FALANDO SÉRIO: Afonso Gonzaga, pede que Cleitinho consiga escada magirus para Divinópolis; Diz que Hospital Regional tem que ser Hospital Escola; Que é preciso reajustar IPTU

Publicado por: Redação

O líder empresarial, Afonso Gonzaga, em entrevista ao Divinews, no “Falando Sério”, abordou vários assuntos desde o Desenvolvimento Econômico de Divinópolis, também da Região e do país, até o seu histórico pessoal, de um homem que somente nasceu em Santa Luzia, e ao chegar em Divinópolis em 1981, acabou por se tornar um legítimo cidadão divinopolitano, com vários títulos honorífico a ele concedido. Discorreu sobre sua vida como líder empresarial, começando como presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviço (ACID), passando pela presidência da FIEMG Regional Centro-Oeste, também presidente do Sindicato da Fundição no Estado de Minas Gerais (SIFUMG), até chegar a presidente da Associação Brasileira da Fundição (ABIFA), e diretor da poderosa FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

O líder empresarial que passou 16 anos no comando da FIEMG na Região Centro-Oeste, começou falando da empresa Cofercoq, do qual era sócio, e que funcionou de 2002 até o seu fechamento em 2008, por discordância societária. Ela, porém ainda continua com o seu cnpj ativo,  e que ele paga dívidas até hoje, de encargos fiscais e trabalhistas.

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Afonso, contou que sua vida em entidades de classes empresariais, começou na ACID, quando Eduardo Nunes, então presidente da ACID (Associação Comercial e Industrial de Divinópolis), criou as várias vice-presidências, e ele ficou como vice-presidente das Indústrias. Quando posteriormente terminou o mandato de Eduardo, Joãozinho Teixeira assumiu, mas logo saiu para ser candidato a deputado estadual, e como ele era vice-presidente do empresário, que é o proprietário  da Viação Teixeira, que faz a linha Divinópolis – Belo Horizonte, ele assumiu a presidência da entidade.

Robson Andrade, ex-presidente da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e posteriormente presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), foi quem convidou Afonso para participar do seu grupo político/empresarial. E com isso Afonso assumiu a presidência da FIEMG Regional Centro-Oeste, ficando no seu comando por 16 anos, até 2018.

Ele explica que, ao chegar ao comando da Regional, existiam apenas 2 (duas) unidades do Senai, e quando saiu eram 14 (quatorze). Além de ter construído a atual sede onde está localizado a FIEMG, pois anteriormente, o endereço era nas esquinas da Avenida Antônio Olímpio com Rua Rio de Janeiro, em uma apertada sobreloja.

Sobre a vida como dirigente da classe empresarial, a visão de Afonso é que,  “entidades não brigam, sua razão de existir é para agregar”. Tanto é que, ao agregar todas as entidades quando assumiu a presidência da Acid,  o agora deputado federal Domingos Sávio, à época  prefeito de Divinópolis, 1997 / 2000, o elegeu porta voz do Desenvolvimento Econômico no município.

Afonso é de opinião que empresários não investem nos municípios pelos belos olhos dos prefeitos, eles querem contrapartidas, como segurança, saúde, educação, infraestrutura, entre outras necessidades inerentes às atividades de suas empresas.

Analisa que Divinópolis e a região, desde Juatuba até Piumhi, tornou-se um polo estudantil,  quando assumiu na ACID, neste trecho existiam somente 16 cursos de graduação e 2 de pós-graduação, e em 2019 esses números eram de 112 cursos de graduação e 102 de pós-graduação. “Divinópolis no passado exportava estudantes que saiam daqui para estudar em Belo horizonte, e muitos não retornavam. Atualmente o fluxo é ao contrário, importamos estudantes de todo estado e também de todo o país”.

Sobre a saúde, disse ser a favor de que o Hospital Público Regional seja um Hospital Escola, com as Prefeituras quebradas e com dificuldades  para ratear até as despesas do SAMU ( Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), questiona, “como os prefeitos terão recursos para ratear as despesas do hospital, que sequer teve suas obras concluídas, depois de gastar mais de R$ 100 milhões de uma obra orçada inicialmente em R$ 42 milhões, e com certeza serão necessários, talvez, outros R$ 100 milhões para equipá-lo”

“As obras do Hospital Regional, até então, são as mais caras do país, é só pegar os milhões que foram empregados em sua construção, ou seja, R$ 112 milhões e dividir pela área construída de 8 mil metros quadrados”, criticou, Afonso.

Sobre a situação financeira do município, instado pelo entrevistador do Divinews, sobre a não atualização da planta genérica de valores, que está sem reajuste há mais de 20 anos, e diante da assertiva de que nenhuma prefeitura consegue viver sem que isso seja feito, por ser, junto com o pagamento do ISSQN, a única fonte de receita em que os recursos ficam diretos nos municípios, não sendo repassado para o Estado nem para a União, não deixando os prefeitos e os munícipes reféns exclusivamente  dos repasses do FPM – Fundo de Participação dos Municípios. O líder empresarial também aquiesceu, e acrescentou dizendo,  não concordar que locais mais pobres, periféricos pague R$ 600 reais de IPTU, enquanto um apartamento no centro, com 200 metros quadrados pague apenas R$ 80 reais -“Tem que ter paridade no IPTU. Como explicar pagamento de R$ 0,80 (oitenta centavos) – Os vereadores não têm que brigar. Ser contra ou a favor, é só eles olharem para a realidade da cidade – É uma responsabilidade da Câmara, e sem brigar, por que é preciso fazer”.

Afonso afirmou ter conhecimento que existem cidades com população semelhantes a de Divinópolis, mas que arrecadam o dobro do valor de IPTU, que atualmente é arrecadado no município.

Concorda que Divinópolis é forte na prestação de serviços. Porém, o maior PIB (Produto Interno Bruto) do município advém da indústria metalúrgica, que contribui com cerca de 23% do PIB, e em segundo lugar vem o comércio, segundo ele.

“Sem a participação do trabalhador não existe desenvolvimento, a economia só gira se o trabalhador tiver dinheiro no bolso”. Afirmou – Mas, é favor da desoneração da folha de pagamento, e que a multa de 40% sobre o saldo do FGTS deixe de existir, por que no seu entendimento, isso é uma penalização para o empregador, que gera vaga de emprego, mas no final é penalizado com essa multa.

Ele, Afonso, avalia que a partir de outubro após a aprovação da Reforma da Previdência, o Brasil vai deslanchar, vai crescer. Contudo, é preciso que também ocorra a Reforma Tributária.

Em sentido figurado, ao ser “transformado” em Secretário de Desenvolvimento Econômico de Divinópolis, pelo entrevistador do Divinews. Afonso, abriu sua resposta desejando sucessos para o novo secretário, Rafael Nogueira, que assumiu oficialmente a pasta do desenvolvimento recentemente, com o aval de várias entidades. Ele lamentou o pouco tempo que Rafael tem para trabalhar, no seu entendimento, “É muito difícil! Por não existir nenhum planejamento”.

Disse que, se ele estivesse no lugar de Rafael (Secretário de Desenvolvimento), criaria uma sistemática de atender em primeiro lugar as empresas que já estão instaladas no município, dando a elas o que precisam. Pois os empresários precisam ser ouvidos em suas demandas. E, às vezes do outro lado, do lado do governo não tem interlocutor para ouvi-los.

Reconheceu o esforço de todos os ex-secretários de Desenvolvimento Econômico. Contudo,  criticou severamente o estado do Distrito Industrial: “Não podemos dizer que temos um Distrito Industrial, não tem capina, não tem limpeza, não tem identificação das ruas” – E citou a situação da Farmax e da Rede de Supermercados ABC: “A Farmax com 800 funcionários e com dificuldades em conseguir um terreno, além do ABC que quer crescer e precisa de local para sua expansão”.

Sobre a situação da MG-050 também foi crítico, ao dizer que o ex-prefeito de Itaúna, Osmando Pereira, e o reitor da UNA (Universidade de Itaúna), Faiçal David, antes do início das obras de duplicação da rodovia, estavam constantemente, toda semana, em Belo Horizonte cobrando que fosse feito a trincheira da entrada da cidade. E questionou: “O secretário de Obras ou qualquer outro secretário municipal foram lá reivindicar melhorias para Divinópolis? Pois, só é lembrado e atendido quem é visto, quem pede”. Observou que os empresários de Divinópolis têm pedido pouco, para as entidades e principalmente ao poder público.

“Precisamos dos nossos representantes, não para brigar e sim para conversar. Precisamos dizer que Divinópolis, que em 1998 tinha um PIB do Vale do Jequitinhonha, hoje cresceu e só de prédio existem 300 em construção, e mais de 800 fábricas de confecção. O  setor confeccionista é fantástico, mas é preciso melhorar ainda mais”

Afonso considera que os empresários de Divinópolis precisam copiar Nova Serrana, que ele avalia como um sucesso, e explica por que: “Lá existe união empresarial, a questão política não interfere na iniciativa privada, e vice-versa. Lá pode ter prefeito de qualquer partido. Que os presidentes das entidades se relacionam entre si, e discutem a cidade, que é considerada a 3ª de Minas, em geração de emprego, consegue realizar tres feiras por ano, e fabrica calçados com qualidade”.

Gonzaga, explica que Nova Serrana usou a Universidade Federal para ser base tecnológica na produção de tênis. E questionou se o Centro Tecnológico do Senai, em Divinópolis está sendo usado como laboratório de desenvolvimento para o setor confeccionista.

Concluiu o bloco sobre o Desenvolvimento Econômico, mandando um recado para o secretário, Rafael Nogueira, pelo exíguo tempo que ele tem até o fim do mandato do atual prefeito: “O mínimo de planejamento possível, e o máximo de atenção para as empresas que já estão instaladas, por que o investidor vai chegar a partir de outubro”, vaticinou.

O dirigente não deixou de fora de sua pauta, a Cruz de Todos os Povos. É de opinião que é o Governo do Brasil é quem tem que realizar as obras de infraestrutura ao redor do local e também de acesso à Cruz. “Quando foi construída a Cruz “Pai”, no Líbano foi o governo daquele país quem construiu; quando foi construída a Cruz “Filho”, foi o Governo mexicano quem assumiu a construção, e quem tem que assumir no Brasil, é o Governo Federal”.

“É preciso ser mais profissional para um projeto de tamanha envergadura”, disse Afonso, que entende que a construção da Cruz será um marco no desenvolvimento da cidade, que as pessoas não estão mensurando e dando a importância do que será a Cruz para a cidade, e que ela não é católica, ela é religiosa, e que todas as religiões deveriam participar. Como já participa Dom Walmor, presidente da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil). Conclamou que os responsáveis pelo projeto, procurem Silas Malafaia e Edir Macedo, ambos pastores evangélicos, para que também contribuam na construção da Cruz.

Acredita também que, com a Cruz de Todos os Povos, ao ser instalada em Divinópolis, poderá ser criado “Um Caminho da Fé”, a exemplo de Santiago de Compostela, que ligaria “Nossa Senhora da Piedade, em Caeté; Cruz de Todos os Povos, em Divinópolis, Nhá Chica, em Baependi e terminaria em Aparecida do Norte, em São Paulo”.

Ao falar sobre o embrionário projeto turístico de um circuito ferroviário para ligar Divinópolis a Oliveira, após explicar que tem que passar primeiramente pelo crivo da VLI, quem é dona da malha ferroviária, disse que a cidade está precisando de quem fale bem dela, por que mal tem muita gente que fala, falando só de suas mazelas.

Finalizou a entrevista pedindo que o deputado estadual Cleitinho Azevedo, interfira junto ao Governo do Estado, ou que crie qualquer tipo de solução, para que o Corpo de Bombeiros seja equipado com uma escada magirus, por que em seu pensar, os 30 mil divinopolitanos que moram em prédios correm grandes riscos pela não existência da escada, já que a cidade é uma das mais verticalizadas de Minas. “Se houver um incêndio de proporções, pode ser uma tragédia. O valor de tal equipamento é de R$ 5 milhões”.

“Tenho convivido com empresários de vários estados, e eles cobram mais. Talvez, isso seja o fator determinante para o  resultado positivo que eles têm em seus municípios. E o setor público tem que ouvir os empresários”.

“A aproximação que os empresários de Nova Serrana faz com as entidades e com o poder público, e que Divinópolis não faz. É a diferença – Participe! Vá aos encontros, as reuniões, por que se juntos já é difícil, separado, muito mais ainda”, finalizou a entrevista o líder empresarial, Afonso Gonzaga.

 

Entrevista gravada na segunda-feira, dia 29 de julho

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comentários

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  1. Anônimo disse:

    Lamentável a falta de informações sobre um assunto abordado aqui pelo digamos “líder
    empresarial. Copia e cola sem ter conhecimento do assunto.

  2. anonimo disse:

    isso o povao ja sabe mas para isso acontecer a cidade preciza de prefeito e isso ela nao tem

  3. Anônimo disse:

    Enquanto outros municípios brigam por indústrias e investimentos grandes , Divinópolis por uma escada magirus, isso que é pensar pequeno.

  4. Anônimo disse:

    Temos que concordar com sr. Afonso, um secretaria que não consegui marcar uma reunião para um empresario que vai investir 2 milhões em Divinópolis, esta querendo realmente o crescimento? quer ajudar o empresario local?

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