à nossa sociedade”, acrescenta o promotor.

Como evitar o golpe?

Segundo o Coeciber, algumas medidas podem ser suficientes para que o cidadão evite ser vítima do golpe:

  • Não realizar imediatamente pagamentos ou transferências quando houver solicitação por meio do Whatsapp;
  • Não fornecer dados ou confirmar dados por telefone ou aplicativos não seguros (como Whatsapp, Telegram, etc), ainda que pareçam ser de instituições legítimas;
  • Restringir as configurações de privacidade de redes sociais, especialmente a da foto de perfil do Whatsapp;
  • Ativar a verificação em duas etapas em todos os produtos/serviços que possuírem esta funcionalidade (especialmente o Whatsapp);
  • Alertar parentes e familiares, especialmente os mais idosos, sobre como esse tipo de estelionato vem ocorrendo e ensiná-los a adotar as medidas de prevenção.

Que providências adotar se for vítima?

Caso o cidadão tenha sido vítima desse golpe ou alguém tenha tentado aplicá-lo, o coeciber orienta a adoção das seguintes providências:

  • nunca delete a conversa realizada com o criminoso e nem apague qualquer mensagem do diálogo
  • faça a captura de telas (“print screen” ou “print” como é referido popularmente) dessa conversa;
  • realize o “backup da conversa” e a “exportação da conversa” para algum e-mail;
  • informe imediatamente ao parente ou amigo cuja identidade está sendo usada pelo criminoso para que ele possa avisar terceiros e se precaver das consequências do uso de seu nome e dado
  • faça um boletim de ocorrência, constando o número usado pelo criminoso e quaisquer outros dados que ele tenha fornecido (e-mails, chaves pix, contas bancárias, etc
  • comunique imediatamente seu banco e o banco para o qual os valores foram transferidos, registrando reclamações formais
  • envie um e-mail para [email protected] comunicando a criação de perfil falso, constando o número utilizado pelo criminoso e as capturas de tela (“prints”) realizadas.

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